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Uma luz para a publicidade on-line

Uma nova métrica destinada a apurar a exposição de usuários da web à publicidade pode dar novos argumentos para a cobrança desse tipo de espaço.

A principal descoberta da Chartbeat parece mesmo ser a maior eficácia dos anúncios que aparecem no meio dos conteúdos, em detrimento do bom, velho e mais valorizado banner do topo de página – que, descobriu-se agora, é menos visto porque o usuário faz rapidamente o scroll em busca do conteúdo que efetivamente interessa.

De toda forma, essa sistemática pode permitir que os webpublishers, a exemplo do que faz a TV, passem a cobrar a publicidade on-line por tempo de exibição, não por espaço ocupado. Seria uma mudança e tanto.

Google ganha concurso de publicidade impressa

ad_googleO jornal norte-americano USA Today (aquele responsável pela introdução da linguagem da TV e textos cada vez menores no jornalismo impresso) bancou um concurso com  US$ 1 milhão de prêmio para estimular a criatividade das agências de publicidade que produzem anúncios para o veículo.

O resultado? Quem ganhou foi o Google, provavelmente um dos principais responsáveis pela necessidade de se estimular a criatividade em produtos impressos, com a peça que você aqui, produzida por seu laboratório de criatividade.

Alguma dúvida de que fomos atropelados inexoravelmente?

Acomodação nas redes sociais

Será que, após tanto barulho, as coisas finalmente estão se acomodando nos sites de rede social, bombados por uma falsa percepção de que o mundo todo está ali falando sobre os assuntos que realmente importam?

Estagnado, o Twitter não representa mais o drive de audiência de outrora e, agora, a General Motors – um dos maiores anunciantes do mundo – avisa que deixará de promover seus produtos pagando ao Facebook porque essas ações simplesmente não ajudam a vender carros de verdade.

Um estudo quantifica o tamanho da encrenca: só 3% dos usuários da rede clicam em banners publicitários.

É o momento de se discutir o velho mantra de que essas ferramentas servem, para as marcas, como instrumentos de relacionamento – e a longo prazo, coisa que a urgência por cliques ou o ROI (retorno do investimento) publicitário, positivamente, não estão a fim de esperar.

Primeiro na web, depois impresso

Artigo de Alysia Santo na Columbia Journalism Review analisa uma faceta interessante do modelo de negócios adotado por alguns projetos nascidos na web e que, posteriormente, criaram um braço impresso como estratégia de mercado.

Os motivos são basicamente três: cobrar mais dos anunciantes, reforçar a marca em pontos de venda e ganhar mais credibilidade.

Este último, ainda o maior ativo do jornalismo em papel.

A falha humana e a automação programada para falhar

O que é pior: uma falha humana que faz um anúncio constrangedor ser publicado no maior jornal do país ou uma programação humana feita para falhar, como o link patrocinado, recurso que inevitavelmente coloca o jornalismo em situação ridícula?

Não tenho dúvida de que a automação preparada para falhar é muito mais grave. Afinal de contas, diferentemente do erro humano, sabemos de antemão que aquilo vai acontecer.

São os casos da notícia sobre a proibição da venda do cigarro eletrônico no Brasil acompanhada de links para se comprar o produto proibido, ou da trágica notícia de uma criança que ficou presa numa máquina de lavar roupa ladeada por anúncios de máquina de lavar roupa _que tratei aqui recentemente.

Mas tem gente que pensa que não é bem assim, caso de Tiago Dória, alguém que conhece das coisas. Pra ele, a falha de um subalterno de um departamento de publicidade, que levou às páginas da Folha de S.Paulo o anúncio em que o Extra se despedia da seleção brasileira (quando na verdade ela havia ganho do Chile), é mais grave.

E acho então que precisamos discutir um pouco mais a extensão do uso de robôs no jornalismo, porque é óbvio que ele não me serve a partir do momento em que eu sei, com antecedência, que irá me provocar problemas.

O Tiago diz que não e me questiona (“e depois tem gente que ainda vem falar sobre link patrocinado”, afirmou no dia do anúncio errado da Folha, abordando diretamente uma das bandeiras do Webmanario).

Bem… essa defesa incondicional é mais retrógrada do que um mero departamento comercial que recebe duas versões de anúncio e manda para as páginas do jornal o incorreto.

É até muito conformista se resignar com o vexame da automação. E uma grande pena.

