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Leituras da semana

A edição 17 da Revista Animus, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM (a brava federal de Santa Maria-RS), está on-line.

Destaco o artigo “Os processos interativos no webjornalismo audiovisual: um estudo das contribuições dos colaboradores aos sites UOL, G1 e Terra”, de Juliana Fernandes Teixeira.

Boa leitura.

Jornais e TVs investem contra portais de internet

Chegou à Procuradoria Geral da República uma representação que promete provocar bastante barulho: ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), em nome dos veículos de comunicação brasileiros, consideram que portais de internet (casos específicos de Terra e Ig) controlados por estrangeiros estejam descumprindo a determinação constitucional que limita a 30% a participação forasteira no capital de grupos de mídia.

“Entramos com a representação com base em duas premissas: o de que a internet não é uma terra sem lei e o de que algum órgão público tem que fazer valer uma regra constitucional que está sendo flagrantemente desrespeitada”, disse Daniel Slaviero, presidente da Abert.

O grupo português Ongoing, dono dos jornais Brasil Econômico e O Dia, também está na mira das entidades patronais do mainstream.

É polêmica para mais de metro.

O Terra, por exemplo, pertecente à espanhola Telefónica, diz que não é um grupo de mídia, mas uma empresa de tecnologia. Fato, mas que produz conteúdo, como todo mundo sabe.

No cerne do tema não está a Constituição, mas uma mera questão de concorrência. Coincidentemente, justamente com a internet, que tantos apontam como a responsável por tomar leitores dos jornalões…

‘Quem ignora o que o público diz em mídias sociais não pode ser jornalista’

Ana Brambilla é minha dupla colega: é jornalista e professora de jornalismo. Mestre em Comunicação, acaba de assumir como editora de mídias sociais do portal Terra. Um desafio e tanto.

E é exatamente sobre mídia social (e jornalismo cidadão, assunto no qual Ana é uma referência) que versa meu bate-papo com ela (via e-mail), o primeiro da série “3 Perguntas Para” que aparecerão com frequência no Webmanario.

Na conversa, ela alerta sobre a importância de o jornalismo profissional estar atento ao que diz e produz e público. E faz uma defesa incondicional do jornalismo cidadão.

Já faz algum tempo que estou fascinado com o fenômeno lan house de periferia e a inclusão digital da população brasileira (NOTA: esta entrevista se deu antes que o IBGE divulgasse que as lan houses só perdem para as residências no acesso à web no Brasil). Já somos o povo que mais tempo passa na web, e nessa faixa social (classes C e D), o avanço na internet é imenso. Sinal de que a rede é um gênero de primeira necessidade ou de que faltam mais opções de entretenimento (notadamente as bancadas pelo poder público)? Até que ponto ficar muito tempo na web é sinal de avanço de um povo?

O tempo on-line, quantitativamente falando, não me parece suficiente para estimar o avanço intelectual de um povo – a menos que essa “intelectualidade” seja reduzida ao “saber mexer” com a tecnologia. É necessário entender, antes, O QUE esse povo anda fazendo on-line, qual o tipo de informação tem acessado, produzido, processado.

Qualquer um que já tenha entrado em uma lan house sabe que o uso de Orkut e MSN é soberano. Considerando que são plataformas de relacionamento e que em termos de contato humano, convivência é um dos traços mais característicos da brasilidade, estas plataformas digitais só vêm intensificar este cimento social de que o brasileiro tanto gosta. Ou seja: se ainda há dúvidas sobre a tecnologia aproximar ou afastar as pessoas, o uso intenso das mídias sociais pelos brasileiros mostra que a aproximação ainda prepondera.

