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Batman versus Valencia

Valencia_Cf_Logo_originalEssa é tão sensacional que fiz questão de colocar aqui: a DC Comics (dona da marca Batman) está processando o clube espanhol Valencia (fundado em 1919) pelo uso de um morcego em seu escudo.

É um pleito ridículo, pois esse animal está vinculado à própria história da cidade, mencionada desde o ano 138 antes de Cristo – e que seu brasão não deixa qualquer dúvida.

É mais um aspecto nefasto da modernidade: a noção de que tudo pertence a marcas.

Coisa séria

Uma decisão do Tribunal de Justiça de SP garantiu a um veterinário do Estado indenização de R$ 20 mil por duas curtidas e duas compartilhadas em postagem no Facebook crítica (sem fundamentação) ao trabalho dele.

O cerco está se apertando: caminhamos para o fim das práticas caluniosas que transformaram as redes sociais num imenso depósito de lixo.

Vida de estagiário

Jogaram o sofá fora: a editora Condé Nast, que publica revistas de altíssimo nível como Wired e The New Yorker, encerrou seu programa de estágios nos EUA depois de ser processada por um aspirante a jornalista que trabalhava até 12 horas por dia por menos de US$ 12 diários.

No Brasil, apesar de comuns nas redações, o estágio em jornalismo não é regulamentado. Mesmo assim, costuma ser uma vida boa: a garotada via de regra não passa de seis horas de jornada, com feriados e final de semana livre e alguns direitos como vale-refeição. Em muitos casos, ganha-se mais do que jornalistas formados. Errado também.

 

 

 

 

Manual antiprocesso

Sempre brinquei que o melhor currículo do jornalista é sua quantidade de processos – quanto maior, mais ele incomodou.

Porém o uso de ações de calúnia e injúria como ferramenta de censura está chegando às raias do insuportável.

Daí que é bem-vinda a iniciativa de se criar um manual (em espanhol) para tentar manter os jornalistas fora do banco dos réus por esses motivos.

Pelo direito a ser esquecido

Bacana isso: correm na Europa processos de gente que quer ser esquecida pelo Google, isto é, desaparecer do mapa da web até mesmo em ferramentas de busca.

É um pleito justo, mas esse combate à privacidade já perdeu batalhas em tribunais americanos algumas vezes.

A segunda queda de Dan Rather

Dan Rather, último âncora clássico da TV e primeiro jornalista a ser desmascarado pelo poder da publicação pessoal e da mobilização na internet, perdeu em primeira instância a causa milionária que movia contra seu empregador por mais de 50 anos, a rede CBS. Vai recorrer.

Ele é a pessoa por trás da reportagem de 2004, que dava conta de uma gazeteada do então garotão George Walker Bush no serviço militar. A matéria tinha por base memorandos de um superior do menino Bush condenando e, ao mesmo tempo, compreendendo a maracutaia.

Internautas comprovaram que os documentos, batidos a máquina, eram incompatível com os espaçamentos e entrelinhas existentes na época da suposta dispensa do exército do ex-presidente _que, daquela forma, se viu livre de combater no Vietnã.

Rather caiu em desgraça, ganhou um cargo figurativo como repórter investigativo que não tinha pautas e acabou se demitindo em 2006. À Justiça, pediu US$ 70 milhões de indenização da CBS por danos morais.

“Objetivamente, o caso acabou”, festejou Louis J. Briskman, o “advogado-geral” da emissora americana.

Rather já tinha acabado faz tempo.