A falta de noção em um pequeno anúncio publicitário

O post de hoje não tem nada a ver com novas mídias ou jornalismo, mas tudo com o velho e insuperável bom senso _que, por sinal, precisa permear nossa profissão sempre.

Senso que faltou ao genial cara que bolou esse pequeno anúncio de uma funerária de Belo Horizonte.

Obrigado ao diligente blog Estalo por mais essa graça alcançada…

Anúncio surpreende e constrange a CNN


Agora aconteceu com a CNN: um anúncio de uma companhia de seguros alusivo à morte apareceu bem ao lado da notícia de uma morte real, a do ator Dennis Hopper.

Isso só reforça aquela minha cruzada contra automações em produtos jornalísticos. Claro, nesse caso houve uma infeliz coincidência _ao contrário daquela outra vez, o caso do link patrocinado.

Não dá: tudo tem que ser editado por jornalistas. Senão cenas constrangedoras como essas continuarão se repetindo.

O Brainstorm9 foi quem viu primeiro.

Olimpíada-16 e Copa-14 dão sobrevida aos jornais impressos brasileiros

Repare na quantidade de anúncios dos jornais impressos deste sábado relacionados à escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

A Folha de S.Paulo, por exemplo, editou um caderno especial de 20 páginas _nenhuma delas “limpa”, como falamos no jargão (ou seja, todas com anúncios, vários de página inteira).

Somada a realização da Copa do Mundo de futebol, em 2014, estes próximos sete anos com direito aos dois maiores eventos esportivos no país prometem ser de bonança para o jornalismo impresso, ainda o porto seguro das verbas publicitárias (públicas e privadas).

Pela amostra dos diários deste sábado, os periódicos de papel brasileiros terão pela frente um período bastante auspicioso do ponto de vista de acúmulo de receitas. É um respiro num cenário de crise, enxugamento e queda de circulação.

A falsa mobilização da ex-plateia

O falso anúncio dos leitores no NYT

O falso anúncio dos leitores no NYT

O engajamento da audiência (ou melhor, da ex-plateia) definitivamente mudou o fazer jornalístico. Não só mudou como, em alguns casos, o influenciou diretamente, criando ruídos contestatórios e evidenciando que seu poder não é mais o mesmo.

Só que muitas vezes essa audiência serve a interesses, inclusive de governos que, nas sombras, agem bancando seus devaneios.

A ONG “For the Next Generation” voltou a fazer barulho ontem, ao publicar no New York Times um anúncio que repara um mapa publicado pelo jornal _a questão é toda política e envolve o nome de um quase golfo entre as Coreias, China e Rússia, além do país que lhe dá o nome mais usado.

O NYT escreveu Mar do Japão, o ONG briga pelo uso de Mar do Leste. Daí a provocação.

Não foi uma novidade: em 2005, a entidade publicou anúncio semelhante no The Wall Street Journal. É seu modus operandi.

No caso mais recente, ela diz que foram 94.966 doadores que bancaram o anúncio, cujo valor não foi revelado (mas gira em torno de US$ 60 mil), quase todos coreanos.

Aqui se trata de massa de manobra, não de uma manifestação espontânea da ex-plateia. Apenas para que os registros de uma conduta induzida e politizada não sejam confundidos com a legítima participação do público no jornalismo formal.

A primeira vez a gente nunca esquece

Blog da Universidade de Columbia informa que nesta segunda o The New York Times publicou o primeiro anúncio de sua história na primeira página.

Com a ajuda da correspondente da Folha de S.Paulo em Nova York, Andrea Murta _que teve de revirar o lixo e encontrar o exemplar, já que lá nos EUA o jornal não vem embalado em plástico, mesmo sob neve intermitente, e vai direto para a lixeira em dias úmidos_, descobri que trata-se de um rodapé em seis colunas com destaques da programação da CBS, a rede de TV número um dos Estados Unidos.

Em texto na edição, o jornal justifica a decisão como uma resposta “à pior queda de receita desde a Grande Depressão” e diz que a publicidade será veiculada apenas “abaixo da dobra”, ou seja, na metade de baixo da capa.

A minha surpresa neste caso é saber que só agora essa primeira página foi “maculada”. Por aqui, já tivemos até o triste caso de toda uma primeira página (e dos três principais jornais brasileiros) comprada por um anunciante, e ainda por cima estatal.