Se eu tivesse de apontar uma única novidade em comunicação política na eleição que passou, seria o vídeo acima, apresentado pela campanha do peemedebista Paulo Skaf. Limito-me aqui à essência da inovação na linguagem (apesar de que há muito a melhorar, como limpar o excesso de texto, por exemplo).
Evidente que a mensagem política nesse caso foi desastrosa – e provocou a ira do PMDB contra Skaf, em parte explicando seu naufrágio no pleito. Mas foi um sinalm, em meio a tanta coisa “old school”, de que é possível fazer diferente.
A revista The New Yorker nesta semana conta a interessante história da Vice Media, uma espécie de “Jackass” do jornalismo ou, se preferirem, a MTV da notícia – embora sua pretensão seja uma espécie de resgate do jornalismo gonzo que encantou a América nos anos 70.
É a turma responsável pela visita de Dennis Rodman à Coreia do Norte – que extrapolou o jogo de basquete no qual a seleção nacional conquistou um improvável empate (inexistente na regra do esporte) a 110 contra um time de estrelas americanas.
Essa controversa excursão fará parte de um especial que o canal HBO exibe ainda este mês. A Vice, como você pode checar no vídeo acima, já havia estado antes em território norte-coreano para uma visita surreal guiada pelo governo.
Recebido por gueixas em ambientes desertos preparados só para ele, o principal executivo da produtora, Shane Smith, delicia-se com o mundo paralelo e de fantasia criado pelo regime para mostrar que está tudo bem.
Segundo Shane, o objetivo da Vice é se tornar a principal rede global para o público jovem.
Parece que começou no caminho certo: os caras levam a coisa muito a sério e têm conteúdo em português, por exemplo.
Você está procurando referências sobre grandes trabalhos multimídia (ou seja, a aposta em narrativas que incluam foto, vídeo, áudio e o que for) e não sabe onde encontrar?
Ah, nem todos os projetos são jornalísticos. Melhor ainda: há tempos a criatividade anda caminhando longe das redações _exemplos da publicidade ou do design sempre nos dão ideias ótimas).
Casos como o da Economist, em que uma série de profissionais mostra seu ambiente de trabalho, o lugar onde têm mais inspirações. Verdadeiramente sensacional.