Arquivo do mês: maio 2012

Redatores atolados em tarefas on-line

O Guardian se dedicou outro dia a explicar a nova função dos redatores on-line do periódico (“agora, o deadline é a cada momento do dia”).

Afora a constatação acima, óbvia, o jornal destaca a necessidade de compreensão de SEO, outra habilidade que os jornalistas jamais pensaram que deveriam ter – consiste em escolher palavras que tornem o conteúdo mais visível ao público no oceano da internet.

E dá-lhe empacotamento de conteúdo, etiquetagem, conteúdo relacionado, adição de vídeos e áudios etc…

Não é fácil, senhores.

Site da Fox News se fecha para comentários

Quintessência do pensamento conservador, iletrado e troglodita americano, a Fox News restringiu drasticamente a área de comentários de seu site.

Agora, só assuntos anódinos – esqueça a política e a economia – estão abertos à participação direta do público.

Uma coleção das “melhores intervenções” do público em 2010 dá uma mostra clara do que é que estamos perdendo com essa súbita conversão ao obscurantismo do veículo “justo e equilibrado” do senhor Murdoch.

Banda larga residencial, uma ameaça aos jornais impressos

E atenção: turbinada pelo governo Dilma Rousseff, a penetração de banda larga residencial chegou a 40% dos domicílios do país.

Isso significa que ultrapassamos com sobras o cabalístico número de Alan Mutter, que relacionou a queda inexorável da circulação de jornais a uma penetração de banda larga superior a 30%.

Interessante lembrar que Dilma começou seu governo com 27% dos brasileiros dispondo do serviço.

Mas e então, será que agora sim nossos jornais estão fadados aos caixão? Muita calma nessa hora: o que o estudo de Mutter certamente não levou em consideração – por óbvio que deveria ser – é a velocidade da banda.

A nossa, é certo e sabido, muitas vezes oferece tanto ou menos que a boa e velha conexão discada, por mais incrível que possa parecer. Logo, aqui cabe observar o cenário dos próximos meses.

Modelo aberto do Guardian é um fracasso, diz jornalista

Autora do livro “The Revolution will be Digitised”, Heather Brooke se desencantou com o modelo “open journalism” do Guardian, antes saudado por ela própria como a salvação do ofício.

Significa que Brooke pulou o muro em direção aos defensores dos paywalls, a cobrança por conteúdo em meios on-line – um dilema de nossa era, cobrar ou não cobrar.

“É um modelo de negócios fracassado, as notícias não são de graça”, decretou a jornalista e escritora.

É por isso que o modelo poroso, que permite uma quantidade definida de acessos antes de mandar a conta, parece ser o mais equilibrado e passível de promover o necessário ajuste de relações consumidor-mídia no que diz respeito sobre o valor de nosso trabalho.

A inteligência coletiva ainda resiste

Fiquei surpreso ao descobrir que o Reddit, criado em 2006, aparece na oitava posição entre os sites de notícias mais acessados da internet, segundo o confiável ranking da Alexa.

Basicamente um repositório de links (nem todos jornalísticos) submetidos à avaliação de seus usuários, que assim determinam em que posição cada contribuição é mostrada no site, o Reddit segue o modelo inaugurado pelo Digg, produto de 2004 ainda no ar e que acabou ultrapassado pelo concorrente.

Trata-se de uma aposta na curadoria da inteligência coletiva, ou seja, uma edição feita a várias mãos, por uma comunidade de usuários.

Mais interessante ainda é a Alexa classificar essas experiências na categoria de notícias.

Não deixa de ser estranho também ver o Reddit ali, entre BBC News, CNN, NYTimes, HuffPo…

Um esclarecimento: a metodologia usada pela Alexa se parece muito com a adotada pelo Ibope para medir a audiência televisiva no Brasil: depende de um programa distribuído por amostragem em residências que monitora os hábitos de uso do aparelho.

Viciados

Ao mesmo tempo “ingrato e generoso”,o jornalismo está na veia da octogenária Elena Poniatowsk desde os seus 20 anos – é o meu caso, resta saber se chegarei aos 80.

Um dos ícones do jornalismo cultural mexicano, Elena diz que a profissão “é uma droga difícil de abandonar“.

Tem cura?

O Estado de S. Paulo põe 137 anos de história no ar

Já está no ar uma preciosidade: a história, digitalizada, de 137 anos de O Estado de S. Paulo, um dos mais importantes jornais brasileiros.

É edição por edição desde 4 de janeiro de 1875 quando, sob o nome de A Província de São Paulo, o produto circulou pela primeira vez.

Tá esperando o que pra ir lá?

A nossa New Yorker

Ótima notícia: a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lança agora em junho uma edição especial que resgata a elegante revista Senhor, editada de 1959 e 1964 e que teve entre seus editores nada menos do que Paulo Francis.

É o caminho. O arquivo público paulista já vem fazendo a sua parte há anos digitalizando publicações ainda mais antigas.

Volto já

Hoje é dia de um compromisso inadiável. Amanhã estaremos aí.

Eles não desistem

Nesta semana mais uma vez há a expectativa da apreciação no Senado, pela segunda vez, de uma PEC (proposta de emenda constitucional) que restitui a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão.

Que preguiça…