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Superman e o futuro dos jornais

A ilustração na edição diária

Isso é uma verdade: desenhista que não fica “dentro da redação” (ou pelo menos não tem intimidade com o noticiário), não pode levar ao cabo a tarefa de confeccionar charge, cartum ou caricatura da edição diária.

Uma das grandes “novidades” que introduzi em A Gazeta Esportiva nos idos de 2000 foi a participação do cartunista nas reuniões de pauta. Conseguimos melhorar – e muito- a conexão entre ilustração e reportagem no jornal no dia a dia.

Infelizmente, alguns ainda consideram “artístico” esse trabalho. É o primeiro passo para esfriar o material e dissociá-lo da edição do dia.

Digital ou analógico?

Não alimente os trolls

Outro dia comentei no Twitter que bloquear um troll é uma terapia mais eficaz do que minha medicação para hipertensão. Daí o Fábio Ivo Monteiro me mandou a charge acima.

Bem por aí.

O poder arrasador de uma boa charge

“E se tudo isso for um grande boato e a gente criar um mundo melhor por nada?”

É por trabalhos como o acima, de Joel Pett, que a charge, esse gênero jornalístico às vezes esquecido como tal, precisa ser mais valorizado _se você boiou, saiba mais sobre o climagate.

Uma charge genial vale mais do que um milhão de palavras

Os Beatles na Abbey Road seguem Lula e seu isopor cheio de energéticos (Chico Caruso, capa de O Globo de 8/1/2010)

Os Beatles na Abbey Road seguem Lula e seu isopor cheio de energéticos (Chico Caruso, capa de O Globo de 8/1/2010)

Super-Homem no divã: o problema é Clark Kent

"Eu estou ótimo, mas o Clark Kent não consegue encontrar um jornal que esteja contratando" (charge da New Yorker)

"Eu estou ótimo, mas o Clark Kent não consegue encontrar um jornal que esteja contratando" (charge da New Yorker)

‘Na internet, ninguém sabe que você é um cachorro’

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O tema é velho e batido, e a charge, tola e infantil.

Porém chama a atenção que o anonimato na internet (um problema ainda atual e mais grave sobretudo no jornalismo on-line) tenha sido abordado em 1993, quando a rede mal dava seus primeiros passos _nos EUA, por que a novidade só chegou para valer no Brasil três anos depois.

“Na internet, ninguém sabe que você é um cachorro”, diz o cartum de Peter Steiner, publicado pela The New Yorker, uma das revistas mais legais do mundo.

O que mudou de lá para cá: a evolução da construção da reputação on-line forçaria os dois cachorros a se exibir, se eles realmente quisessem ter alguma relevância. A conexão entre real e virtual é absoluta.

Hoje, em vez de se esconder sob suas verdadeiras indentidades, eles teriam orgulho de latir au-aus para uma plateia.

Você publicaria esta charge?

Mais uma charge polêmica do septagenário cartunista Pat Oliphant

Mais uma charge polêmica do septagenário cartunista Pat Oliphant

Você publicaria a charge acima? Ela é de autoria de Pat Oliphant, 74 anos, considerado o cartunista mais influente em atividade no mundo _e com um belíssimo histórico de obras polêmicas.

Centenas de jornais dos Estados Unidos a publicaram, gerando a ira, por exemplo, do Centro Simon Wiesenthal de Los Angeles, que soltou uma nota condenando a obra.

Diz que ela “mimetiza a propaganda antissemita” que esteve como pano de fundo da ascensão do nazismo alemão. E vai além, afirmando que foram charges como essas que prepararam o terreno para o Holocausto.

Exagero?

Como é difícil trabalhar em jornalismo. Há diversos temas que exigem ene dedos e, mesmo assim, muitas vezes terminam em revolta, protestos, mal-entendidos.

O desenho é tolo, óbvio, previsível e um retrato da realidade (o mais importante). A questão, como sempre, são as pessoas que veem golpe em tudo.

Essas, definitivamente, precisam ter um jornal só delas e parar de ler os nossos jornais.

O jornalismo não tira sarro

Ainda no Uruguai, então mais sobre a Argentina. Primeiro que vi esse 0 a 0 aqui em Montevidéu, lugar mais neutro do mundo para acompanhar esse jogo. O Uruguai tem uma afinidade racial e cultural enorme com nosso país, ao mesmo tempo que nutre pela Argentina admiração e dependência muito grandes. O coração dos caras sempre fica dividido nessa hora.

Pois bem: aqui, fora do Brasil, fica nítida a nossa brusca redução de relevância global no quesito bola. O tempo todo, as pessoas que vêem o jogo falam só sobre nosso rival. Não se perguntam quem é Daniel Alves ou por que Ronaldinho está falando ao celular numa tribuna em vez de estar lá embaixo, jogando. Um comentarista da TV argentina acaba de dizer que o gaúcho “amarrado é muito melhor Diego”. Tendo a concordar.

Discordo, porém, do pseudojornalismo. Teve alguma repercussão a lição que o argentino Zanetti deu num “repórter” do CQC Brasil _por sinal, um formato televisivo do país vizinho. A pergunta, grosseira: “Se a Argentina perder, há chance de mais um panelaço?”

“Primeiro, não pensamos em perder. Com este assunto não se brinca, é algo que prejudica muita gente. Nós, os argentinos, merecemos coisas melhores”.

Correta, a reação do jogador reforça a necessidade de o jornalismo ter compartimentos para desovar bom-humor _indispensável e fundamental para qualquer mídia. Não se mistura notícia e risada. Formatos como o CQC, por favor, se assemelham a Casseta e Planeta, nada além desse patamar. Jornalismo exige (pouco) mais decoro.

E agora que eu tô todo papel (dois meses pesquisando jornais de 50 anos atrás dá nisso), lembro do melhor exemplo de irrupção de humor num jornal: a charge, o “editorial desenhado”. Falaremos dela em breve.