Arquivo do mês: novembro 2014

Morar em Hong Kong

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Morar em Hong Kong, onde o espaço é disputado, é caríssimo. Este ensaio passeia por alguns dos edifícios subsidiados pelo governo, alguns deles verdadeiros cortiços. Intenso e belo.

Gêneros do jornalismo gastronômico

Gastronomia: prato do dia do jornalismo cultural“, apresentado pela editora como “o primeiro livro brasileiro sobre jornalismo gastronômico”, será lançado nesta segunda, às 19h, no auditório da Livraria Cultura do Paço Alfândega (Rua Madre de Deus, s/n, Bairro do Recife), na capital pernambucana.

A autora, Renata do Amaral, envereda por um caminho que eu gosto: o estudo de gêneros. Assim, aborda o uso da crítica e da crônica na produção sobre o tema.

Um delírio para São Paulo

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Demorei quatro anos para encontrar o delírio do arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, revelado em 2010 pela revista Trip. É maravilhoso.

Esse tipo de intervenção, severa, é o choque que nossas cidades precisam.

O algoritmo oculto do jornalismo

Dave Winner (que vem a ser um dos primeiros blogueiros da história) escreve em seu Scripting News (um dos primeiros blogs da história) uma reflexão interessante sobre o duelo cada vez mais intenso entre jornalismo e tecnologia – o que permeia, segundo ele, os 20 anos da história da blogosfera.

E, como o jornalismo aparentemente aponta o Facebook como seu novo inimigo mortal, Winner tem uma tirada sensacional. “O jornalismo também tem um algoritmo pouco transparente: ninguém tem a menor ideia de sobre como se decide entre o que é e o que não é notícia”.

Livro disseca a representatividade no Brasil

Mais um livro importante está chegando: “O Congresso Nacional, os Partidos Políticos e o Sistema de Integridade — Representação, Participação e Controle Interinstitucional no Brasil“, organizado pelo cientista político José Álvaro Moisés.

A obra contém seis estudos sobre o desempenho das instituições e sua relação com a qualidade da democracia no Brasil, pretendendo medir a força do legislativo, analisar o peso dos partidos políticos, fazer um raio-x dos deputados, qualificar a representatividade feminina na política e o papel de TCU e CGU na fiscalização dos poderes.

Jornais piores

Demissões em massa (os passaralhos) fazem parte do cotidiano jornalístico (principalmente do impresso) há tempos. Eu, que comecei em 1990, ultrapassei alguns – puxando pela memória, mais de dez deles.

O que fica, para o consumidor de notícias, é geralmente um produto pior – digo geralmente porque houve veículos que se comportaram como órgãos públicos, com inchaço do quadro funcional e regalias do tipo carro com motorista para acompanhar a mulher do correspondente ao supermercado e outras benesses injustificáveis na iniciativa privada.

Esses tinham como pressuposto um momento nababesco que não volta mais e quase mereceram o fracasso – ainda que, de roldão, levassem junto milhares de profissionais.

Nos últimos dias, lendo com atenção alguns dos principais jornais brasileiros, a ficha caiu: eles estão piores, bem piores. Uso como critério algo bem objetivo: erros. Hoje, uma única matéria tem de dois a três erros, do irrelevante ao gravíssimo, inclusive nos lugares mais nobres (como a primeira página).

É esse o efeito colateral.

Panair do Brasil

A mais importante companhia aérea brasileira voou de 1930 a 1965, quando foi abatida por uma canetada do regime militar que decretou sua falência – e abriu as portas para Varig, gaúcha como vários dos generais que davam as cartas.

O documentário Pan Air do Brasil, de Marco Altman, é outra referência de sobre como funcionavam as coisas nos tempos dos milicos – nessa época de tanto (e injustificado) saudosismo.

Batman versus Valencia

Valencia_Cf_Logo_originalEssa é tão sensacional que fiz questão de colocar aqui: a DC Comics (dona da marca Batman) está processando o clube espanhol Valencia (fundado em 1919) pelo uso de um morcego em seu escudo.

É um pleito ridículo, pois esse animal está vinculado à própria história da cidade, mencionada desde o ano 138 antes de Cristo – e que seu brasão não deixa qualquer dúvida.

É mais um aspecto nefasto da modernidade: a noção de que tudo pertence a marcas.

Nós e o mercado de notícias

Poucas vezes vi jornalistas falarem, em público, tão abertamente sobre as agruras (e “pequenos milagres”) da nossa profissão. O mérito é do documentário “O Mercado de Notícias“, de JOrge Furtado, que nesta semana fez a sua estreia na TV paga.

Frases como “Os cursos de jornalismo são muito frágeis e poderiam se resumir a um ano” ou “pessoas que escreviam bastante bem hoje já não sabem fazer isso e escrevem com os pés. É um efeito terrível da internet” ou ainda “Que o jornal em papel vai morrer, todo mundo sabe” compõem o material bruto das entrevistas com alguns dos grandes jornalistas brasileiros como Fernando Rodrigues, Janio de Freitas e Renata Lo Prete, todos disponíveis no YouTube.

O documentário usa como pano de fundo a peça “O Mercado de Notícias”, escrita em 1625 por Ben Jonson, e explora bem casos de erro jornalístico como a Escola Base e, menos conhecido, o falso Picasso do INSS.

Vale por várias aulas.

Jornal pede à Redação que ajude a distribuí-lo nas ruas

O Orange County Registrer, um pequeno jornal de Los Angeles, está oferecendo cupons de até US$ 150 para integrantes de sua equipe que ajudem a distribuir (e vender) o jornal de domingo.

Não é algo novo, como recorda Roy Greenslade ao Guardian, mas não deixa de ser outro indicativo de tempos bicudos para o impresso.