Arquivo da tag: e-mail

Prazer, newsletter

Agora preste atenção nesta notícia:

“A Folha passa a oferecer um serviço gratuito de envio por e-mail das principais notícias do dia.

Para inscrever-se no serviço, basta incluir seu e-mail no campo “receba nossa newsletter”, que aparece nas páginas do site da Folha.

A newsletter é enviada de madrugada com chamadas para os principais destaques do jornal naquele dia.

O jornal tem também newsletter em inglês e espanhol, que podem ser acessadas nas páginas da Folha Internacional.”

Estou absolutamente sem palavras: estamos praticamente em 2015 e o maior jornal brasileiro passa a oferecer um serviço que nasceu praticamente junto com a internet comercial, em 1995.

Não deixa de ser, veja bem, um reconhecimento à eficácia do e-mail – cuja morte é decretada dia sim e no outro também e, no final das contas, continua cumpridor.

Antes tarde do que nunca?

 

Ele ainda está vivo

Sua morte foi anunciada diversas vezes, mas o e-mail (ao menos como ferramenta de comunicação e drive de audiência) continua firme. Ainda mais quando solicitado: amealhar admiradores e oferecer conteúdo a eles, via correio eletrônico, ainda é insuperável mesmo na era da mídia pessoal.

Recentemente, mestre Jakob Nielsen e sua equipe abordaram boas e más práticas do uso do e-mail como instrumento comunicativo.

Dicas para encarar o e-mail

Como o e-mail não morreu, o jeito é saber lidar com ele – e com a enxurrada cada vez maior de dados circulando por essa plataforma.

Rieva Lesonsky dá algumas dicas para evitar ser soterrado pelas mensagens eletrônicas – a maior parte delas relacionada à suposta sensação de urgência da plataforma. A mais útil: desabilite os avisos em tempo real a cada mensagem recebida. E Discordo de pelo menos um ponto: como assim NÃO começar o dia checando a caixa de entrada??

A eficácia do e-mail

Como já tínhamos comprovado há quase três anos, nas eleições presidenciais brasileiras (quando foi o meio mais eficiente de circulação de conteúdo), o e-mail segue dando sinais de que continua vivíssimo. É o que mostra o infográfico abaixo.

E-mail-está-morto

Não, o e-mail não morreu

Não, o e-mail não morreu. E as eleições americanas deram outra demonstração disso.

Foi desta maneira que a campanha de Barack Obama conseguiu arrecadar a maior parte dos US$ 690 milhões que o atual presidente dos EUA amealhou na internet.

Comandada por Toby Fallsgraf, a campanha tinha 20 redatores debruçados na tarefa de “fisgar” potenciais doadores por meio de textos que, inicialmente, lhe chamassem a atenção.

Antes disso, testavam os subjects com uma amostragem de seu mailing. E, claro, sempre erravam – é assim a vida on-line – sobre quais teriam mais retorno.

A propósito, o subject campeão de reações (leia-se doações) foi “Eles [os republicanos] vão arrecadar mais”.

Eleição no Brasil reabilitou o e-mail, diz empresa americana

O relato do trabalho da Blue State Digital na campanha de Dilma Rousseff, revelado por Fernando Rodrigues, tem um ponto que é sensacional _e que, se verdadeiro, derruba um paradigma recente de uso de ferramentas digitais.

Lá pelas tantas, a empresa que ajudou Barack Obama a se eleger em 2008 conta que, nessa incursão em eleições brasileiras, “ao se conectar a mais de 1 milhão de pessoas, o programa de e-mail produziu mais tráfego [audiência] do que o Twitter, Facebook e Orkut [da campanha] combinados”.

É uma informação que vai de encontro a tudo o que se anda escrevendo, analisando e levantando sobre o uso do correio eletrônico.

Ora, se numa ação específica durante seis meses foi possível atrair mais gente a um site usando o velho conceito de newsletter do que agregando pessoas em redes sociais, está seriamente em xeque a afirmação de que caiu assustadoramente o uso do e-mail, objeto de pensatas ponderando que a ferramenta foi abandonada pelo público jovem em detrimento, justamente, da vida conectada em tempo real nas mídias sociais.

Cabe observar esse fenômeno com muito mais atenção a partir de agora.

Se for isso mesmo, não só o mail, como a newsletter, estão plenamente reabilitados.

E-mail é coisa de velho

A constatação do título acima é, na minha opinião, a mais importante de uma recente pesquisa do Pew Research Center sobre os hábitos do internauta americano.

A decadência do e-mail entre os adolescentes dos EUA é flagrante. Em 2004, 89% deles usavam o correio eletrônico com frequência. Hoje, esse número caiu para 73%.

Enquanto isso, 74% dos usuários de 64 anos ou mais usam a ferramenta _é a atividade on-line mais popular entre eles.

Alguém já disse que o e-mail, hoje, está para a Internet como carta esteve para a Web na ocasião de seu surgimento. Além disso, supõe textos mais longos. As redes sociais e suas conexões diretas estariam, de certa forma, canibalizando aquele que já foi um símbolo da rede.