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Brasil Post, link externo e os jornalões

Já era de se esperar: por coerência (para ficarmos só nisso e sermos elegantes), os jornalões “homenageados” pelo Brasil Post com links externos estão exigindo explicações da Editora Abril, que pilota o projeto Huffington no país.

No entendimento deles, o uso do link externo equivale a uma apropriação indevida de conteúdo. Foi exatamente por isso que, capitaneados pela ANJ (a associação patronal), dezenas de jornais do país deixaram o serviço Google News. Posteriormente, numa espécie de termo de ajustamento de conduta, as partes concordaram em testar o protocolo “Uma linha no Google News“, cujo objetivo é precisamente direcionar o internauta as sites dos veículos (ué, o Google News faz o que mesmo?).

A chantagem dos jornais foi vista na época com desconfiança (de novo, estamos sendo benevolentes). Afinal, quem em sã consciência abriria mão do potencial drive de audiência de um produto Google? A ANJ disse que a queda de tráfego beirou 5% e que a medida valeu a pena.

Na França, por exemplo, a polêmica foi resolvida após o Google aceitar desembolsar 60 milhões de euros numa espécie de fundo para o jornalismo impresso, além de se comprometer a ajudar os jornais a incrementar sua receita com publicidade on-line. Na Alemanha, os jornais precisam autorizar o uso de seus títulos pelo agregador.

De toda forma, o episódio Brasil Post é revelador. E, de novo, no ano em que caminhamos para 19 primaveras da operação comercial da internet no país, parece que ainda estamos engatinhando.

A inteligência coletiva ainda resiste

Fiquei surpreso ao descobrir que o Reddit, criado em 2006, aparece na oitava posição entre os sites de notícias mais acessados da internet, segundo o confiável ranking da Alexa.

Basicamente um repositório de links (nem todos jornalísticos) submetidos à avaliação de seus usuários, que assim determinam em que posição cada contribuição é mostrada no site, o Reddit segue o modelo inaugurado pelo Digg, produto de 2004 ainda no ar e que acabou ultrapassado pelo concorrente.

Trata-se de uma aposta na curadoria da inteligência coletiva, ou seja, uma edição feita a várias mãos, por uma comunidade de usuários.

Mais interessante ainda é a Alexa classificar essas experiências na categoria de notícias.

Não deixa de ser estranho também ver o Reddit ali, entre BBC News, CNN, NYTimes, HuffPo…

Um esclarecimento: a metodologia usada pela Alexa se parece muito com a adotada pelo Ibope para medir a audiência televisiva no Brasil: depende de um programa distribuído por amostragem em residências que monitora os hábitos de uso do aparelho.

O paypal do jornalismo

O Google tinha prometido ajudar os jornais a sair da pindaíba. Para isso, criou um produto, o One Pass.

O serviço é basicamente agregar conteúdo pago selecionado pelo usuário. Tem uma vantagem: não se restringe à web (tudo o que é comprado ali pode ser lido em todas as plataformas).

Yahoo e Apple já tinham anunciado iniciativas semelhantes na semana passada.

Agregador pago é a mais nova insanidade on-line

Que loucura: o Ongo é um agregador de notícias de jornalões e agências de notícias (ou seja, que se encontram em qualquer lugar) e está cobrando US$ 6,99 mensais de seus clientes. Os próprios veículos estão bancando sua operação.

Há um movimento para se combater a saturação de informação na internet, e ele passa, claro, pelo estabelecimento de fontes confiáveis de notícias e trabalho profissional de edição.

Mas cobrar desde o agregador não faz o menor o sentido.

Agregar para conectar

As Últimas é um agregador nacional bem cumpridor.

Dá uma olhada.

Finalmente um golpe de mestre dos jornais

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) anunciou sexta-feira no Rio, no encerramento de seu congresso anual, que está negociando com agregadores estímulos para que os internautas busquem notícias diretamente nos sites que os hospedam.

“Nossa meta é buscar formas adequadas de remuneração de nossos conteúdos, para que o jornalismo de qualidade continue a desempenhar o papel que tem e sempre teve em sociedades democráticas”, disse Judith Brito, presidente da entidade.

