Arquivo do mês: março 2011

Métodos de pesquisa para a internet

Será lançado no dia 5 o livro “Métodos de pesquisa para a internet“, que se propõe a ajudar pesquisadores que se debrucem sobre as novas tecnologias com abordagens empíricas.

De autoria de Suely Fragoso, Raquel Recuero e Adriana Amaral, a obra debate metodologias que sejam eficientes e que permitam coletar e analisar dados compatíveis com problemas de pesquisa e perspectivas teóricas.

A morte de José Alencar e alguns segredos do jornalismo

Para quem é de fora do jornalismo, é difícil entender a previdência de certas medidas que tomamos para garantir uma vida com o mínimo possível de sobressaltos. Uma delas, e que mais choca, é o hábito de deixar pronto o obituário de personalidades relevantes do noticiário.

Neste quesito, José Alencar merece uma citação à parte. Nunca um obituário esteve tão pronto. Foram várias as oportunidades em que ele esteve a ponto de ser publicado _nem só on-line: numa noite de novembro do ano passado, pessoas foram chamadas de volta à Redação porque havia o rumor da morte do mineiro. Foi assim por várias vezes.

E os plantões? Quantas vezes fomos ao trabalho sob o risco de a morte acontecer _e modificar todos os planos da edição do dia? O temor acabou não se justificando (a morte, no final das contas, ocorreu numa terça-feira, e bem cedo para os padrões jornalísticos).

Outra crueldade oculta do jornalismo é a avaliação de quanto tempo e espaço dedicar a um morto. Para nós, é evidente que José Alencar valia muito mais como vice-presidente. Ao deixar o poder, paulatinamente foi perdendo a relevância.

São, enfim, pequenos segredos do jornalismo.

A luta do USA Today pela sobrevivência

Ele já foi o jornal que emulou a linguagem televisiva (fator para seu sucesso nos anos 80 e 90), mas hoje amarga uma queda de circulação de 30% e está tentando se reinventar para sobreviver.

Outro dado impressionante: a publicação tem hoje metade das páginas publicitárias que tinha em 2005.

Saiba mais sobre a luta do USA Today (hoje o segundo jornal de maior circulação nos EUA) pela sobrevivência no relato da vibrante Esther Vargas em seu Clases de Periodismo.

Cachorros do Chile, a série


Lana Renee é americana, fotógrafa (“de casamento”, diz) e agora mora no Chile, onde iniciou um ensaio sobre os cachorros do país.

Cachorros e andarilhos (quase indissociáveis) são ótimo tema para ensaios.

Perspectivas da pesquisa em comunicação digital, o livro

O livro “Intercom Sul 2010: perspectivas da pesquisa em comunicação digital”, com textos de 31 pesquisadores brasileiros, já está disponível para download.

Ainda não tive tempo de avaliar a obra (são mais de 600 páginas!), organizada pelos colegas Maria Clara Aquino (Ulbra), Adriana Amaral (Unisinos) e Sandra Montardo (Feevale).

O trabalho é resultado da Divisão Temática Comunicação Multimídia e do grupo de Comunicação e Multimídia do Intercom Júnior do XI Intercom Sul, que aconteceu em maio do ano passado, na Feevale.

Para degustar com calma, num domingo, vai bastante bem.

O bloquinho sumiu, mas o repórter tinha faro

Essa quem me contou foi o colega Mauricio Puls _e é uma boa oportunidade para lembrar o excelente repórter George Alonso.

A história comprova como o faro e a pulga atrás da orelha são inerentes ao jornalista de verdade (ainda que ele seja uma catástrofe de desorganização).

Corria o ano de 1995. Era o início do governo Mário Covas, e seus secretários tomavam posse.

A Alonso coube cobrir o primeiro dia de trabalho de Sérgio Barbour, indicado pelo governador tucano para a pasta do Esporte e Turismo. Mera formalidade: o espaço reservado para o ato de posse era o que se chama na Folha de S.Paulo de “módulo 200” (um pequeno texto de cerca de 20cm normalmente editado abaixo da dobra do jornal _em resumo, uma notícia sem grande importância).

Alonso conversou rapidamente com Barbour, que lhe contou (gaguejando, diga-se) ter trabalhado na Sabesp após longa folha de serviço prestado à Comgás.

Desorganizado que só ele, Alonso voltou à Redação e largou suas anotações numa mesa clássica dos que exercem essa profissão: cheia de papéis inúteis.

O bloquinho sumiu e, para não pegar mal com o novo secretário, Alonso decidiu pedir o currículo diretamente à secretaria estadual _o pedido chegou por fax, e por aí você já tem uma noção temporal violenta).

O tal currículo não trazia nenhuma referência à Sabesp, única informação dada por Barbour que Alonso se lembrava sem precisar do apoio do bloquinho sumido (encontrado horas depois após megablitz).

Intrigado, o repórter procurou a Sabesp. Ninguém conhecia Barbour. “Sérgio o quê? Vamos falar francamente. Realmente, não sei quem que é”, disse um ex-diretor da estatal de água e saneamento.

Surgia ali o furo “Secretário de Covas era fantasma na Sabesp“, com o saboroso outro lado concedido por Barbour que rendeu o título “Eu não era assessor de aparecer, pô!”.

Uma joia do faro jornalístico.

A diferença entre presença e atuação em redes sociais

Para ser eficiente, a presença em redes sociais não pode ser esporádica. É um relacionamento de longo prazo e que envolve troca.

Não é o que estamos assistindo neste momento.

Na Espanha, um levantamento recente mostrou que parlamentares que não disputarão as eleições municipais deste ano por lá simplesmente sumiram de plataformas como o Twitter.

O caso é idêntico no Brasil: mais de 400 dos 513 deputados federais têm perfil no site, mas a maioria desapareceu após 3 de outubro.

Ninguém é obrigado a estar numa rede social. Mas quando se entra, porém sem disposição para dialogar, não há saída melhor que apertar o delete e esquecer que aquilo existiu.

(texto publicado nesta quarta na coluna Redemoinho, da Folha de S.Paulo)

Gêneros Jornalísticos na Faap em 2011

Começo hoje, na nova turma da pós em Jornalismo Esportivo da Faap, mais um curso de Gêneros Jornalísticos, disciplina que marcou minha estreia no mundo acadêmico no já longínquo 2006, no Unifai.

Saudades daquela turma da qual vários ex-alunos já estão no mercado, buscando seu espaço.

A ideia, agora, é traçar um panorama da história do estudo dos gêneros desde a Grécia Antiga até Lia Seixas, a pesquisadora brasileira que tem se debruçado recentemente (e com muita propriedade) sobre o tema.

O objetivo? Saber identificar e classificar os gêneros é o primeiro passo para usá-los corretamente _e, assim, se dirigir ao leitor/usuário da forma mais otimizada possível.

Programa e bibliografia já estão on-line.

Um filmaço a serviço do mal

Triumph des Willens é obra de Leni Riefenstahl, a cineasta do nazismo. Uma ótima cabeça que acabou cooptada, uma pena.

Mostra um congresso do Partido Nacional Socialista (cuja corruptela levou a Nazista) em 1935, um ano depois de Hitler assumir, quatro anos antes da Grande Guerra.

Está tudo ali, a intenção dos caras é clara.

Mas olhar essa fotografia hoje, a trilha grandiosa, o charme do P&B… filmaço.

Manual de estilo para novas mídias

O inquieto Mario Tascón está por trás de um manual de estilo para novas mídias, que começou a ser escrito.

(a dica é de António Granado).