Arquivo do mês: maio 2013

Redes sociais: quando chega a hora de jogar a toalha

“Saber a hora de jogar a toalha” talvez seja a dica mais valiosa para administradores de comunidades com a qual já topei.

Contextualizando, refere-se ao trabalho hercúleo de gerenciar presença e conversação de marca em todos os cantos, da web aos móveis, muitas vezes em ambientes que nem nós mesmos sabemos exatamente de que forma está sendo usado pelas pessoas.

Pense nisso antes de morrer de ataque cardíaco.

Nesta coleção de dicas do link acima faltou a que considero mais importante: jamais considerar o buzz em redes sociais, seja ela qual for, como um sinônimo de “todo mundo está falando disso”. Nada mais equivocado.

Gay Talese e o jornalismo esportivo

Gay Talese, um dos expoentes do novo jornalismo (que emprestou à profissão ingredientes literários, alguns nada caros ao ofício, como a ficção), usa o jornalismo esportivo como uma grande alegoria do mundo no livro “O Silêncio do Herói”.

Ali, reúne uma coletânea do que escreveu sobre o assunto em mais de 60 anos.

ATUALIZAÇÃO: Em espanhol, o livro pode ser comprado na Casa del Libro.

Você está ouvindo o The New York Times

Conhece esta página? Basicamente, ela lê os títulos das principais notícias publicadas pelo jornalão americano.

A ideia, louca, está melhor explicada aqui.

 

Pouca notícia no encarte publicitário

Manifestação de leitor publicada pela Folha de S.Paulo ontem suscita dois pensamentos: 1) a mídia impressa e sua credibilidade ainda são um porto seguro para a publicidade; 2) a correlação entre conteúdo editorial e publicitário não tem sido respeitado pelos veículos.

Publicidade
Gostaria de agradecer à Folha por trocar minha assinatura de um jornal por um grande informe publicitário com algumas poucas notícias no meio. O primeiro caderno de 25/5 tinha 24 páginas, sendo 17 de publicidade, sem contar a sobrecapa. “Cotidiano” tinha aproximadamente 70% do espaço com publicidade. Em “Mercado 1”, havia cinco páginas com publicidade num total de oito páginas. Isso sem contar os cadernos de publicidade propriamente ditos. De fato, é bom saber que eu pago mensalmente para receber publicidade.
Silvio Oksman, arquiteto (São Paulo, SP)

Você é um ex- jornalista de papel?

Você acha que, na maioria das matérias, um ou dois parágrafos bastam para contar a história? Ou que frequentemente uma boa infografia vale mais do que um texto?

Bem, talvez você seja um ex-jornalista de papel. Confira outros 154 sintomas dessa síndrome compilados por John L. Robinson.

A moda do paywall

O paywall será o grande personagem do jornalismo em outras plataformas (que não a impressa) em 2013. Até o Politico, projeto pioneiro sem fins lucrativos nos EUA, vai testar o modelo.

Ressuscitado num movimento exponencial de jornalões como The New York Times e Folha de S.Paulo, a cobrança por conteúdo web e móvel tem dado sinais auspiciosos de que seus críticos (entre os quais me incluo com orgulho) provavelmente se equivocaram.

Paul Gillin discorre mais sobre o tema num texto obrigatório para quem tenta entender a mudança do ecossistema informativo.

Ação de marketing ressuscita o Notícias Populares

np_faroeste_600

Pra quem não viu: uma ação de marketing do lançamento do filme Faroeste Cabloco ressuscitou, ainda que por um dia, o Notícias Populares, o jornal que falava com o povão mas era editado pela elite – vários dos jornalistas de maior protagonismo na publicação eram oriundos da USP, mais especificamente da ECA, a Escola de Comunicações e Artes da principal instituição de ensino superior do país.

O NP (aquele que vertia sangue se fosse amassado) circulou em São Paulo entre 1963 e 2001, quando o Grupo Folha decidiu descontinuar o título.

Até hoje, porém, é cultuado por toda uma geração de jornalistas que teve ali seu primeiro contato com a profissão – vários atualmente têm postos importantes em grandes corporações.

Jamais incensei ou coloquei o NP num pedestal simplesmente por não conceber graduações de sensacionalismo.

Não é porque garotões bem nascidos e criados fizeram do jornal seu parque de diversões de experimentalismos no esgoto da imprensa que, de alguma forma, a publicação mereça um salvo-conduto.

Por sinal, a cobertura do caso da Escola Base, um momento que proporcionou diversão épica para a garotada que brincava de fazer jornalismo e que gostava de se masturbar mentalmente com as manchetes que criava muitas vezes escoradas em gírias cantadas pelos contínuos , foi um passo decisivo para fechar o caixão do jornal. Que descanse em paz.

Projeto reconta as notícias para crianças

Conheci agora e adorei o Projeto Recontando, obra de uma mãe jornalista que, às voltas com a tarefa de explicar o noticiário para seu filho, teve a ideia de traduzir os fatos para torná-los acessíveis aos pequenos (como o vídeo acima, que fala das enchentes em Xerém, no Rio). Hoje, ela percorre escolas com seu trabalho.

Iniciativas como essa (e a do jornal japonês Tokyo Shimbun, mais tecnológica) ajudam a preservar nossos futuros consumidores de notícias.

Ferramentas para storytelling

Uma coleção de ferramentas para storytelling – uma especialidade jornalística que o mundo da comunicação abraçou.

Uma luz para a publicidade on-line

Uma nova métrica destinada a apurar a exposição de usuários da web à publicidade pode dar novos argumentos para a cobrança desse tipo de espaço.

A principal descoberta da Chartbeat parece mesmo ser a maior eficácia dos anúncios que aparecem no meio dos conteúdos, em detrimento do bom, velho e mais valorizado banner do topo de página – que, descobriu-se agora, é menos visto porque o usuário faz rapidamente o scroll em busca do conteúdo que efetivamente interessa.

De toda forma, essa sistemática pode permitir que os webpublishers, a exemplo do que faz a TV, passem a cobrar a publicidade on-line por tempo de exibição, não por espaço ocupado. Seria uma mudança e tanto.