Arquivo do mês: outubro 2015

PSB faz propaganda política sem políticos

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É isso mesmo: uma propaganda política sem nenhuma fala ou mesmo aparição de político por dez longos minutos. Isso existe e foi ao ar na noite de quinta-feira (22/10) no espaço concedido “gratuitamente” (pagamos nós todos em renúncias fiscais dos veículos que têm sua probgramação sequestrada) pelo TSE todo santo semestre aos partidos políticos com representação no Congresso.

O PSB imaginou uma narrativa gráfica muito bem amarrada, pronta para ser remixada (vários de seus trechos valem pílulas na web e nas redes), embora ainda afetada – ainda que bem menos – pelo discurso de praxe nessas ocasiões.

Uma nova fronteira, arejou esse formato denso e quase imexível. Veja.

Prefeitura de SP diz que cidade é mal-humorada e que Curitiba faz ‘perfumaria virtual’ no Facebook

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ATUALIZAÇÃO: Num longo texto publicado nesta quinta (o ‘textão’, em internetês), Curitiba aborda o assunto com a leveza que lhe é peculiar

Interessante: provocada por um internauta, a Prefeitura de São Paulo expôs pela primeira vez o seu planejamento editorial para a presença da administração no Facebook.

À estudante Natália Horta, que perguntou publicamente na página se São Paulo não entraria na onda da “realidade despojada das redes sociais”, os social medias do prefeito Fernando Haddad foram nus e crus.

“A gente acredita que administração pública não é entretenimento (…), e colocar capivaras voando não ajuda a pessoas a ser mais cidadã ou participativa”, afirma a resposta, citando diretamente aquele que é um case de sucesso nas redes, a Prefeitura de Curitiba.

Tem mais: “A gente tem certeza que grande parte das pessoas que curtem a página de Curitiba não moram lá, portanto não se interessam se aqueles memes representam alguma mudança real no dia a dia delas ou se são apenas perfumaria virtual”.

E mais: “São Paulo é uma cidade um tanto mal-humorada e tem uma imprensa que não curte nada dessa gestão, portanto qualquer piada poderia virar uma polêmica gigantesca”.

Faz bastante sentido, especialmente a parte que toca sobre Curitiba (efetivamente a linguagem nerd utilizada não fala com o todo da população, nem mesmo com o todo que está na internet). Quanto à questão do entretenimento…

Ora, a internet tem uma linguagem específica e o controle é do público. Se o pressuposto é “essa linguagem da internet me dá nojinho”, o melhor a fazer seria retirar o time de campo e nem sequer ter ingressado na brincadeira. Ninguém é obrigado a ter perfis em redes sociais, muito menos marcas. As feridas podem ser sempre maiores se não há disposição ao diálogo – e isso a Prefeitura de São Paulo já havia demonstrado, no mesmo Facebook, ao promover interações agressivas, algumas até parentes do entretenimento (citando Madonna, por exemplo).

Vivendo e aprendendo, não é mesmo?

O usuário é preguiçoso?

Especialista em UX desde os tempos em que ela conhecida como usabilidade, mestre Jakob Nielsen escreve nesta semana sobre a tendência que todos temos de considerar o ser humano preguiçoso na interação com máquinas. Na verdade, aponta Nielsen, o foco é criar caminhos e design que andem na direção do comportamento humano.

Inércia de dispositivos, comportamento momentâneo e atenção seletiva são três dos aspectos que o especialista chama a atenção para que façamos produtos melhores. Vale a leitura.