Como seriam essas “formas adequadas”? Ainda não sabemos ao certo, mas discute-se a redução dos textos exibidos em agregadores (como o Google News) e critérios de indexação que consigam distinguir entre o que pode ou não ser exibido por meio do Protocolo de Acesso Automático a Conteúdo.

Toda essa discussão, direitos autorais à frente, sempre teve como pano de fundo a sobrevivência dos jornais. A novidade, agora, é que os agregadores aceitaram negociar.

Se os jornais conseguirem ganhar dinheiro com algo que claramente ajuda a promover seu conteúdo, terá sido um golpe de mestre.

Nenhum estímulo para alcançar a fonte original de uma notícia pode ser maior do que o agregador (que, com frequência, possui audiência várias vezes superior aos veículos que se incomodam em aparecer neles).

As seis dicas do Google para quem faz jornalismo usando vídeo

Dono do YouTube, o Google tem incentivado produtores de notícias (isso engloba do cidadão a organizações jornalísticas) a disponibilizar vídeos não apenas na rede social, mas também em seu serviço News, que já conta com a adesão das grandes agências de notícias.

É um tabu no Brasil. Via de regra, os donos do conteúdo pensam mil vezes antes de oferecê-lo a um servidor externo. Não se reconhece o caráter agregador de audiência destes produtos, apenas a suposta usurpação que fazem do material alheio.

Bem, o Google dá seis dicas para quem faz jornalismo usando vídeo. Na verdade, uma aula de indexação _afinal de contas, a maneira mais rápida de sermos encontrados na rede.

A lição serve também para uso interno, ou seja, na organização do nosso acervo. Classificar e etiquetar adequadamente conteúdo virou um trabalho precioso na era da publicação pessoal.

Projeto experimental usa agregador para festejar os 200 anos da independência argentina

Parte da famosa avenida 9 de Julio, em Buenos Aires, já está com quatro faixas ocupadas pelos estandes que representam cada uma das provincias do país. A motivação é nobre: os festejos do bicentenário da independência do país (a data exata é 25 de maio).

Na web, a iniciativa mais bacana até agora é o Tu Bicentenario, um projeto jornalístico que se apresenta como “experimental e baseado no uso de ferramentas sociais da internet e com a colaboração vital dos usuários”.

Na prática, funciona como um fantástico agregador do conteúdo que as pessoas estão produzindo agora em diversas frentes on-line.

Agregadores na berlinda: de novo, o medo dos grupos de mídia

Afinal de contas, o que é um agregador de notícias senão uma forma de promover e facilitar o acesso a conteúdo jornalístico?

As empresas de comunicação, sempre atrasadas, insistem na tese que de ferramentas como o Google News estão usurpando seus produtos _quando a verdade é que a excelência de um buscador como o desenvolvido pelo Google está justamente criando mais oportunidades para que esse mesmo conteúdo seja visto em sua fonte original.

Não que o Google seja um santo, claro. O simplismo de um diretor da empresa ao comentar a polêmica é reveladora. Afinal, a companhia também se beneficia _no mínimo com pageviews_ da função de agregar conteúdo alheio.

“O Google News não é uma fonte de negócios e, portanto, não há faturamento para dividir com os meios de comunicação. O grande benefício não é apenas para os usuários, mas também para a mídia, que consegue muito mais audiência graças ao trabalho de nosso buscador”, diz Luis Collado, big head do Google na Espanha (onde a companhia realiza 90% das operações de busca _no mundo, essa taxa cai para 66%).

É discussão pra mais de metro, mas nessa, com todos poréns, novamente estou contra os grupos de mídia, que se desesperam ao ver oportunidades criadas totalmente a sua revelia. E, pior, combatem ideias que podem ajudar seus negócios.

O feed de todos os feeds

Falando em feed, a sacada do @tarushijio é ainda melhor: associar o Alltop, um dos agregadores de feeds do momento, à palavra jornalismo.

O resultado é um panorama (em inglês) bastante surpreendente das páginas mais expressivas que estão tratando do tema.

Não lembro de ter visto algo tão completo recentemente.