Arquivo do mês: junho 2012

Será o fim do Facebook?

Acho que não foi bem compreendida a “previsão” de que o Facebook deixará de existir em 2020, feita por Eric Jackson, fundador de uma empresa de investimento.

Jackson se refere ao inexorável fato de que, na vida como na web, a fila anda. Ferramentas ultrapopulares em seu momento são substituídas por outras – algumas, seguem seu rumo sem o mesmo buzz; outras, simplesmente acabam.

Agora, como alguém bem disse outro dia, chegou a hora de decretar o fim de decretar a morte de alguma coisa.

Imagine o Twitter sem postagem em tempo real

Uma lei antiprostituição on-line considerada por alguns estados americanos pode matar serviços como Twitter e Facebook.

Basicamente, as plataformas passam a ser responsáveis pela publicação de conteúdo de terceiros – dano que só poderia ser evitado com um impensável filtro que bloqueasse ou impusesse um delay para que atualizações de terceiros sofressem o escrutínio de um sistema de moderação.

Agora imagina o Twitter sem postagem em tempo real…

A falsa interação

No mesmo dia, Folha de S.Paulo e o espanhol ABC abordam um tema sobre o qual se sabe mas pouco se fala: a compra de popularidade em redes sociais.

Há muito tempo já dissemos aqui que número de seguidores ou fãs não é termômetro para detectar qualidade de interação com o público, ainda mais quando se trata de uma legião de zumbis ou robôs que nada acrescentam à conversação.

Quando alguém chega pra mim dizendo que seu objetivo nos sites de rede social é ter um milhão de amigos, a solução está na ponta da língua: “custa tanto” – um pacote de mil curtidas, por exemplo, vale R$ 400.

Twitter e Facebook não servem para nada se não quisermos nos relacionar.

Volto já

Pois é, mais uma quarta-feira de emoções…

A necessidade do diálogo

Muitos boas as impressões de Luli Radfahrer sobre o futuro da imprensa.

“A redução da circulação de jornais e revistas tem vários pontos em comum com o desinteresse dos alunos em sala de aula. Nos dois ambientes o conteúdo é apresentado inteiro, finito, fechado, para uma audiência genérica, de nível mediano, cuja única voz está em algum comentário ou avaliação posterior”, escreve.

Para ir mais além. “Em uma conversa, por exemplo, mesmo que a diferença de conhecimento e autoridade seja enorme, o interlocutor educado não apresenta seu conteúdo por inteiro para depois se calar, aguardando resposta.”

O Facebook e o amor

O site de Mark Zuckerberg sabe tudo sobre a sua vida amorosa…

O amor à profissão (e a falta de profissionalismo)

Sem pagamento, jornalistas do diário grego Eleftherotypia (que significa “Liberdade de Imprensa”) continuam trabalhando diariamente nas edições numa tentativa de salvar seu emprego e este jornal no qual confio”, como diz um deles.

O sucateamento da profissão passa, e bastante, por esse amor a veículos. É, muitas vezes, a justificativa patronal para pagar mal – o orgulho de se trabalhar num lugar tão dedicado à verdade e à justiça social é o maior pagamento.

Pense nisso.

Um texto de Tostão

“Todas as pessoas deveriam assistir às partidas da seleção em 58 não para repetir o passado, mas para constatar que esses craques existiam”.

Um texto de Tostão que editei em 2008.

A fotografia como calhau

Não deixa de ser uma coincidência macabra: apenas três dias depois de uma aula na Faap em que discorria sobre o uso de foto pelo jornalismo e a importância de se valorizar a área de imagem com informação, não como ilustração, o Jornal da Tarde (SP) publica uma capa de seu produto principal, o caderno de esportes, com uma imagem de arquivo do corintiano Danilo comemorando um gol – não o gol decisivo marcado contra o Santos, pela Copa Libertadores (patrocínio desatualizado e estádio vazio desmascaram a farsa).

É exatamente sobre isso que falávamos com a turma de pós-graduação em Jornalismo Esportivo: foto é notícia, não uma figurinha que preenche um espaço.

E o resto é calhau.

Quando Orwell se virou no túmulo

No documentário “Orwell Rolls in his Grave” (Orwell está se virando no túmulo), de 2003, o diretor Robert Kane Pappas analisa as relações entre mídia, governo e empresas – e faz uma previsão sombria para a internet, que então se consolidava como uma nova mídia.

A rede é apresentada como ‘a próxima a ser manipulada’.

Mas senta que lá vem história: são três horas de filme. Pega a pipoca aí e manda bala, por que é bem interessante.