Arquivo do mês: abril 2012

Será que todo mundo está falando disso mesmo?

Redes sociais 'falam muito', expressão notabilizada pelo técnico corintiano Tite

Quem usa as redes sociais “para substituir a realidade não aumenta o seu capital social. Pelo contrário, pode mesmo sentir o isolamento típico de um peixe que contempla o mundo através do vidro do aquário.”

Apoiado, João Pereira Coutinho (autor da frase acima).

Mais: achar que os sites de redes social são a representação fidedigna da humanidade é um erro grotesco.

Não, o mundo não está (apenas) falando do que reverbera nas redes. Elas são só um pedaço (que pode eventualmente ser o mais relevante) dele. E tudo forrado de mentiras, mobilizações artificiais e ativismo.

Preocupe-se com o que estão falando nas redes, mas dê atenção ao que falam diretamente para você nos canais de participação do seu produto jornalístico.

É, basicamente, o resumo de minha participação no 1º Seminário de Redes Sociais do Comunique-se, quinta-feira passada, em São Paulo (os slides da apresentação estão disponíveis on-line).

O jornal mais antigo do mundo é… um diário oficial

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) tem uma breve história do veículo em seu site, com uma linha do tempo interessante que traz os jornais mais antigos ainda em circulação.

E o campeão é… o sueco Post och Inrikes Tidningar, uma espécie de diário oficial, de 1645.

Os fins justificam os meios

Já houve quem previsse que o fim do jornalismo impresso significaria também o imediato crepúsculo da blogosfera. É um exagero que, ao menos, parte de uma observação que segue alguma lógica.

Ou não é verdade que nesse ambiente on-line (e em outros, como as redes sociais) um número considerável de usuários passa o dia se entretendo com o noticiário produzido especialmente para uma velha rotativa e meramente transposto para a internet?

O suporte impresso foi identificado, num estudo conduzido na Universidade de Oregon (EUA), como o mais capaz de reter a atenção de quem lê. Seu formato de hierarquização é insuperável, a ponto de ter sido mimetizado quase na íntegra pela web.

Ainda assim, todos os dias nos perguntamos – em muito influenciados pela situação dos jornais no hemisfério norte – até onde precisam se reinventar nossos impressos para sobreviver num mundo de tanta informação barata, onipresente e relatorial.

O avanço tecnológico e um de seus derivados, a cultura do minuto, transformaram o timing característico do jornal em papel. Um dia parece ser (e é) uma eternidade para elaborar, preparar e acabar um produto jornalístico dessa natureza.

Os jornais têm a obrigação de ser melhores. Da discussão dos assuntos que comporão seu cardápio à definição da maneira como serão apresentados nos 29,7cm por 52cm de cada uma de suas páginas (no formato standard), há mais tempo para debater, demandar e corrigir.

O negócio dos jornais não é vender papel, mas conteúdo. Nesse aspecto, ainda que ganhem pouco ou nenhum dinheiro na plataforma on-line, encontram na internet um forte aliado. Afinal de contas, é onde se fala dele. Bem ou mal.

O esporte é um tema que ganha extrema visibilidade no país da Copa e da Olimpíada. Tanto que os principais jornais do Brasil derrubaram o tabu de não elevar assuntos da editoria às suas manchetes. Aconteceu algumas vezes em Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo muito recentemente. Significa que o jornalismo esportivo está na vitrine.

Quem faz a coisa em papel tem a possibilidade adicional de amplificar o alcance de sua produção usando a rede. Se por um lado os “forros de gaiola” representam o artesanato da notícia, ao mesmo tempo trafegam com naturalidade no ambiente que – dizem – irá matá-lo.

É momento de mostrar serviço, só para usar um clichê tão frequente quanto verdadeiro no jornalismo.

*Texto originalmente publicado no blog da Virta

Londres quer proibir torcedores de compartilhar a Olimpíada em redes sociais

Atenção, surgiu mais uma iniciativa fadada ao fracasso: o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Londres pretende impedir que o público pagante do evento limite o registro de fotos, vídeos e áudios à esfera “doméstica e privada”.

