Arquivo do mês: janeiro 2011

Newspapermap cataloga os jornais do mundo

A interface ainda é meio grosseira, mas a ideia é boa: o Newspapermap pretende catalogar, usando um mashup do Google, todos os jornais impressos do mundo.

Interessante será observar, se a ferramenta for atualizada, quantos marcadores desaparecerão no hemifério Norte (e quantos irão aparecer no Sul).

(A dica é de José Antonio Meira da Rocha).

Eleição no Brasil reabilitou o e-mail, diz empresa americana

O relato do trabalho da Blue State Digital na campanha de Dilma Rousseff, revelado por Fernando Rodrigues, tem um ponto que é sensacional _e que, se verdadeiro, derruba um paradigma recente de uso de ferramentas digitais.

Lá pelas tantas, a empresa que ajudou Barack Obama a se eleger em 2008 conta que, nessa incursão em eleições brasileiras, “ao se conectar a mais de 1 milhão de pessoas, o programa de e-mail produziu mais tráfego [audiência] do que o Twitter, Facebook e Orkut [da campanha] combinados”.

É uma informação que vai de encontro a tudo o que se anda escrevendo, analisando e levantando sobre o uso do correio eletrônico.

Ora, se numa ação específica durante seis meses foi possível atrair mais gente a um site usando o velho conceito de newsletter do que agregando pessoas em redes sociais, está seriamente em xeque a afirmação de que caiu assustadoramente o uso do e-mail, objeto de pensatas ponderando que a ferramenta foi abandonada pelo público jovem em detrimento, justamente, da vida conectada em tempo real nas mídias sociais.

Cabe observar esse fenômeno com muito mais atenção a partir de agora.

Se for isso mesmo, não só o mail, como a newsletter, estão plenamente reabilitados.

As redes sociais e mais uma revolução que não houve

Quem escreve (para assinantes) é Vinicius Torres Freire, em coluna ontem na Folha de S.Paulo:

“O sol está quente no deserto do Saara, ou pelo menos no norte da África. Como se sabe, a ditadura da Tunísia estremeceu, há protestos na Argélia, os mumificados Egito e Iêmen vivem tumultos nas ruas. Saber o que se passa nesses lugares mais ou menos esquecidos é que está difícil. O grosso da imprensa ocidental não vai muito além de contar mortos e dar destaque a idiotices como dizer que os protestos foram organizados por meio de ‘redes sociais e celulares’. De acordo com esses correspondentes, não seria possível haver Revolução Francesa, Russa, maio de 1968, Diretas-Já ou as revoluções que derrubaram as ditaduras comunistas, dado que na maioria dessas revoluções não havia nem telefones.”

Subscrevo integralmente. Mais uma vez, e como ocorreu no Irã, em 2009, uma mistura de desinformação e romantismo tem creditado a web e dispositivos móveis a mobilização popular contra as ditaduras no mundo árabe. Nada mais precipitado.

O governo egípcio, inclusive, derrubou as redes de telefonia celular e de internet, inviabilizando “conspirações” eletrônicas _isso também ocorreu no movimento iraniano que, realpolitik à frente, não apeou Ahmadinejad do poder.

O que resta na internet é uma profusão de hashtags e avatares de apoio postadas direto de Berlim e Nova York. E a falsa sensação de que a rede está subvertendo o mundo, quando na verdade ela é apenas mais um dos ingredientes que colaboram com essa mudança.

É como diz o mestre Manuel Castells: se um país não quer mudar, não é a internet que irá mudá-lo.

Com pensata sobre evangélicos, revista da Uerj está no ar

Saiu a Edição 16 (Vol.8) da revista Contemporânea, produto on-line do grupo de pesquisa Comunicação, Arte e Cidade da Faculdade de Comunicação Social da UERJ.

Neste número, o dossiê Comunicação e Linguagens Audiovisuais (em PDF).

Curti “O telejornalismo na construção da identidade social: os evangélicos em série especial do Jornal Nacional”, de Hideide Brito Torres e Iluska Coutinho. Sempre bom a academia se debruçar sobre o trabalho jornalístico profissional. Ajuda ambos os lados.

A reportagem de Flávio Fachel que o Jornal Nacional mostrou em 2009, se por um acaso você não viu ou não se lembra (eu não tinha visto).

A tempo, é o mote para a análise acadêmica.

Agnóstico, estudei no Colégio Batista Brasileiro em São Paulo.

Curioso ver essa doutrina retratada pelo jornalismo anos depois _e legal ver que ela mantém a ligação com a música, que marcou minha formação.

O país de 600 milhões de habitantes

Está chegando mais uma virada do Facebook, que superou meio bilhão de usuários e agora vai bater nos 600 milhões.

Aliás, o Check Facebook é uma excelente fonte sobre os números gigantes dessa rede social que são atualizados todos os dias.

A ascensão do príncipe herdeiro

Boa análise de Jeff Jarvis sobre a troca de comando no Google.

Não alimente os trolls

Outro dia comentei no Twitter que bloquear um troll é uma terapia mais eficaz do que minha medicação para hipertensão. Daí o Fábio Ivo Monteiro me mandou a charge acima.

Bem por aí.

Infográfico: a distribuição étnica nas cidades dos EUA

Em dezembro falei do trabalho de Bill Rankin, que em 2009 concebeu um infográfico dimensionando a distribuição das etnias na Chicago de 2000.

O NYT fez melhor agora, expandindo a visualização para cada canto do país com dados mais recentes.

Estou me divertindo comparando as duas Chicagos…

‘Ambulanciaterapia’ consolida expertise do JC em novas narrativas

A “ambulanciaterapia”, aquela prática de transferir pacientes de cidades do interior para hospitais nas capitais, consolida a vocação do Jornal do Commercio, de Recife, para a webrreportagem com “A Viagem de Joanda“.

Conteúdo que vale a pena explorar feito por gente que, em outra oportunidade, já tinha recorrido a conceitos de HQ e fotonovela para contar uma história.

Estou gostando de ver.

Erros de informação em redes sociais: apagar ou não apagar?

Já tive de deletar dois tweets corporativos com informação comprovadamente equivocada, por ordem superior, sendo vencido em meu pleito de que o que já tinha sido difundido precisava ser corrigido, não varrido para debaixo do tapete.

Nem falar sobre a quantidade de feeds que acompanham suas atualizações em redes sociais (e os aplicativos móveis estão cada vez mais abundantes) tornando uma reformulação em sua timeline quase inócua _a informação não pertence mais a você, já foi distribuída por outros meios.

Craig Silverman concorda e propõe medidas para amenizar os equívocos sem a necessidade de recorrer à síndrome do avestruz _como apelidei o ímpeto de borrar . Como um botão de comunicação direta com quem redistribuiu uma barriga, alertando sobre a necessidade de repassar o mea-culpa reparador.

Com atalho ou não, é isso aí: quando erramos num meio em que a informação corre muito rápido, o melhor a fazer é incentivar os mesmos hubs da notícia falsa a transmitir a correção.

Alterar a cena do delito, como bem sabemos, é crime.