
Pra quem não viu: uma ação de marketing do lançamento do filme Faroeste Cabloco ressuscitou, ainda que por um dia, o Notícias Populares, o jornal que falava com o povão mas era editado pela elite – vários dos jornalistas de maior protagonismo na publicação eram oriundos da USP, mais especificamente da ECA, a Escola de Comunicações e Artes da principal instituição de ensino superior do país.
O NP (aquele que vertia sangue se fosse amassado) circulou em São Paulo entre 1963 e 2001, quando o Grupo Folha decidiu descontinuar o título.
Até hoje, porém, é cultuado por toda uma geração de jornalistas que teve ali seu primeiro contato com a profissão – vários atualmente têm postos importantes em grandes corporações.
Jamais incensei ou coloquei o NP num pedestal simplesmente por não conceber graduações de sensacionalismo.
Não é porque garotões bem nascidos e criados fizeram do jornal seu parque de diversões de experimentalismos no esgoto da imprensa que, de alguma forma, a publicação mereça um salvo-conduto.
Por sinal, a cobertura do caso da Escola Base, um momento que proporcionou diversão épica para a garotada que brincava de fazer jornalismo e que gostava de se masturbar mentalmente com as manchetes que criava muitas vezes escoradas em gírias cantadas pelos contínuos , foi um passo decisivo para fechar o caixão do jornal. Que descanse em paz.