Mas não fiquemos apenas no relacionamento. Há quem use o conhecimento da rede para aprender. Lembro de um vídeo bacana feito pela Regina Casé que mostra as lan houses da periferia e, nele, um rapaz conta que aprendeu a consertar bicicletas em tutoriais publicados no YouTube. Desde então, vem ganhando dinheiro com isso. A web estimula o autodidatismo. E para quem tem vontade de aprender mas não tem grana para investir em cursos, as lan houses podem ser boas salas de aula 🙂

O jornalismo profissional tende a considerar a mídia social uma falácia. Pouco importa o que as pessoas falam ou deixam de falar. O que perde um jornalista por profissão que ignora de própria vontade o que se diz em plataformas de publicação pessoal? Como a mídia social pode ser incorporada no dia a dia de quem trabalha com notícias?
Quem ignora o que o público diz em mídias sociais já devia ignorar o que este mesmo público dizia nas ruas. Ou seja: não pode ser jornalista. Afinal, a razão de existir do jornalismo é GENTE. O público é fonte, o público é (ou deveria ser) a finalidade do nosso trabalho. E se ele – ou o que ele pensa, diz – é ignorado por quem estás nas redações, melhor faz se desprezar o trabalho do jornalista.

Aliás, isso me faz pensar porque os sites noticiosos não estão entre os mais acessados na web. Será que o público se vê neles? Ora, a internet é o lugar onde o público, finalmente, pode se ver. Se o jornalismo praticado no meio digital for igualmente burocrático e limitado às fontes oficiais tal como grande parte dos veículos tradicionais, está fadado a ser engolido por sites de entretenimento ou mesmo pelas redes sociais nos relatórios de audiência. Como não estamos muito distantes disso, alguns veículos estão se dando conta de que devem estar presentes também nas mídias sociais.

E este é um despertar histórico. Afinal, será preciso quebrar paradigmas de linguagem jornalística, de critérios de noticiabilidade, ou seja, conceitos seculares da profissão que mexem nos brios de quem se diz mestre na “arte” de transformar a realidade em notícia. Enquanto empresas de comunicação de vários países contratam seus editores de mídia social, há quem esteja vendo neste novo colega uma oportunidade de expandir a visibilidade de seu próprio trabalho, há quem esteja temendo por novas obrigações em troca do mesmo salário.

Não agradar a todos é natural, J.C. provou disso (não, não me referi a Jornalismo Colaborativo, embora ele também não tenha agradado a todo mundo).

Mas a minha visão da equação jornalismo + mídias sociais é de total interdependência. Jornalista que não souber/quiser/gostar de incorporar as mídias sociais no seu trabalho, não terá lugar no mercado.

Em relação a como as mídias sociais podem ser incorporadas no dia a dia de quem trabalha com notícia, creio em 3 vertentes:

– apuração (busca por fontes, personagens, pautas, testemunhos, opiniões);
– veiculação (linguagem adequada às mídias sociais, grupos e momentos certos para divulgação de determinadas notícias);
– feedback/relacionamento (é muita informação espontânea e barata – na verdade, de graça! Por que não aproveitar para MELHORAR o meu trabalho? E por que não trazer esse aliado para MAIS PERTO da minha rotina profissional?).

Você acompanhou bem de perto a trajetória do Ohmynews, projeto que podemos considerar modelo em jornalismo participativo. E sabe que eu tenho várias restrições a ele (a principal, o adestramento de cidadãos para que se comportem como repórteres, quando a improvisação e desconhecimento de vícios e liturgia da profissão me parecem mais adequados à tarefa). Outro dia o Paulo Querido, jornalista português, disse que o jornalismo cidadão “dá uma notícia por ano”. Eu também tenho aquela sensação e que a noção de notícia de quem colabora com sites jornalísticos é do tipo meu-cachorro-fez-xixi-no- poste. De Gillmor a Querido, passando pelo Ohmynews (que estaria moribundo financeiramente, não?), você também não se decepciona com a qualidade da colaboração na nossa área? Que projetos colaborativos você referendaria hoje como modelos a serem observados? E o Ohmynews, que destino você enxerga pra ele?

E quem disse que o meu-cachorro-fez-xixi-no-poste não pode ser importante? Há um problema enorme nos noticiários colaborativos ancorados pela grande mídia, que pretendem aplicar os mesmos critérios de noticiabilidade para as reuniões de pauta da redação E para o conteúdo que o público manda. Isso reflete o vício do jornalista achar que sabe o que “é importante” para a sociedade, que ele sabe o que o público deve saber. Será? A propósito, o que é “importante” para alguém? Me parece um conceito tão individual que o jornalismo pasteurizou com uma arrogância absurda nos últimos 200 anos. Afinal, o que É importante está no noticiário. Mas importante para que, cara-pálida?

