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O jornalismo não se vende, o jornalismo se compra

Surgiu na Espanha uma proposta interessante que vai na linha dos clubes de leitores recentemente criados por Washington Post, Guardian e Times.

O jornalista Arcadi Espada está pedindo 50 euros de leitores interessados em fundar um diário digital. A esse grupo de fundadores do Factual estão reservadas uma série de benefícios durante o primeiro ano de funcionamento do novo veículo, entre os quais visitas à redação e acesso irrestrito ao conteúdo.

Num momento em que a fidelização do leitorado tem sido debatida como uma das saídas para a crise dos jornais, é um processo a ser acompanhado de perto.

Se funcionar, será outra demonstração de que o público está realmente disposto a financiar o jornalismo. A partir daí a conversa poderá passar a ser outra.

E se o homem chegasse hoje à Lua?

A Slate, um produto bem representativo da era da web (a revista de atualidades e cultura foi criada em 1996 e sempre teve como mérito cobrir as tendências da vida em rede), produziu um vídeo bem divertido sobre como teria sido a repercussão (especialmente na internet) caso o homem tivesse chegado apenas hoje, não há 40 anos, à Lua.

Imagine, claro, o Twitter “baleiando”, Youtube e Flickr forrado de imagens e até manchete no Huffington Post (o site/blog de Arianna Huffington que é outro exemplo emblemático da era da conversação e troca de informações via computador).

A ficção não está muito distante da realidade. Basta lembrar a morte de Michael Jackson, um acontecimento com alcance global como seria a conquista da Lua hoje.

(via Tiago Dória)

Projeto em Jornalismo Impresso I – Aula nove

Nesta sexta-feira (24/10), a volta de quem não foi: após 15 dias de ausência física, nos revemos em carne e osso na nossa sala 103 às 8h para preparar a próxima _e não menos importante_ visita que receberemos em 14 de novembro: Edson Rossi, que comandou várias revistas da Abril e agora está à frente do lançamento de mais um produto impresso: a revista Fut!, da mesma editora do jornal Lance.

Em nossa aula desta semana vamos atualizar alguns números sobre o mercado de jornais e perspectivas para o futuro do negócio. Afinal, não sei se vocês perceberam, há uma crise econômica em curso _e certamente o comportamento dos leitores e os investimentos no setor sofrerão alterações.

Caberá a Rossi, em novembro, contar essa mesma história sob o ponto de vista de quem, exatamente neste momento de turbulência, colocou nas bancas um novo produto impresso.

Voltando ao nosso encontro de amanhã, será que os países emergentes terão fôlego para manter em alta a tiragem dos jornais? E os investimentos em jornalismo on-line, não tenderiam a ganhar com a crise por causa da própria plataforma, muito mais barata (lembrem-se que o processo industrial de um jornal, ou sua impressão e logística de distribuição, consomem pelo menos 40% do dinheiro disponível).

Hora de discutir também, com mais detalhe, nossas idéias para o produto impresso do semestre que vem. Temos três sugestões de noticiosos gerais, e cinco projetos segmentados. A coisa vai chegando ao seu final, hora pensar nas respostas às indagações sobre propósito/público/conteúdo/nome.

Enfim, ainda dará tempo de, como inspiração, avaliarmos a catastrófica “capa promocional” do Banco do Brasil que emprestou as primeiras páginas dos principais jornais brasileiros há 15 para, ainda por cima, cometer um erro de informação crasso em sua manchete fake fabricada por uma agências de publicidade.

Para quem ainda não terminou o livro “O Destino do Jornal”, última chamada: teremos uma aula inteira só para discuti-lo, e seu resumo será ainda o trabalho de final de semestre (com pelo menos 10 mil caracteres).

Até lá.

Projeto em Jornalismo Impresso I – Aula quatro

O papo da quarta aula de PJI I começa pelo conceito da economia do grátis de Chris Anderson e avança rumo aos gratuitos no jornalismo diário, feitos para “o cidadão que anda a pé”.

Pegamos carona no sucesso dos jornais de graça (e relativizamos esse triunfo, mostrando onde se deu e onde não se deu esse toque de midas) para contextualizar o momento da notícia na sociedade da informação: sim, ela virou uma commodity, infelizmente.

Na atividade do segundo tempo, vamos comparar dois dos gratuitos mais distribuídos no mundo, Destak e Metro (em suas versões paulistanas) e perceber graficamente que peças poderão ser úteis para o projeto que pretendemos fazer, além de criticar soluções equivocadas e ausência (ou presença) de jornalismo.

Lembrem que a leitura de “O Destino do Jornal” (páginas 59 a 89) é importante para compreendermos a percepção que os usuários têm das mídias (trata-se de ótima pesquisa qualitativa).

Leia mais sobre as teorias de Chris Anderson e também a respeito do declínio do jornalão e ascensão do gratuito.

Os slides da aula já estão on-line. Até esta sexta!

Ao vencedor, a credencial

Uma das poucas barreiras que ainda separam o jornalista cidadão (portanto, amador) do profissional do mainstream é a legitimação, o direito de, por exemplo, ter acesso aos jogadores após uma partida de futebol ou ficar próximo ao governador num ato público.

Pois o MySpace (rede social on-line vice-líder em usuários no mundo) organiza um concurso cujo prêmio é uma credencial para cobrir as convenções dos partidos Democrata (entre 25 e 28 de agosto) e Republicano (de 1º a 4 de setembro) que oficializarão as candidaturas de John McCain e Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.

Inscrições terminam em julho.