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Jornalismo e vínculos sociais

A ideia dos acionistas do Libération – de explorar os vínculos sociais para salvar seu jornal impresso – não é nova: já em 2009, conforme relatei aqui, o jornal alemão Taz fez funcionar um café público no prédio da redação para aproximar sua equipe do consumidor de notícias.

É algo a que o jornalista médio tem horror. Afinal, o jornalista médio escreve para si próprio.

O povo do Blue Bus está discutindo o assunto também. E quem torce o nariz para a ideia? Sim, justamente o… jornalista médio.

O jornalismo no Facebook

Nos EUA, 30% dos usuários adultos buscam notícias no site de Zuckerberg. Não é um acaso, e não apenas por relacionamento, que tantas marcas jornalísticas estejam lá.

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Para quem ainda não entendeu o que é rede social

É impressionante, mas anos depois – o Twitter, por exemplo, já está no ar há seis anos – ainda não foi compreendido o sentido de prestação de serviço, curadoria e relacionamento que os grupos jornalísticos têm de ter em redes sociais.

Então, pra quem não entendeu (e são tantos…) o exemplo acima funciona melhor do que um desenho: a Reuters retuitou um CONCORRENTE (a France Presse) porque considerou a informação relevante ao seu público.

Isso é saber fazer jornalismo em rede social. O resto é propaganda e masturbação (cujo apogeu é o retuíte de si mesmo).

A falsa interação

No mesmo dia, Folha de S.Paulo e o espanhol ABC abordam um tema sobre o qual se sabe mas pouco se fala: a compra de popularidade em redes sociais.

Há muito tempo já dissemos aqui que número de seguidores ou fãs não é termômetro para detectar qualidade de interação com o público, ainda mais quando se trata de uma legião de zumbis ou robôs que nada acrescentam à conversação.

Quando alguém chega pra mim dizendo que seu objetivo nos sites de rede social é ter um milhão de amigos, a solução está na ponta da língua: “custa tanto” – um pacote de mil curtidas, por exemplo, vale R$ 400.

Twitter e Facebook não servem para nada se não quisermos nos relacionar.

Acomodação nas redes sociais

Será que, após tanto barulho, as coisas finalmente estão se acomodando nos sites de rede social, bombados por uma falsa percepção de que o mundo todo está ali falando sobre os assuntos que realmente importam?

Estagnado, o Twitter não representa mais o drive de audiência de outrora e, agora, a General Motors – um dos maiores anunciantes do mundo – avisa que deixará de promover seus produtos pagando ao Facebook porque essas ações simplesmente não ajudam a vender carros de verdade.

Um estudo quantifica o tamanho da encrenca: só 3% dos usuários da rede clicam em banners publicitários.

É o momento de se discutir o velho mantra de que essas ferramentas servem, para as marcas, como instrumentos de relacionamento – e a longo prazo, coisa que a urgência por cliques ou o ROI (retorno do investimento) publicitário, positivamente, não estão a fim de esperar.