Se os critérios de relevância editorial forem os mesmos para o jornalismo tradicional e para o jornalismo colaborativo, então Paulo Querido tem razão: o público deve dar uma notícia por ano. Só que o erro vem antes disso. Vem na proposta editorial que estes noticiários trazem ao público. Eles querem cópias de si mesmos só que feitas pelas mãos dos outros. E isso é impossível! O público não estudou para isso. O público NÃO RECEBE para isso. Por que vai fazer um trabalho igual ou melhor do que o de um jornalista? O público fala daquilo que interessa a ele, à microssociedade dele. E isso vai do 1º dia do filho na escola até a sujeira na praça ao lado da casa dele. Por isso que o jornalismo colaborativo é quase sinônimo de jornalismo hiperlocal. E aí chegamos num dos pontos que, talvez, tenham jogado contra a trajetória do OhmyNews.

Este noticiário sul-coreano nasceu em âmbito nacional. Para os menos de 50 milhões de habitantes, o OhmyNews dava conta. Mostrava uma realidade que não aparecia nos jornais tradicionais, até mesmo por um vínculo forte que estes mantinham com o poder público, fruto de uma redemocratização tardia, além dos malditos kisha clubs, tradição segregacionista que mina a imprensa do oriente e limita o acesso a determinadas informações das grandes esferas sociais apenas aos veículos maiores, bancados por elas. Eis que o OhmyNews encontrou um nicho e cresceu. Cresceu tanto que não coube mais só na Coreia.

Espalhou a ideia pelo mundo. Foi copiado. Criticado, Ovacionado. Mas se já é difícil fazer um noticiário de cobertura nacional, o que sobra para um noticiário global? Na contramão do jornalismo hiperlocal, o OhmyNews Internacional (versão em inglês) não recebeu grandes investimentos, tem uma infraestrutura tímida e atualização lenta. Ainda assim, segue vivo, dando espaço para muitos cidadãos repórteres do mundo inteiro. Aliás, não conheço outro espaço jornalístico tão cosmopolita.

Para que o OhmyNews tenha futuro, é preciso haver uma mudança no modelo de negócio. Virar uma ONG ou experimentar o modelo de crowdfounding são algumas possibilidades. Vejo que o papel social deles é suficiente para justificar uma dessas duas alternativas. Assim, quero observar de perto o Spot.Us, Ushaidi e o Witness, projetos de crowdfounding ou crowdsourcing que podem nos ensinar modelos interessantes – tanto editoriais quanto financeiros.

O teto da igreja caiu, mas onde estava o jornalista cidadão que não viu?

Há três dias falávamos aqui sobre a agilidade do cidadão jornalista (e até sua disputa pelo furo, como se viu no caso do avião que pousou no rio Hudson, em Nova York), e então neste domingo cai o teto de uma igreja evangélica em área densamente povoada (e cercada de prédios), em São Paulo, e a colaboração dos usuários é próxima do zero?

Como reagir a isso?

Enquanto escrevo (são 2h18 da madrugada desta segunda), há um mísero registro fotográfico no Flickr _que nem sequer evidencia, devido ao ângulo, a extensão da tragédia_, enquanto mesmo sob apelos, os guetos de jornalismo participativo dos grandes portais (Eu-Repórter, Minha Notícia, VC no G1 e Vc Repórter) não têm material algum produzido pelo usuário para exibir.

Nos sites de microblog, ao menos, a primeira menção ao incidente surgiu antes que Paulo Henrique Amorim desse a notícia de última hora na TV Record _que foi, até onde sei, quem deu o furo na grande mídia.

No You Tube, maior site de compartilhamento de vídeos, aparentemente há um único arquivo original, afora os tradicionais repliques dos canais do mainstream.

