Arquivo da tag: Projeto em Jornalismo Impresso

Migração on-line

Os projetos Migranti e The Migrant Files estão acompanhando de perto a repercussão internacional desse debate, que tem dominado a pauta na Europa. A acompanhar.

JT demite repórter que ‘esquentou’ entrevista

O jornalismo, como todas as profissões, tem liturgia e códigos próprios. Muitos deles difíceis de explicar, como o senso geral que faz o meu jornal e o seu (mesmo confeccionados a léguas de distância e sem contato entre si) serem tão parecidos no dia-a-dia.

O Jornal da Tarde demitiu ontem um repórter que omitiu, ao vender a pauta para sua chefia, o estado da apuração do material. Trata-se de uma entrevista com a ex-vedete Tônia Carrero. A conversação é anódina, por sinal.

O motivo da demissão foi publicado pelo jornal na edição desta sexta-feira. Registre-se, não se trata de expediente inédito _outros jornais já desligaram profissionais publicamente.

O jornal sem manchete

A primeira página do jornal Folha de S.Paulo em 26.12.2008

A primeira página do jornal Folha de S.Paulo em 26.12.2008

A diagramação de um jornal diário tem alguns segredos que muitas vezes passam despercebidos. Por exemplo: uma matéria que tenha um título em seis colunas abrindo uma página significa que ela tem importância não apenas para ocupar o alto de uma página, mas também toda a colunagem padrão do jornal.

Ou seja: um abre em seis colunas não é a mesma coisa que um abre em duas, ou três, ou ainda quatro. Esse é um dos erros mais flagrantes no que diz respeito ao design de notícias nas publicações brasileiras. Em geral, desenha-se a esmo, sem levar em consideração a relevância do assunto publicado.

O que dizer de uma primeira página sem manchete? A Folha de S.Paulo repetiu a fórmula (já usada no Carnaval) nesta sexta-feira (capa acima). Repare: cadê o titulão forte? A grande foto está, nada espetacular, mas está. E a manchete?

É uma boa demonstração de uso adequado do design de notícias. Leitor, é dia 26 de dezembro e não temos, nesta edição, nada que justifique um desenho que apresente uma notícia em formato de manchete. Elas (as notícias) aparecem apenas lateralmente, numa mísera coluna _é possível dizer que, dentro dessa hierarquia, a chamada “Teles planejam investir R$ 19 bi em celulares no próximo ano” foi a escolhida pelos editores da capa do jornal como a mais importante do dia.

Por sinal, a matéria é uma conseqüência (ainda com trema, até o dia 31) daquele nosso papo sobre as facilidades que as operadoras de telefonia móvel oferecem pra gente.

Voltando à vaca fria: a diagramação de um jornal tem de refletir seu conteúdo. Não há fôrma nem fórmula pronta. A opção pela supressão da manchete é, sem dúvida, o movimento mais ousado de todos.

A produção jornalística do Unifai

Os alunos do curso de Jornalismo do Unifai (Centro Universitário Assunção) deram a cara pra bater nessa reta final. E 2009 promete ser um ano cheio de desafios, obstáculos, dificuldades, inquietações.

Comandados pela jornalista e professora Camila Escudero, puseram no ar mais uma edição do e-Mariana, nosso informativo on-line.

Sob a supervisão de Flávia Delgado, fizeram ótimas experimentações em TV e já sentiram o gostinho do veículo.

Com Paulo Massini, nosso bom e velho Massa, viajaram ao mundo do rádio e estão se aperfeiçoando.

E professor Alec Duarte, não fez nada? Pois é… a prática ficou toda para 2009, quando confeccionaremos o produto jornalístico que definimos ser o ideal, debatido neste semestre que se encerra.

Carla Coelho, coordenadora do curso, e Rodolfo Martino, o mentor de toda essa geração, certamente cobrarão esmero.

Ótimo ano para todos, então!

Um pouco de design não faz mal a ninguém

Uma filipeta chique de Barack Obama ainda candidato à presidência

Uma filipeta chique de Barack Obama ainda candidato à presidência

Este site tem um montão de referências que podem ser úteis um dia para quem tem o desafio de criar um projeto gráfico diferente, moderno, ousado e inteligente (hehehe, tudo isso?).

Basicamente, é uma coleção de imagens, mas que dão idéias fantásticas para vinhetas, seções, páginas inteiras etc.

A dica é da Dani Arrais.

Projeto em Jornalismo Impresso I – Aula 11

Nesta sexta (14/11), os alunos do curso de Projeto em Jornalismo Impresso I conversarão com o jornalista Edson Rossi, que recentemente assumiu o cargo de diretor de conteúdo do portal Terra. O evento começa às 8h30.

O papo, é evidente, não tem como foco o jornalismo on-line, recém-abraçado por Rossi, mas sim sua vasta experiência como “revisteiro” _por anos, dirigiu (e levou ao topo) publicações da Editora Abril_ e também no jornal em papel.

Falaremos sobre o mercado editorial brasileiro e os desafios de quem, como os alunos, precisam lançar um novo produto nas bancas. Rossi, por sinal, participou diretamente do lançamento da revista Fut!, produto com ênfase em futebol internacional do jornal Lance.

