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A lenta morte da Nokia

A Nokia, empresa finlandesa que investiu e popularizou o SMS, produziu – anos antes da Apple – protótipos de dispositivos muito similares ao iPhone e ao iPad que nunca chegaram ao público.

Não chegaram porque a cultura da companhia (que gastava rios de dinheiro com pesquisa e inovação) era a do medo: se o texto por celular dava certo e fazia da empresa um Olimpo do avanço tecnológico , pra que arriscar com essas geringonças que seus engenheiros apresentavam?

Hoje, a empresa caminha para a falência com um valor de mercado 98% menor do que o de outrora.

Mas vamos combinar: de que adiantariam iPhones e iPads que rodassem Symbian (um sistema operacional catastrófico) com uma oferta de aplicativos inclassificáveis, de tão defeituosos?

A Nokia deitou na fama do SMS e morreu.

O universo inexplorado dos aplicativos móveis

Amy Gahran (ou “a dama da persuação”, como é chamada na academia) faz um post bacanudo tentando descrever o que são e o que deveriam ser aplicativos para dispositivos móveis _para onde, afinal de contas, está migrando o conteúdo (e o emprego) jornalístico.

Claro, ela fala do cenário americano, mas mesmo assim surge com dados que, eu pelo menos, não estava por dentro.

Exemplo: desenvolver um aplicativo para iPhone ou que rode em Android (sistema operacional de quase todo o resto dos smartphones) significa alcançar apenas 12% do mercado nos EUA.

Mais: os “feature phones”, ou tudo aquilo que não é smartphone (o popular celuca sem teclado qwerty, por exemplo), está nas mãos de 76% dos usuários de móveis nos Estados Unidos.

A conclusão, clara: se lá o mundo dos aplicativos ainda está longe de explorar seu potencial máximo, imagina aqui.

É um campo gigantesco e promissor para a expansão do jornalismo para lá da fronteira da web.

Telefonia móvel bomba audiência de jornais franceses

Os aplicativos para iPhone começam a bombar a audiência dos jornais franceses. O assistente de leitura do Le Monde, por exemplo, chega a ter 250 mil consultas diárias _o que representa pouco menos do que a tiragem da edição impressa atualmente.

Le Figaro e Libération, os outros jornais importantes do país, conseguem atrair ainda mais público (respectivamente 600 mil e 400 mil usuários diários).

Vem de dispositivos móveis 15% da audiência na web de uma editora que publica revistas populares e femininas (como Télé 7 Jours, sobre TV, e Elle).

São números eloquentes, mas que escondem um erro: os veículos estão fazendo pouco (ou nenhum) dinheiro com esse hype todo. O problema foi ter adotado o serviço sem previsão de cobrança. Ora, os serviços via telefonia móvel são justamente aqueles que as pessoas sempre estiveram habituadas a pagar.

Lembrando que a França, via Minitel (o bom e velho teletexto), sempre esteve na vanguarda da distribuição de conteúdo por telefone.

Agora, que receberam de graça, o mal já está feito. Será muito difícil monetizar produtos que naturalmente deveriam custar alguma coisa e que, erroneamente, foram cedidos sem ônus à audiência.