Nesta segunda voltarei ao assunto atualizando as coisa. Se você souber de algo que passou batido nessa análise inicial, avise. Quem sabe limpamos a barra do jornalismo cidadão tupiniquim? Por ora, baita fiasco…

ATUALIZAÇÃO: Voltei, conforme prometido. Tarde, mas voltei. E não há nada a atualizar. De fato, a colaboração no caso do desabamento do teto da sede da Igreja Renascer não teve nenhum episódio novo, nem nas plataformas independentes nem nos portais que oferecem o “gueto colaborativo”. De prático, sobrou a troca de impressões, na caixa de comentários, com Ana Brambilla, que acrescentou ingredientes saborosos para tentar entender essa ausência de jornalismo entre os cidadãos que presenciaram o fato.

O triunfo do branco

Detalhe da nova homepage do portal UOL

Detalhe da nova homepage do portal UOL

Com algumas horas de diferença, os dois principais portais brasileiros na Internet mudaram suas homepages _no caso do Terra, as capas internas também.

A constatação mais fácil e direta que se pode fazer é o notável triunfo do branco, uma tendência que vem acompanhando o redesenho dos sites de veículos noticiosos como o inglês Independent e o canadense Globe and Mail, apenas para ficar em dois exemplos.

No caso do UOL, a mudança teve motivação física: colocar mais conteúdo na página inicial (a empresa diz que o novo desenho permitiu 23% a mais de conteúdo). No Terra, tudo faz parte de um projeto (o Átomo) que está sendo tratado como uma “revolução” pela companhia.

Agora é o tempo que dirá se as alterações, de fato, terão implicação na vida dos internautas. Tudo que venha ao encontro da interação e da clareza na transmissão da notícia é muito bem-vindo.

Porém revolução mesmo, para quem trabalha com jornalismo na Internet, para mim é outra coisa: a adoção ampla, geral e irrestrita da linkagem externa. Creio nisso como o passo decisivo para um comunicação transparente, direta e utilitária.

Afinal, se o conteúdo é rei, a linkagem é a rainha. Sobre o “link journalism”, por sinal, quem tem as infos mais atuais é Scott Karp.

Detalhe da nova homepage do portal Terra

Detalhe da nova homepage do portal Terra

Conversações sobre o microblog

Deborah Micek e Warren Whitlock disponibilizaram na rede um simpático manual de compreensão do Twitter (prefiro sempre dizer microblog, o fato de usarmos mais o Twitter hoje é apenas um reflexo da quantidade de gente que está lá dentro).

Outro dia, em conversa com os trainees da Folha de S.Paulo, contei sobre a experiência de um canal de microblog que o jornal administrou durante os Jogos Olímpicos de Pequim. Com divulgação modesta (porém adequada) na edição impressa, arregimentou, em seu auge, 92 seguidores.

Falhou ao não convencer seus usuários a divulgá-lo massivamente, mas não fez feio _o portal Terra, que também possuía canal próprio, chegou a 276 fiéis. Um pequeno passo em se tratando de um jornal em papel e de uma mídia estabelecida na Web.

As atualizações do canal da Folha foram mais que o dobro maiores, e condicionaram o tom da cobertura do portal (que trocou o informal dos primeiros dias por teasers e chamadas como as que o periódico já fazia).

Outro aspecto positivo da experiência foi a liberdade de levar os usuários a lugares bacanas, não importa onde eles estivessem (é assim que deve ser um blog), amarra da qual o Terra ainda não conseguiu se libertar _qual a foi a última vez que ele te levou além de um site hospedado dentro dele?

Cobertura olímpica à parte, o microblog está aí para ser explorado. As eleições municipais, por sinal, são ótimo gancho.

Jornalismo sem jornalistas (e notícias)

O consultor Tiago Dória diz que o problema do jornalismo colaborativo (aquele em que o usuário faz suas próprias matérias) no Brasil é a adoção do modelo do Ohmynews, o site sul-coreano apresentado como a trincheira do cidadão sob o lema “cada cidadão é um repórter”.