Projeto em Jornalismo Impresso I – Aula 10

Estamos chegando ao final do curso de Projeto em Jornalismo Impresso I. Ao mesmo tempo em que buscamos a definição de um modelo a ser produzido em conjunto no próximo semestre, discutimos o contexto da imprensa em papel e seus desafios perante a crise econômica e o fortalecimento de novas mídias.

Nesta sexta (7/11) debateremos o livro “O Destino do Jornal”, de Lourival Sant’Anna, que permeou parte de nossas discussões nos últimos meses. Nunca perdemos de vista a desatualização flagrante da obra _algumas entrevistas foram realizadas há mais de dois anos, uma eternidade no cenário atual de transformação.

Porém a tese de mestrado do repórter especial de O Estado de S.Paulo tem vários aspectos esclarecedores, como pesquisas qualitativas que mostram, ainda que de forma tortuosa (o leitor é assim, não consegue se expressar direito sobre o jornal que lê e muito menos sobre o que desejaria ler), para onde caminha o novo leitorado.

Beth Saad, professora da USP que orientou a pesquisa de Sant’Anna, é quem faz a observação que melhor ajuda a compreender o momento hesitante dos jornais impressos brasileiros: eles são absolutamente refratários a mudanças.

Jornalismo participativo é tirar foto de pôr-do-sol?

O Globo iniciou nesta semana uma campanha agressiva para incentivar seus leitores a participar da elaboração do conteúdo não apenas de seu site, mas também do jornal (o uso de conteúdo produzido pelo usuário no jornalão, aliás, já tinha sido identificado pelo Webmanário há meses).

Porém pelo que diz o editor-executivo de interatividade do Globo Online, Aloy Jupiara, não se deve esperar nada além do já manjado “meu-cachorro-fez-xixi-no-poste”, que é o conceito de notícia que boa parte das pessoas “de fora” da profissão possuem _pena, tenho de admitir, que há muitos dentro da profissão com esse mesmo nível de entendimento.

“Se o leitor tira a foto de um lindo pôr-do-sol com o celular, ele pode mandar direto para o email
eureporter@oglobo.mobi”, diz Jupiara ao Comunique-se. Meu deus do céu: então quer dizer que a participação que queremos do leitor é uma foto de pôr-do-sol?

É por essas e por outras que o jornalismo participativo, especialmente no Brasil, segue apenas como um doce oferecido pelo mainstream ao seu público. Não há a disposição de contar com conteúdo jornalístico, apenas uma área (em boa medida restrita) para dar aos usuários a possibilidade de brincar de interação, de fazer as vezes de jornalista.

O jornalismo participativo empacou, é fato. Nesta sexta-feira, a partir das 10h, falarei justamente sobre esse tema durante o 7º Simpósio Multidisciplinar “Identidades Brasileiras: olhares cruzados” do Unifai (Centro Universitário Assunção), em São Paulo.

Projeto em Jornalismo Impresso I – Aula nove

Nesta sexta-feira (24/10), a volta de quem não foi: após 15 dias de ausência física, nos revemos em carne e osso na nossa sala 103 às 8h para preparar a próxima _e não menos importante_ visita que receberemos em 14 de novembro: Edson Rossi, que comandou várias revistas da Abril e agora está à frente do lançamento de mais um produto impresso: a revista Fut!, da mesma editora do jornal Lance.

Em nossa aula desta semana vamos atualizar alguns números sobre o mercado de jornais e perspectivas para o futuro do negócio. Afinal, não sei se vocês perceberam, há uma crise econômica em curso _e certamente o comportamento dos leitores e os investimentos no setor sofrerão alterações.

Caberá a Rossi, em novembro, contar essa mesma história sob o ponto de vista de quem, exatamente neste momento de turbulência, colocou nas bancas um novo produto impresso.

Voltando ao nosso encontro de amanhã, será que os países emergentes terão fôlego para manter em alta a tiragem dos jornais? E os investimentos em jornalismo on-line, não tenderiam a ganhar com a crise por causa da própria plataforma, muito mais barata (lembrem-se que o processo industrial de um jornal, ou sua impressão e logística de distribuição, consomem pelo menos 40% do dinheiro disponível).

Hora de discutir também, com mais detalhe, nossas idéias para o produto impresso do semestre que vem. Temos três sugestões de noticiosos gerais, e cinco projetos segmentados. A coisa vai chegando ao seu final, hora pensar nas respostas às indagações sobre propósito/público/conteúdo/nome.

Enfim, ainda dará tempo de, como inspiração, avaliarmos a catastrófica “capa promocional” do Banco do Brasil que emprestou as primeiras páginas dos principais jornais brasileiros há 15 para, ainda por cima, cometer um erro de informação crasso em sua manchete fake fabricada por uma agências de publicidade.

Para quem ainda não terminou o livro “O Destino do Jornal”, última chamada: teremos uma aula inteira só para discuti-lo, e seu resumo será ainda o trabalho de final de semestre (com pelo menos 10 mil caracteres).

Até lá.

Os donos da mídia

Já está no ar um site fabuloso que reúne dados sobre os conglomerados de comunicação brasileiros. Os Donos da Mídia é, desde já, uma ferramenta fundamental para estudantes e profissionais.

O projeto é do jornalista Daniel Herz e merece aplausos.

Muito interessante saber, por exemplo, que à revelia da lei há diversos políticos (com o Democratas na liderança) capitaneando empresas de comunicação.