Arquivo do mês: fevereiro 2013

Webmanario, 5

Hoje esta página dedicada ao jornalismo completa cinco anos no ar. Sem pirotecnias, fiel ao objetivo de compartilhar ideias e conteúdo que possam ajudar a melhorar a nossa profissão.

Obrigado por caminhar ao meu lado e ajudar a construir esse debate tão útil quanto necessário.

Saudades daquele primeiro post, que brifava uma aula na Unifai, onde iniciei minha carreira acadêmica…

 

As melhores fotógrafas da história

Um tributo a profissionais como Cindy Sherman e Annie Leibovitz (nem todas exerceram o jornalismo, mas o jornalismo bebeu, e muito, na obra delas).

Nossas matérias ainda são longas demais?

Outro dia contamos aqui que a quantidade de reportagens de mais de 2.000 palavras despencou 86% no Los Angeles Times.

Há, ainda, gente que considere isso pouco. Ou melhor, que aponte que persiste nos jornais a cultura da matéria longa.

O motivo, explica Alan Mutter, é que não usamos os complementos que a tecnologia nos deu, como infográficos e vídeos, para contar as histórias melhor e de maneira mais prática.

Faz sentido.

A história do jornalismo afro-americano independente

Bom apanhado sobre a história do jornalismo afro-americano independente. Desfrute.

Caiu a ficha?

Demorou, mas a ficha do jornalismo profissional começa a cair: o avanço tecnológico tirou da imprensa a condição de filtro universal e único mediador. Isso é ótimo, mas tem gente que acha muito ruim.

O exemplo é o da administração Obama, que usa as ferramentas da web para falar diretamente aos cidadãos, sem a necessidade de contar, para isso, com a mediação da imprensa.

Daí que exista quem veja manipulação, como mostrou artigo do brilhante site Politico. Abaixo, reproduzo um parágrafo.

“President Barack Obama is a master at limiting, shaping and manipulating media coverage of himself and his White House. Not for the reason that conservatives suspect: namely, that a liberal press willingly and eagerly allows itself to get manipulated. Instead, the mastery mostly flows from a White House that has taken old tricks for shaping coverage (staged leaks, friendly interviews) and put them on steroids using new ones (social media, content creation, precision targeting). And it’s an equal opportunity strategy: Media across the ideological spectrum are left scrambling for access.”

Bom ou ruim, é inexorável.

Os 100 melhores sites para jornalistas

Divirta-se com essa lista. Tem algumas coisas bem interessantes – e que eu não conhecia.

Menos publicidade nos jornais

Um em cada três executivos de publicidade nos EUA prevê que gastará menos com a mídia jornal neste ano.

É por isso que o financiamento público do jornalismo (ou seja, pago pelos leitores) é a notícia de 2013.

Blogueiro?

Permitam-me, novamente, discorrer sobre algo que tem a ver com Yoani Sánchez (aproveitando sua conturbada visita ao Brasil): não consigo entender a insistência do uso do termo “blogueira” para qualificar (ou desqualificar?) a dissidente cubana.

Ora, um blog nada mais é do que um meio, não um fim em si. Desta forma, temos, por exemplo, blogs de médicos, de educadores físicos, de adolescentes relatando sua vida, de jornalistas…

Toda vez que qualificamos uma pessoa como blogueiro (termo que considero deveras pejorativo), automaticamente estamos esquecendo de tudo o que ela faz na vida – e que, em definitiva, a levaram a blogar para compartilhar.

É algo menos relevante, mas eu gostaria que você pensasse nisso.

O furo de Yoani

“Protesto faz parte da democracia, agressividade não”, disse Dado Galvão. “É uma cidade pacata”, queixou-se. “É o que a ‘Veja’ disse que ia acontecer”.

A recepção hostil à dissidente cubana Yoani Sánchez no Brasil confirmou, nas palavras do cineasta que a convidou para visitar o país, que a revista deu um grande furo.

Bom jornalismo é tão eficiente quanto ativismo político.

Agora, as manifestações contra Yoani apenas reforçam sua posição. Em Cuba, elas não prosperariam. Só a democracia permite que as pessoas se manifestem, ainda que de forma imbecil.

Desempregado, ganhador de prêmio vende equipamento para sobreviver

daniel_wpp

 

 

É a cara da nossa profissão: o fotógrafo português Daniel Rodrigues, ganhador de uma das categorias do World Press Photo este ano (é a imagem que você acima), está desempregado e, pior, sem máquina fotográfica – ele teve de vender seu equipamento para pagar as despesas.

É duro, mas é o jornalismo.