“O contexto do OhmyNews é bem diferente. Na Coréia do Sul, a mídia é vista como conservadora e chapa branca. Existe uma demanda por veículos alternativos de comunicação e o OhmyNews é um deles. Por isso, as pessoas fazem questão de participar do projeto”, diz Dória ao site-projeto “Vc é a Mídia”.

Vejam, no Brasil a mídia é vista exatamente da mesma forma (conservadora e chapa branca) que na Coréia do Sul _aliás, trata-se de uma visão quase planetária. E isso não significou que o jornalismo participativo tenha superado a fase do “meu-cachorro-fez-xixi-no-poste” (a irrelevância do conteúdo enviado pelo usuário nacional ainda é de doer).

Mesmo com pesquisas do próprio “Vc é a Mídia” indicando na direção oposta, eu prefiro discutir sobre dados concretos os conceitos de notícia e relevância. Por ora, as experiências de colaboração no Brasil, especialmente em grandes portais, seguem pífias e desinteressantes.

Não por culpa, como sustentou Tiago Dória, da aplicação do modelo Ohmynews. Lá, inclusive em atitude que eu considero desvirtuadora da colaboração, o site está amestrando cidadãos para que eles se comportem como repórteres (coisa que tão cedo não vai rolar por aqui).

Além disso, há forte mediação profissional sobre o conteúdo apresentado. É assim também, por exemplo, nas experiências participativas de Terra e G1 _o “Vc é a Mídia” não conta, mas o material que você lê no ar foi profundamente editado e, na maioria das vezes, lembra vagamente a contribuição inicial, invariavelmente sem lide, pé ou cabeça.

É, essa história de jornalismo sem jornalistas ainda vai dar muito pano pra manga.

Google é processado por roubar conteúdo

Em bloco, jornais da Bélgica entraram na Justiça contra o que consideram armazenamento ilegal de conteúdo. O réu? Ele, o Google.

A questão já se arrasta desde o ano passado, quando o supermega site de busca (que realiza 98% das operações do gênero na Internet) perdeu ação em primeira instância. Os veículos querem indenização de 49 milhões de euros (mais de R$ 124 milhões). Em setembro, a Corte Suprema da Bélgica julgará a apelação.

O alvo da ação dos jornais belgas é o serviço Google News, objeto de freqüente disputa jurídica. No Brasil, por exemplo, o portal Terra conseguiu, por meio de um acordo, que seu conteúdo não fosse indexado. As empresas jornalísticas entendem que se trata de uso indevido de material protegido por leis de direito autoral.

No entedimento do Google, o serviço é uma espécie de favor, pois “aumenta consideravelmente a audiência dos sites noticiosos”, segundo afirmou um porta-voz da empresa.

Pode ser: The New York Times e Le Monde, só para citar dois casos, estão entre os jornais que saíram do sistema com a mesma argumentação e, meses depois, pediram para voltar.

O Terra corrigiu, sim, seu erro; corrijo agora o meu

Sim, o Terra embarcou na barriga histórica do avião que não houve, mas eu cometi um erro grave _e uma injustiça_ ao afirmar categoricamente que não existiu correção do deslize.

Sim, ela houve.

Agradeço à Cuca Fromer, gerente editorial do portal, que me alertou atenciosamente sobre a lamentável omissão que cometi.

Jornalistas podem receber comissão pela audiência de suas matérias

Os jornalistas que trabalham nos produtos on-line da Reed Business Information (RBI) poderão ser remunerados com base na audiência que alcance o conteúdo gerado por eles.

A medida, polêmica, está em discussão na empresa e “levará algum tempo para que faça sentido”, admitiu um de seus executivos, Jim Mutram.

A jornalistaiada, é claro, não gostou. Ver seu salário-base será reduzido e compensado com comissões sobre a audiência não é tão simples de digerir.

A RBI diz que bônus sobre page-views são comuns _de fato: no Brasil, por exemplo, o portal Terra é um dos remuneram sua equipe, uma ao vez por ano, com base em metas que incluem a quantidade de páginas vistas num determinado canal.