Arquivo do mês: julho 2012

Fonte só vê a matéria pronta

Há um ponto pacífico no jornalismo: fonte não vê matéria antes de publicada nem dá sugestão ao jornalista.

No Washington Post, tinha virado moda a figura da “correção de declaração”, pela qual assessores reformavam frequentemente as frases ditas por seus assessorados em busca de dourar a pílula.

Até que chegou um comunicado da chefia acabando com a graça (a dica é de António Granado).

Quanto custa?

Repeteco pra quem perdeu: olha só a sutileza do colunista social Maicon Tavares, do Jornal de Notícias (Montes Claros-MG), cobrando as pessoas que apareceram na coluna e não pagaram…

O cartunista silenciado a bala

Crítico feroz das autocracias árabes e também do Estado de Israel, o cartunista Naji Al Ali não viveu para ver a transformação ora em progresso no Oriente Médio: ele foi assassinado em Londres, em 1987, com tiros na face.

Com inimigos dos dois lados, a morte do cartunista jamais foi esclarecida.

Palestino, foi uma das grandes vozes da imparcialidade que faz tanta falta para o entendimento entre os povos.

Internet e telégrafo, tudo a ver

Interessante: a estrutura de conexão à internet na América Latina obedece, em grande medida, à rede usada pelo telégrafo no século 19.

É a modernização da comunicação.

Olimpíada e rede social

Os desafios da cobertura jornalística agregada à cobertura das pessoas na análise de Terri Thornton.

Volto já

Está absolutamente corrida a vida, então deixo uma paisagem bacana (perto de onde estou suando sangue) pra distrair até que eu volte a este site…

A lenta morte da Nokia

A Nokia, empresa finlandesa que investiu e popularizou o SMS, produziu – anos antes da Apple – protótipos de dispositivos muito similares ao iPhone e ao iPad que nunca chegaram ao público.

Não chegaram porque a cultura da companhia (que gastava rios de dinheiro com pesquisa e inovação) era a do medo: se o texto por celular dava certo e fazia da empresa um Olimpo do avanço tecnológico , pra que arriscar com essas geringonças que seus engenheiros apresentavam?

Hoje, a empresa caminha para a falência com um valor de mercado 98% menor do que o de outrora.

Mas vamos combinar: de que adiantariam iPhones e iPads que rodassem Symbian (um sistema operacional catastrófico) com uma oferta de aplicativos inclassificáveis, de tão defeituosos?

A Nokia deitou na fama do SMS e morreu.

Para quem ainda não entendeu o que é rede social

É impressionante, mas anos depois – o Twitter, por exemplo, já está no ar há seis anos – ainda não foi compreendido o sentido de prestação de serviço, curadoria e relacionamento que os grupos jornalísticos têm de ter em redes sociais.

Então, pra quem não entendeu (e são tantos…) o exemplo acima funciona melhor do que um desenho: a Reuters retuitou um CONCORRENTE (a France Presse) porque considerou a informação relevante ao seu público.

Isso é saber fazer jornalismo em rede social. O resto é propaganda e masturbação (cujo apogeu é o retuíte de si mesmo).

Olimpíada de Londres atualiza quatro anos de avanço tecnológico

Em Pequim-2008 o Twitter era uma criança (foi a primeira cobertura – um ensaio, na verdade – da Folha de S.Paulo na plataforma, sabia?), o Facebook inexistia no Brasil e a gente tinha menos banda e recursos móveis para produzir (e consumir) notícias.

Londres-2012 vem aí (os Jogos Olímpicos começam no dia 27) e, com o evento, uma avalanche de novidades multimídia, interativas e em aplicativos.

Prepare-se.

A venda de um presidente, uma aula de jornalismo

Quer uma aula de jornalismo e marketing políticos? Então leia The Selling of the President 1968, no qual Joe McGinniss discorre sobre o cinismo e a malandragem da campanha de Nixon em 1968 – aquela em que pelo menos sua turma não invadiu a sede do partido adversário em busca de capivaras.

O lado de dentro das campanhas eleitorais tem muito a ensinar a quem se considera, como nós próprios nos julgamos, defensores da transparência.