O contrato que rege a venda de ingressos cita expressamente o veto à distribuição em sites de redes sociais “e na internet de forma geral” de qualquer conteúdo captado “em ambiente olímpico”.

Veja, não será proibido filmar ou fotografar – mas sim compartilhar esse material.

Com quase 6 milhões de entradas para eventos em 26 modalidades, eu me pergunto como alguém acha que é possível controlar de que forma se dará o armazenamento do registro feito pelas pessoas.

Por mais que YouTube e Facebook (só para citar os dois canais mais óbvios e pops de escoamento da produção das pessoas) montem um exército para excluir material indesejado pelos proprietários dos direitos da competição – e eles irão, já há acordos nesse sentido com o Comitê Olímpico Internacional -, mais uma vez será uma disputa de gato e rato. E o vencedor já sabemos todos quem será.

É 2012 e ainda não entendemos que a rede e seu poder de compartilhamento são incontroláveis?

Brasil, o país em que mais se mata jornalistas

A morte do jornalista maranhense Décio Sá, executado com seis tiros nesta semana, colocou o Brasil no topo do ranking dos países mais perigosos para os coleguinhas em 2012 – superamos a Síria, que vive uma guerra civil.

No ano passado, o país foi o 8º em que mais jornalistas morreram.

É tétrico porque, há cerca de algumas semanas, o governo brasileiro melou na ONU um plano que discutia justamente a criação de um padrão global de proteção aos profissionais de imprensa.

Minha participação no Ficom de Montes Claros

Parte da plateia que acompanhou o evento

Muito produtivo o II Fórum Integrado de Comunicação (Ficom), que as Faculdades Santo Agostinho organizaram nesta segunda em Montes Claros (MG) e durante o qual tive o prazer de trocar ideias com colegas e muitos estudantes (ou “acadêmicos”, como eles dizem lá).

Cerca de 200 pessoas participaram da conversa, que girou em torno das novas responsabilidades do jornalista num mundo de inovação tecnológica. Obrigado às faculdades e ao Andrey Librelon, em especial, pela acolhida.

Na ocasião, os colunistas sociais da cidade (e são muitos, acredite!) foram homenageados pela instituição. Agradeço o carinho de todos, mas especialmente de Felicidade Tupinambá e Márcia Vieira (a “Yellow”) – a quantidade de fotos que tirei nesta noite, seguramente, superou as que foram tomadas em toda a minha existência!

Capa da Gazeta Norte Mineira de 23/4/2012

Muito obrigado a todos os montes-clarenses, espero voltar em breve!

Quanto vale o rapper 50 Cent

Uma matéria da Reuters editada por um redator de jornal desatento evidenciou mais uma vez o lado B dos automatismos: o rapper 50 Cent teve o nome “convertido” para a moeda da Malásia, o Ringgit. Simplesmente sensacional.

Aqui mesmo já dei outros exemplos de que nada substitui a edição humana, casos do mapa muito louco da Geórgia, do atleta Tyson “Homossexual” e do bug do mapa da criminalidade em Los Angeles.

‘No futuro, os jornalistas escreverão em computadores’

É o que nos conta o jornal argentino La Nación em 4 de março de 1981. Uma preciosidade que o Paper Papers resgatou (e o Sala de Prensa, sempre solerte, divulgou).

Conversações em Montes Claros nesta segunda

Nesta segunda-feira terei o prazer de participar da segunda edição do Fórum Integrado de Comunicação e Imprensa, organizado pelas Faculdades Santo Agostinho, de Montes Claros (MG).

Será uma ótima oportunidade de conhecer os colegas e a produção jornalística local, além de falar um pouco sobre o que as pessoas fizeram com a internet (e, consequentemente, com o jornalismo).

Depois eu conto como foi.

Jogo contra o plágio elenca regras de citação acadêmica

Grande dica de Arquimedes Pessoni: o Jogo do Plágio (em inglês) que, em formato de game, elenca as regras da citação acadêmica.