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Pesquisa Brasileira de Mídia 2016

Feita pelo Ibope por encomenda da Secom do Governo Federal, a Pesquisa Brasileira de Mídia é provavelmente o principal instrumento de aferição dos hábitos de consumo de notícias dos brasileiros. E anualmente as notícias que chegam trazem alguma surpresa.

De acordo com dados do documento mais recente, a TV ainda é o meio mais usado pela população para se informar sobre o Brasil (89% como primeira ou segunda opção), seguida pela internet (49%). Depois, com 30%, vem o rádio. Os jornais chegam a 12%, enquanto as revistas atingem 1%.

O documento é extenso e merece ser dissecado com calma, mas dados saltam aos olhos, como a informação de que 63% disseram ouvir rádio em aparelhos convencionais (17% o fazem pelo celular – e só 14% no carro). Outro dado que subverte o senso comum: por esta pesquisa é O Globo, não a Folha de S.Paulo, o jornal mais lido do pais – e eles são seguidos por Supernotícia e Extra.

A edição 2016 ouviu 15.050 pessoas em todo o país em entrevistas domiciliares realizadas de 23 de março a 11 de abril – os resultados só foram divulgados agora.

Clarín, 70

Com o mote “o jornal não faz o que quer com você, você é que faz o que quer com o jornal”, o Clarín colocou na rua a campanha que celebra seus 70 anos.

A eterna transição

Como pequenos jornais dos EUA enfrentam a eterna transição para o digital.

Jornal pede à Redação que ajude a distribuí-lo nas ruas

O Orange County Registrer, um pequeno jornal de Los Angeles, está oferecendo cupons de até US$ 150 para integrantes de sua equipe que ajudem a distribuir (e vender) o jornal de domingo.

Não é algo novo, como recorda Roy Greenslade ao Guardian, mas não deixa de ser outro indicativo de tempos bicudos para o impresso.

Perdidos

O documento sobre inovação e novas plataformas vazado do New York Times é o complemento perfeito para a conversa sobre a unificação de redações (de novo) promovida pelo Clarín.

Basicamente, o jornalão americano admite que muito do seu discurso externo sobre os novos tempos não passa de cascata para congressos acadêmicos. Seus jornalistas têm os mesmos problemas dos outros para se adaptar. E, pior, quem tem habilidades multitarefa não é valorizado (os principais postos sempre foram ocupados por gente analógica).

Os jornalistas não querem mudar – muitos, inclusive, garantem que não é preciso. É por isso que reunificações eternas e documentos como os do NYT continuarão a ser produzidos.

Um dos jornais mais antigos do mundo acaba

O Lloyd’s List, publicado desde 1740 originalmente como um relatório da marinha mercante, deixará de ser impresso no final do ano. O jornal se autoproclama o mais antigo do mundo.

Bezos e o impresso

Ontem me perguntaram o que Jeff Bezos quer com o Washington Post, pelo qual pagou US$ 250 milhões.

‘Filantropia’ é a hipótese mais divertida que eu, amante do noticiário em papel, li por aí. Há opiniões mais auspiciosas.

Quando o cara que mudou o comércio mundial se interessa por um produto em papel com a marca e a credibilidade do Post conseguimos entender um pouco a extensão da relevância que a ‘velha mídia’, ainda que combalida, construiu décadas a fio e a duras penas ainda detém.

Não é só pelos US$ 250 milhões.

A caminho do digital total

Meu professor José Luis Orihuela menciona o conceito do jornalismo pós-digital, defendendo que 20 anos após a chegada dos jornais à web, agora todos os fluxos são digitais. Isso ainda não é exatamente real, mas estamos a caminho.

Vivemos num mundo em que a plataforma pouco importa (conteúdo em papel e ondas de rádio e TV pode ser consumido num único lugar), e a ideia do digital total” parece ir nesse sentido.

Rótulos, porém, estão aí para serem desmascarados pelos acontecimentos.

China é a nova pátria dos jornais impressos

jornais

Com uma tiragem total de 114,5 milhões de exemplares diários, a China ultrapassou a Índia e é, hoje, o principal mercado mundial dos jornais impressos. Note, no gráfico, que em quatro anos a circulação desses veículos no Brasil caiu residuais 3%.

Pouca notícia no encarte publicitário

Manifestação de leitor publicada pela Folha de S.Paulo ontem suscita dois pensamentos: 1) a mídia impressa e sua credibilidade ainda são um porto seguro para a publicidade; 2) a correlação entre conteúdo editorial e publicitário não tem sido respeitado pelos veículos.

Publicidade
Gostaria de agradecer à Folha por trocar minha assinatura de um jornal por um grande informe publicitário com algumas poucas notícias no meio. O primeiro caderno de 25/5 tinha 24 páginas, sendo 17 de publicidade, sem contar a sobrecapa. “Cotidiano” tinha aproximadamente 70% do espaço com publicidade. Em “Mercado 1”, havia cinco páginas com publicidade num total de oito páginas. Isso sem contar os cadernos de publicidade propriamente ditos. De fato, é bom saber que eu pago mensalmente para receber publicidade.
Silvio Oksman, arquiteto (São Paulo, SP)