Arquivo do mês: outubro 2013

Caímos mais uma vez

O caso do falso atrasado do Enem me fez lembrar de diversas outras oportunidades em que a mídia foi manipulada por quem sabe bem que, para ser retratado por ela, basta contar uma história. Qualquer história.

Ryan Holiday, por exemplo, é um mentiroso contumaz que pregou peça atrás de peça no jornalismo nosso de cada dia. Na França, estudantes criaram uma cabeluda história de prostituição para bancar a faculdade – era tudo balela, mas a imprensa “repercutiu”.

E há ainda o sofisticado “O Abraço Corporativo”, em que um falso consultor de RH dá dicas absurdas sobre como o afeto incrementa a produtividade das empresas – e ganha um amplo espaço na mídia, novamente contemplativa.

Em 1996, quando do acidente da TAM em Congonhas, um rapaz choroso foi ao local do acidente e cavou seu espaço no noticiário ao dizer que tinha acabado de perder três amigos naquele voo. Deus seus nomes, chorou. Aqueles nomes não estavam na lista de passageiros – o sempre diligente Micael Silva encontrou uma entrevista do cidadão contando essa lorota.

O melhor de tudo isso: quando revelados, os embustes fazem os jornalistas recorrerem a uma série de explicações. Não precisa: nada pode ser mais babaca do que dar voz a atrasados do vestibular e a um consultor tresloucado.

Quem é jornalista?

Mais uma tentativa de definir a profissão, aparentemente, flopou: o estudo “Quem é jornalista?”, realizado no âmbito da Universidade de Dayton (EUA) por Jonathan Peters e Edson C. Tandoc, Jr.

Na era da informação total protagonizada por todos nós, a definição, é verdade, só tem importância jurídica, já que o exercício do jornalismo está protegido por diversas leis nos EUA – como a que permite manter fontes no anonimato.

No final das contas, prevaleceu no estudo a seguinte definição: “Alguém encarregado a regularmente apurar, processar e disseminar notícias e informação que sirvam ao interesse público”.

O jornalismo no Facebook

Nos EUA, 30% dos usuários adultos buscam notícias no site de Zuckerberg. Não é um acaso, e não apenas por relacionamento, que tantas marcas jornalísticas estejam lá.

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Por que comprar um jornal impresso?

Dono de um conglomerado que inclui o time de beisebol Boston Red Sox, John W. Henry apresentou justificativas, neste final de semana, para seu mais polêmico negócio: a compra de um jornal impresso.

No texto, o investidor ressalta em vários momentos um aspecto fundamental da vida (e da morte) dos jornais impressos: sua credibilidade enquanto marca e seu engajamento com a comunidade.

É suficiente para justificar um investimento de US$ 70 milhões?

Conteúdo relevante em meio ao caos

Como encontrar conteúdo relevante em meio a um oceano de informação? O livro “Independent Storytellers: Content Curation as a New Form Of Journalism” ajuda a responder a essa e outras questões num momento em que o trabalho do jornalismo profissional passou a ser muito maior do que a busca pelo inédito. Organizar o caos está na ordem do dia.

Ferramentas de storytelling

Uma relação de ferramentas para ajudar na construção de novas narrativas.

Muito além de Yoani

O condomínio Voces Cubanas reúne o trabalho de várias pessoas que têm relatado o difícil (mas promissor) dia a dia da ilha. Para você ir além de Yoani Sánchez (que também está lá, claro).

Todos os doodles do mundo

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O doodle (a imagem de abertura da página principal de busca do Google) é sempre uma diversão. O que dizer de uma página que reúne todos os doodles já produzidos? Divirta-se.

Saco de pancadas

Casos de agressão a jornalistas no Brasil cresceram mais de 150% em apenas 12 meses, na esteira dos protestos pelo país. Todo um paradigma em se tratando de manifestações que deveriam, a princípio, ser democráticas.

A história se repete

O Diário de S.Paulo, que um dia foi o Diário Popular, escancara sua crise e passa a ocupar, a partir do dia 14 de novembro, as instalações que outrora foram da Agência Estado, no Limão.

O jornal, numa parceria com o Grupo Estado, também vai a gráfica da casa para imprimir suas edições.

O curioso é que a história se repete: foi o Diário Popular quem ocupou o prédio, no centro de São Paulo, que servia à Redação de O Estado de S.Paulo quando da mudança para o prédio onde atualmente se encontra.