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O Facebook (ainda) quer controlar a internet

É cada vez mais assustador o avanço do Facebook sobre o controle da internet. Chega a lembrar Steve Jobs e sua obsessão doentia por controlar toda a experiência do usuário – o que incluía a megalômana ideia de possuir a própria rede de telefonia.

O projeto Free Basics, pelo qual os desfavorecidos do mundo poderão acessar a rede (desde que dentro do Facebook),  não passa de mais um falso aceno filantrópico cujo objetivo é inflar em progressão geométrica a quantidade de usuários do site (que, por sinal, deverá anunciar em breve que atingiu 2 bilhões de pessoas conectadas).

Legisladores do Egito e da Índia já vetaram a boa ação de Mark – a alegação é a mesma de outros países que questionam o almoço grátis: a neutralidade da rede.

Rachita Taneja, para a Wired, falou e disse tudo sobre o assunto.

Caixa de ferramentas

Uma lista de ferramentas que podem ser bastante úteis para organização, visualização e detecção de informações na rede.

Notícias sobre a segurança na internet

O assunto segurança na rede é espinhoso porque há pouco (ou nada) disponível sem viés – via de regra, as informações sobre o assunto circulam de acordo com o interesse dos grandes fabricantes de antivírus e defesa de sistema.

Nesse sentido, bom saber que o repórter Brian Krebs está fazendo a sua parte: ele assina um blog que já se tornou referência. Por causa da página, aliás, o cara éalvo constante de cibercriminosos.

Jornalistas-espiões também nos deixam nus

A descoberta de que jornalistas da Bloomberg espionavam os clientes de terminais de dados (responsáveis por 85% do faturamento da empresa) em busca de pistas de negócios é grave, ainda mais em se tratando da companhia cujo manual de estilo é considerado a Bíblia da ética jornalística.

No entanto, trata-se da ponta do iceberg do uso de dados (os meus, os seus, os nossos) pelo mundo corporativo.

Coisas muito sérias estão acontecendo e, ao virem à tona, talvez possam minimizar o ímpeto com que somos desnudados todos os dias ao acessar a rede.

Al Jazeera americana

A chegada aos EUA da rede de TV Al Jazeera, do Catar, é uma das grandes notícias de 2013. A forma como isso se concretizou é ainda mais curiosa: a emissora comprou uma operação local do ex-vice-presidente Al Gore, que antes havia recusado uma oferta da apresentador e reacionário Glen Beck.

Daí já viu, né? Num país dividido, claro que iria sobrar para Gore, acusado de fazer negócio com um “porta-voz do terrorismo“. Coisas que só poderiam acontecer nos Estados Unidos…

Internet e telégrafo, tudo a ver

Interessante: a estrutura de conexão à internet na América Latina obedece, em grande medida, à rede usada pelo telégrafo no século 19.

É a modernização da comunicação.

Obama leva internet na maleta a países que censuram a rede

Uma das iniciativas menos conhecidas, mas não menos importante, do governo Barack Obama está dentro de uma mala com aparência inofensiva.

O projeto “internet na maleta” está levando a países onde o acesso à web é censurado a possibilidade de criar uma minirrede com vasto potencial de acesso sem fio.

“Há uma oportunidade histórica de promover uma mudança positiva. Uma mudança que os EUA apoiam”, afirma Hillary Clinton, a secretária de Estado de Obama, que investiu por ora cerca de US$ 2 milhões no projeto.

Google Rent, uma boa sacada que a rede ajuda a espalhar

A rede é maravilhosa por causa da facilidade que as boas ideias têm para se espalhar (e prosperar).

Como essa sacada genial de alunos da ESPM, que criaram o “Google Rent”, uma ferramenta simples e incrível que localiza imóveis à venda e para alugar com base num cadastro preenchido pelos próprios usuários.

Viva a rede.

As redes sociais e mais uma revolução que não houve

Quem escreve (para assinantes) é Vinicius Torres Freire, em coluna ontem na Folha de S.Paulo:

“O sol está quente no deserto do Saara, ou pelo menos no norte da África. Como se sabe, a ditadura da Tunísia estremeceu, há protestos na Argélia, os mumificados Egito e Iêmen vivem tumultos nas ruas. Saber o que se passa nesses lugares mais ou menos esquecidos é que está difícil. O grosso da imprensa ocidental não vai muito além de contar mortos e dar destaque a idiotices como dizer que os protestos foram organizados por meio de ‘redes sociais e celulares’. De acordo com esses correspondentes, não seria possível haver Revolução Francesa, Russa, maio de 1968, Diretas-Já ou as revoluções que derrubaram as ditaduras comunistas, dado que na maioria dessas revoluções não havia nem telefones.”

Subscrevo integralmente. Mais uma vez, e como ocorreu no Irã, em 2009, uma mistura de desinformação e romantismo tem creditado a web e dispositivos móveis a mobilização popular contra as ditaduras no mundo árabe. Nada mais precipitado.

O governo egípcio, inclusive, derrubou as redes de telefonia celular e de internet, inviabilizando “conspirações” eletrônicas _isso também ocorreu no movimento iraniano que, realpolitik à frente, não apeou Ahmadinejad do poder.

O que resta na internet é uma profusão de hashtags e avatares de apoio postadas direto de Berlim e Nova York. E a falsa sensação de que a rede está subvertendo o mundo, quando na verdade ela é apenas mais um dos ingredientes que colaboram com essa mudança.

É como diz o mestre Manuel Castells: se um país não quer mudar, não é a internet que irá mudá-lo.

WikiLeaks e Napster, um paralelo

O jornalista português Paulo Querido compara WikiLeaks e o Napster, uma provocação pertinente.

“A única forma de parar alguma coisa nela [a Internet] é desligá-la”, diz. É quase um mantra do sociólogo espanhol Manuel Castells.

O Paulo destaca ainda a “organização horizontal e reticular” da colaboração em massa na rede.

É exatamente isso que está mudando relações humanas e, possivelmente, a própria cabeça das pessoas. É essa a tal revolução de que tanto falam.

ATUALIZAÇÃO: Pedro Doria, em seu blog, também faz a mesma comparação.