Já era de se esperar: por coerência (para ficarmos só nisso e sermos elegantes), os jornalões “homenageados” pelo Brasil Post com links externos estão exigindo explicações da Editora Abril, que pilota o projeto Huffington no país.
No entendimento deles, o uso do link externo equivale a uma apropriação indevida de conteúdo. Foi exatamente por isso que, capitaneados pela ANJ (a associação patronal), dezenas de jornais do país deixaram o serviço Google News. Posteriormente, numa espécie de termo de ajustamento de conduta, as partes concordaram em testar o protocolo “Uma linha no Google News“, cujo objetivo é precisamente direcionar o internauta as sites dos veículos (ué, o Google News faz o que mesmo?).
A chantagem dos jornais foi vista na época com desconfiança (de novo, estamos sendo benevolentes). Afinal, quem em sã consciência abriria mão do potencial drive de audiência de um produto Google? A ANJ disse que a queda de tráfego beirou 5% e que a medida valeu a pena.
Na França, por exemplo, a polêmica foi resolvida após o Google aceitar desembolsar 60 milhões de euros numa espécie de fundo para o jornalismo impresso, além de se comprometer a ajudar os jornais a incrementar sua receita com publicidade on-line. Na Alemanha, os jornais precisam autorizar o uso de seus títulos pelo agregador.
De toda forma, o episódio Brasil Post é revelador. E, de novo, no ano em que caminhamos para 19 primaveras da operação comercial da internet no país, parece que ainda estamos engatinhando.