Arquivo do mês: novembro 2011

O portal sem manchete

Jornal impresso sem manchete já tínhamos visto (e faz tempo), mas neste último plantão testemunhei o portal de notícias sem título forte _pra mim, inédito.

Sensacional, segue valendo tudo o que falei há três anos.

Domingo é um dia especialmente árduo para o jornalismo on-line, e entregar uma homepage sem algo que pareça artificialmente importante (como a posição da manchete) é transparente e não faz mal ao leitor.

Em 2031, o jornalismo será assim

Já falamos aqui sobre a incongruência de termos como ciberespaço (que não é outro senão o mesmo espaço em que vivemos), e agora Steve Outing avança mais um pouquinho num divertido ensaio sobre o jornalismo em 2031 _ou seja, daqui há 20 anos.

Por exemplo, não haverá mais jornalismo on-line (simplesmente jornalismo) e simplesmente tudo o que existe e virá a existir será catalogado _nossa garantia de uma rede de dados verdadeiramente semântica.

O jornalismo involuntário do Google Earth

Vi um Tumblr que tenta mostrar “momentos artísticos” por trás das imagens registradas pelos carros do Google Street View e, imediatamente (como sempre), já pensei em outra coisa: que também há, ainda que involuntariamente, jornalismo por trás dessa devassa da rotina pública e privada dos 7 bilhões que habitam a Terra.

Seja no registro de um atropelamento ou de um ponto de prostituição, instantâneos aleatórios estão, efetivamente, contribuindo de alguma forma para o relato de nossa vida cotidiana – uma das funções do jornalismo.

Como calar o Anonymous

Imagine uma cabeça decapitada, mas portando fones de ouvido. Ao lado do corpo, um teclado.

A mensagem de narcotraficantes mexicanos foi clara: blogueiros, esqueçam a “resistência paralela” ao jugo do tráfico de drogas que submete o país a níveis nunca antes vistos de violência.

O Anonymous (grupo de ciberativistas) desistiu imediatamente de penetrar nos arquivos da polícia e tornar públicos dados e nomes que fazem parte do Zetas, o maior cartel do país.

Não, a vida em rede não é dissociada da vida em carne e osso.

2011, o ano em que cometemos crimes virtuais

Um exemplo da verticalização de infografias sobre a qual falei ontem (é o tablet influenciando formatos).

De quebra, é uma compilação interessante sobre essa nova fronteira para os larápios (a dica é do Sala de Prensa).

Verticalização da infografia e influência do suporte

Você já percebeu a tendência de verticalização dos infográficos no jornalismo on-line?

Vistos via web, eles parecem intermináveis. Mas o conceito faz todo sentido num tablet, onde a agradável rolagem com o dedo faz o serviço sem a dor do scroll.

É uma influência definitiva na navegação protagonizada pelo suporte.

África do Sul torna crime jornalismo investigativo

Reproduzo matéria publicada ontem pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Preocupante, mas distante do tal “controle social da mídia” que, sabiamente, a presidente Dilma Rousseff engavetou em nosso país.

“O Parlamento da África do Sul deixou de lado objeções de líderes históricos da luta contra o apartheid e aprovou ontem, com maioria esmagadora, uma nova lei de sigilo que, segundo críticos, foi elaborada para proteger a elite corrupta do país do jornalismo investigativo. A nova legislação determina, por exemplo, pena de até 25 anos de prisão aos responsáveis pela publicação de informações de Estado consideradas sigilosas.

O partido governista Congresso Nacional Africano (CNA) usou sua maioria para garantir a aprovação por 229 votos a favor e 107 contra. Opositores da Lei de Proteção da Informação afirmaram que tentarão derrubá-la na Corte Constitucional, assim que o presidente Jacob Zuma sancionar o texto, como é esperado.

O críticos da nova lei, entre eles Nelson Mandela e o arcebispo Desmond Tutu, batizaram a sessão parlamentar de ontem de “terça-feira das trevas”, em alusão a uma lei similar contra a liberdade de imprensa aprovada nos anos 70, sob o apartheid.

Tutu, que recebeu o Nobel da Paz em 1984 por seu papel decisivo na luta contra a segregação racial, afirmou que, para os sul-africanos, “é vergonhoso pedir que aceitem uma lei que pode ser usada para tornar ilegais as denúncias e o jornalismo investigativo”.

O potencial do mercado digital

Estudos divulgados na semana passada mostram o crescimento e a fragmentação do mercado digital no ambiente móvel (seja em smartphones ou tablets).

O potencial de crescimento em alguns casos é notável _como o fato de 80% dos leitores ainda lerem revistas em seu suporte original, ou seja, o papel.

Para irmos repensando nossas estratégias…

O pacote de censura que os EUA preparam para a internet

A Stop Online Piracy Act (ou simplesmente Sopa) está sendo discutida no congresso americano.

Na prática, a lei pode significar que sites bastante usados por todos nós, como Facebook e Twitter, correm risco real de serem bloqueados por que algum usuário distribuiu conteúdo ilegal.

O gráfico abaixo detalha o projeto.

O perigoso uso de chapéu em títulos no jornalismo on-line

O uso de chapéu (aquela palavrinha que fica acima dos títulos) no jornalismo on-line é um problema.

O exemplo acima (um singelo “au-au!”) é apenas uma mostra do que pode acontecer.

É fato que o uso desse recurso exige poder de edição e síntese brilhantes _para realmente poucos na profissão.

Daí vem o dilema: ou se estabelecem palavras-padrão, o que torna a edição burocrática, ou corre-se o risco de latir.

Escolha.