Arquivo do mês: dezembro 2014

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Neste final de ano as novidades que surgirem eu vou postar no Twitter. Acompanha lá!

A publicidade, o jornalismo e Cuba

cuba_palacio

Tenho uma relação muito especial com Cuba – é um dos lugares onde mais aprendi com as pessoas. A notícia de que o isolamento imposto pelos EUA pode estar chegando perto do fim me traz de novo a sensação que tive desde a primeira vez que coloquei meus pés na ilha. Ela irá precisar de tudo durante e após a transição, inclusive de comunicação e jornalismo.

Minha amiga Flavia Marreiro, a brasileira que melhor conhece Cuba, escreveu um artigo bastante interessante sobre o assunto. Enquanto no mundo todo o modelo de jornalismo sustentado pela publicidade está em xeque, ele jogará um papel crucial na redemocratização cubana – onde a publicidade privada é proibida.

Vale ler e entender outros desafios que o país têm daqui por diante.

Tiros na corrupção

Num ano em que o holofote sobre a corrupção está mais aceso do que nunca, impossível não lembrar a tragédia protagonizada por Budd Dwyer – secretário do Tesouro do estado da Pensilvânia que, diante das câmeras, se matou após condenado por supostamente receber propina de US$ 300 mil para autorizar a contratação de um serviço público.

Dwyer foi deputado e senador, mas se notabilizou na vida pública como o implacável chefe do tesouro estadual que descobriu – e conseguiu que fossem devolvidos aos cofres estaduais – uma farra de gastos pessoais do governador Dick Thornburgh, no começo dos anos 80. A festa incluía servidores fazendo supermercado e conduzindo os filhos do mandatário, entre outras coisas.

Partiu de Thornburgh, já sem mandato, o início das investigações contra Dwyer, a partir de uma denúncia anônima. Jamais se comprovou que o tesoureiro recebeu o dinheiro, mas o simples fato de ter admitido a possibilidade de suborno (o que aparecia na versão de uma testemunha que, anos depois, disse ter mentido) foi suficiente para sua condenação.

Em 22 de janeiro de 1987, Dwyer reuniu a imprensa, leu uma nota oficial, entregou envelopes com mensagens para familiares a seus auxiliares e sacou, para espanto geral, uma arma que colocou na boca e disparou. Tudo ao vivo, sem cortes, nas cinco maiores emissoras de TV dos EUA.

O caso até hoje é usado como exemplo da falta de escrúpulo da mídia – não pela transmissão ao vivo, mas pela exploração das imagens nos dias seguintes em jornais e telejornais e também pelo fato de cinegrafistas e fotógrafos continuarem a trabalhar mesmo diante do cadáver de Dwyer.

O filme “Honest Man” revê essa trajetória e afirma, com relatos atuais, que Dwyer era inocente e foi perseguido pelo governador que fiscalizou. O suicídio estaria relacionado à ruína das finanças da família, dizimadas no custoso processo judicial. Uma história e tanto.

A comunicação na favela, do alto-falante às redes sociais

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Com edição de Raquel Paiva, a revista Viva Favela de dezembro aborda a comunicação nas comunidades, com ênfase na Maré, na Rocinha e no Alemão, refazendo uma trajetória comunicativa que vai do serviço de rádio comunitária em alto-falantes ao poder e alcance das redes sociais. Ótima leitura.

A internet sitiada

O fim do serviço Google News é apenas o primeiro efeito colateral da legislação que a partir de 1º de janeiro muda muita coisa na internet da Espanha.

A Lei de Propriedade Intelectual estabelece, além da obrigatoriedade de agregadores remunerarem produtores de conteúdo (o motivo da saída de cena do serviço noticioso do Google), a criação de uma superpoderosa comissão que deliberará sobre o fechamento de sites e retirada do ar de links.

Medieval – e aparentemente até o patronato dos jornais achou exagerado.

Inspirador do Pasquim será digitalizado

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O jornal que inspirou o Pasquim vai ter a memória preservada. A Biblioteca Central da UFMG já está digitalizando a doação da coleção completa da publicação, que nos 50 e 60 ironizou os costumes e a política mineira e nacional.

Um personagem se destaca nessa história: Terezinha, a irmã de um dos fundadores, que foi espirituosa o suficiente para resgatar da redação, no dia do golpe de 1964, a coleção de exemplares – que provavelmente seriam destruídos pelos militares.

O acervo deverá ser disponibilizado on-line em breve.

O plágio na infografia

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O famigerado control c + control v, tão mencionado quando falamos de textos na internet é tão (ou mais) popular na infografia. Meu mestre Alberto Cairo tem falado constantemente sobre o assunto.

Inspiração não tem nada a ver com cópia.

Narcoestado mexicano

A britânica Sky mergulhou na tragédia da guerra do narcotráfico no México e traz um dado impressionante numa série de reportagens: estima-se em 27 mil o número de desaparecidos no país em ações vinculadas à violência dos cartéis da droga.

Sabe de nada, inocente

Se eu tivesse de apontar uma única novidade em comunicação política na eleição que passou, seria o vídeo acima, apresentado pela campanha do peemedebista Paulo Skaf. Limito-me aqui à essência da inovação na linguagem (apesar de que há muito a melhorar, como limpar o excesso de texto, por exemplo).

Evidente que a mensagem política nesse caso foi desastrosa – e provocou a ira do PMDB contra Skaf, em parte explicando seu naufrágio no pleito. Mas foi um sinalm, em meio a tanta coisa “old school”, de que é possível fazer diferente.

A ofensiva do rádio

Um levantamento da Associação Brasileira de Rádio e TV (Abert) aponta que 99% dos smartphones considerados “econômicos” (entre R$ 300 e R$ 700) já saem de fábrica com a função rádio FM acoplada.

Para tentar sensibilizar os fabricantes dos produtos mais caros (os quais, segundo a entidade, só 62% dispõem da opção), a Abert está lançando a campanha “Smart é ter rádio de graça no celular”.

É um passo interessante na direção certa, a da associação entre mídia e plataforma – o famoso “ir onde o povo está”.