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A narrativa de marca e a construção de uma comunicação de verdade

A fragmentação abriu uma gigantesca janela de oportunidade para se contar histórias. Se por um lado essa descontextualização também é um risco, ofereceu múltiplas oportunidades para a narrativa de marca.

Facebook adere à narrativa de marca

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Mencionei outro dia a narrativa de marca (ou jornalismo de marca ou marketing de conteúdo – e outros sinônimos) outro dia, ressaltando que apesar de ser uma estratégia antiga (ou será que esquecemos do Repórter Esso ou do Guia Michelin?) tem sido apresentada como a última palavra em comunicação corporativa.

É bem verdade que, como tática de marketing, a narrativa de marca surge com intensidade no McDonald´s em 2004 como um coelho que o lendário Larry Light (ex-CMO da rede) tirou da cartola para reagir ao estupendo “Supersize Me”, documentário maravilhoso que colocou a marca na berlinda.

Nem nativos digitais que, a priori, não precisariam se preocupar com isso estão alheios à movimentação. É o que explica a iniciativa do Facebook no terreno do brand content – um avanço institucional no campo do “meu site não serve só pra memes inúteis”.

Ação de marketing ressuscita o Notícias Populares

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Pra quem não viu: uma ação de marketing do lançamento do filme Faroeste Cabloco ressuscitou, ainda que por um dia, o Notícias Populares, o jornal que falava com o povão mas era editado pela elite – vários dos jornalistas de maior protagonismo na publicação eram oriundos da USP, mais especificamente da ECA, a Escola de Comunicações e Artes da principal instituição de ensino superior do país.

O NP (aquele que vertia sangue se fosse amassado) circulou em São Paulo entre 1963 e 2001, quando o Grupo Folha decidiu descontinuar o título.

Até hoje, porém, é cultuado por toda uma geração de jornalistas que teve ali seu primeiro contato com a profissão – vários atualmente têm postos importantes em grandes corporações.

Jamais incensei ou coloquei o NP num pedestal simplesmente por não conceber graduações de sensacionalismo.

Não é porque garotões bem nascidos e criados fizeram do jornal seu parque de diversões de experimentalismos no esgoto da imprensa que, de alguma forma, a publicação mereça um salvo-conduto.

Por sinal, a cobertura do caso da Escola Base, um momento que proporcionou diversão épica para a garotada que brincava de fazer jornalismo e que gostava de se masturbar mentalmente com as manchetes que criava muitas vezes escoradas em gírias cantadas pelos contínuos , foi um passo decisivo para fechar o caixão do jornal. Que descanse em paz.