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A monocultura do Facebook

Para quem trabalha com conteúdo em redes sociais, a monocultura do Facebook ainda é um problema no Brasil.

Pelo seu tamanho (são cerca de 80 milhões de brasileiros lá dentro), é natural que as marcas queiram interagir no site de Mark Zuckerberg.

Acontece que cada caso é um caso, e há redes muito mais específicas para quem atingir determinados públicos.

Afora os aspectos severos proporcionados pelo algoritmo do Facebook (o pior deles é o alcance cada vez menor das publicações, um evidente recado para que as ações lá dentro sejam pagas), há ainda tantos outros problemas no que diz respeito ao funcionamento da ferramenta que, de verdade, não dá pra entender esse furor.

O Facebook pode ser tão útil quanto qualquer outra rede, desde que esteja alinhado com a estratégia de comunicação. Não é uma escolha liminar.

Hoje, não tem sido o caso.

Prazer, newsletter

Agora preste atenção nesta notícia:

“A Folha passa a oferecer um serviço gratuito de envio por e-mail das principais notícias do dia.

Para inscrever-se no serviço, basta incluir seu e-mail no campo “receba nossa newsletter”, que aparece nas páginas do site da Folha.

A newsletter é enviada de madrugada com chamadas para os principais destaques do jornal naquele dia.

O jornal tem também newsletter em inglês e espanhol, que podem ser acessadas nas páginas da Folha Internacional.”

Estou absolutamente sem palavras: estamos praticamente em 2015 e o maior jornal brasileiro passa a oferecer um serviço que nasceu praticamente junto com a internet comercial, em 1995.

Não deixa de ser, veja bem, um reconhecimento à eficácia do e-mail – cuja morte é decretada dia sim e no outro também e, no final das contas, continua cumpridor.

Antes tarde do que nunca?

 

Redes sociais: quando chega a hora de jogar a toalha

“Saber a hora de jogar a toalha” talvez seja a dica mais valiosa para administradores de comunidades com a qual já topei.

Contextualizando, refere-se ao trabalho hercúleo de gerenciar presença e conversação de marca em todos os cantos, da web aos móveis, muitas vezes em ambientes que nem nós mesmos sabemos exatamente de que forma está sendo usado pelas pessoas.

Pense nisso antes de morrer de ataque cardíaco.

Nesta coleção de dicas do link acima faltou a que considero mais importante: jamais considerar o buzz em redes sociais, seja ela qual for, como um sinônimo de “todo mundo está falando disso”. Nada mais equivocado.

Publicidade e mídia social

O mercado publicitário americano prevê um investimento de quase R$ 12 bilhões, só em 2013, em publicidade em redes sociais.

Apesar do horizonte auspicioso, não se sabe muita coisa ainda sobre a eficiência desse meio – tanto que várias empresas já meteram o pé no freio e diminuíram seus gastos por ali.

Se confirmada a fadiga por sites de rede social, muita coisa ainda vai mudar nesse setor (antes dele ser consolidado).

É muita mudança junta.

Facebook no controle

Às vésperas de abrir seu capital, o Facebook é ainda mais minucioso no que diz respeito à prospecção de novos negócios.

Controla sua plataforma a ponto de muitas vezes negar algum pleito dos usuários com um oracular “nós não queremos que você faça isso”. A desejada introdução do botão “não curti” não passa de ilusão pelo simples fato que Mark Zuckerberg não quer você negativando ninguém.

Com pouco mais de 42 milhões de usuários no Brasil (é praticamente a metade do grupo de brasileiros que tem acesso à internet), o Facebook novamente imporá a seus clientes uma mudança – a adoção definitiva da timeline como padrão do site, prometida para 1º de abril (será verdade?).

Hubs de tráfego (como celebridades e grandes empresas) interessam especialmente à companhia. São espécies de modelos das timelines que Zuckerberg considera ideais – e importante chamariz para destorcer o nariz dos usuários.

Num universo em que só 13% de seus amigos leem cada atualização publicada por você (a estimativa é do próprio Facebook), há uma verdadeira Transamazônica para ser explorada.

Social Media Week alija o jornalismo da discussão

São Paulo foi uma das cidades que abrigaram, na semana passada, mais uma “edição de Primavera” da Social Media Week. E confesso que fiquei impressionado pela forma como o jornalismo foi alijado das discussões.

Tudo bem, eu entendo que o trabalho em mídia social é 90% estratégia de marketing e posicionamento de marca, mas nada explica o fato de que praticamente todas as mesas de debate tinham como protagonistas publicitários e povo de agências.

Discutiram dos cases mais desimportantes àqueles que, ainda que falassem com o público errado, chegaram ao estrelato (vide caso pôneis malditos).

Desde sempre a publicicidade teve mais liberdade (e dinheiro) do que o jornalismo. Bem por isso, o papo sobre trânsito e planejamento em redes sociais está anos-luz mais avançado entre esse galera.

Mesmo assim, temos experiências importantes para trocar. Especialmente porque o gerenciamento de comunidades em mídia social por jornalistas parece muito mais sintonizado com o conceito de troca e cumplicidade, básico para, mais do que vender um produto, prestar serviço e conquistar o cliente/leitor/usuário.

Fora que, na publicidade, o personalismo e a necessidade de holofotes colocam em segundo plano a pessoa mais importante quando se desenha uma política de mídia social: você.

Primeiro na web, depois impresso

Artigo de Alysia Santo na Columbia Journalism Review analisa uma faceta interessante do modelo de negócios adotado por alguns projetos nascidos na web e que, posteriormente, criaram um braço impresso como estratégia de mercado.

Os motivos são basicamente três: cobrar mais dos anunciantes, reforçar a marca em pontos de venda e ganhar mais credibilidade.

Este último, ainda o maior ativo do jornalismo em papel.