Roy Greenslade, colunista do Sydney Morning Herald _e há 44 anos fazendo jornais de papel_ teoriza sobre o óbvio: que os jornalistas terão de dividir o seu território. Ele mal fala dos cidadãos (ou do conteúdo produzido pelo usuário), mas das exigências cada vez mais multimidiáticas impostas à profissão.
Isso já está acontecendo no mundo todo (em menor escala, é verdade, no Brasil).
Mas que os processos tecnológicos que levaram à Web 2.0 (que o professor Francisco Madureira não nos ouça) tiraram das mãos dos jornalistas profissionais a exclusividade sobre a apuração e filtragem do noticiário, ah, tiraram.
Restou aos “profissionais da comunicação” apenas legitimação e proteção que estão por trás dos grupos do mainstream.
Legitimação porque, diferentemente do cidadão “comum”, um repórter oficialmente constituído (digamos assim) tem permissão para abordar o governador ou conversar com atletas no vestiário após um evento esportivo, apenas para dar dois exemplos pobres.
E, quando sofre processos de fontes que questionam informações publicadas, têm respaldo jurídico da empresa que representa, tornando-se um pouco mais forte.
É só isso que restou. No mais, profissional e amador são exatamente a mesma coisa e têm acesso às mesmas ferramentas.