Arquivo da tag: Economist

China é a nova pátria dos jornais impressos

jornais

Com uma tiragem total de 114,5 milhões de exemplares diários, a China ultrapassou a Índia e é, hoje, o principal mercado mundial dos jornais impressos. Note, no gráfico, que em quatro anos a circulação desses veículos no Brasil caiu residuais 3%.

Projetos mulmídia que extrapolam o jornalismo (e nos dão ótimas ideias)

Você está procurando referências sobre grandes trabalhos multimídia (ou seja, a aposta em narrativas que incluam foto, vídeo, áudio e o que for) e não sabe onde encontrar?

Pois bem, o Multimidiashooter selecionou dez exemplos de tirar o fôlego (um deles, a reportagem “Cáli, a cidade que não dorme”, já havia sido recomendado aqui recentemente).

Ah, nem todos os projetos são jornalísticos. Melhor ainda: há tempos a criatividade anda caminhando longe das redações _exemplos da publicidade ou do design sempre nos dão ideias ótimas).

Casos como o da Economist, em que uma série de profissionais mostra seu ambiente de trabalho, o lugar onde têm mais inspirações.  Verdadeiramente sensacional.

Desfrute.

Conversações sobre o jornal impresso

A discussão agora começa a se encaminhar: que utilidade nós (profissionais da área e leitores) daremos ao jornal impresso em papel nos próximos anos?

Apesar de o cenário não estar claro, me parece evidente que o produto não acabará. O jornal, da maneira que é feito hoje, ainda tem “garrafa vazia para vender”. Não fosse assim, os portais de Internet não abririam suas atualizações diárias replicando reportagens de seus ancestrais. Só isso já é uma demonstração da utilidade de editores experientes e reportagem ostensiva.

James Surowiecki diz, em artigo na New Yorker, que um veículo como o The New York Times não é menos lido do que antigamente. Muito pelo contrário: graças à Internet, o consumo de suas notícias nunca foi tão alto. A questão é que, via Web, ele não custa nada. Ao mesmo tempo, derrubar a barreira do conteúdo pago explica porque o acesso a seu conteúdo aumentou. É uma equação nítida.

Eu mesmo cheguei a imaginar um cenário em que os jornais em papel também passariam a ser gratuitos, cobrando por serviços como, por exemplo, a entrega do exemplar em casa. Porém já houve jornais que cancelaram esse plus alegando redução de custos.

Felix Salmon avança um pouco mais na discussão e aponta que a notícia sempre foi gratuita. Na verdade, durante décadas os leitores pagaram para receber anúncios, não informação. Sim, são os anúncios (não as assinaturas ou venda em bancas) que mantêm o negócio jornal vivo.

E, pelo menos no Brasil (cheque o seu jornal de hoje, forrado de cadernos extras para abrigar ainda mais peças publicitárias), o negócio segue em expansão.

Nessas conversas sobre futuro do jornal impresso, lembre-se sempre de separar o mundo em pedaços. O colapso de empresas jornalísticas nos EUA, por exemplo, não encontra equivalência na Europa ou na América do Sul _e mesmo na África, onde o mercado dos gratuitos (que comprovadamente impulsionaram os pagos) ainda é ínfimo e tem muito a crescer.

O blog foi promovido?

Interessante a provocação da Economist, condensada pelo Observatório da Imprensa. A afirmação é a seguinte: blog deixou de ser marginal, virou mainstream. O conceito de diário pessoal, que a plataforma tinha em seus primórdios, hoje é ocupado pelas redes sociais (é ali que a galera se expõe, mostra a foto do pipi do cachorro) e pelo microblog, na figura de seu sinônimo, o Twitter.

Na blogosfera, o patamar é outro. Virou negócio de grandes corporações e de players agregadores de audiência, como Huffington Post ou Daily Kos (quase cooperativas de jornalistas). Tchau, amadores. Fazer sucesso no universo dos blogs exige, hoje, atitude e estrutura profissionais. Seu reles diariozinho pessoal cabe muito melhor numa pagineta qualquer do MySpace.

Lavrar o “atestado de óbito da blogosfera como espaço alternativo” (como bem coloca o texto do Observatório) ainda me parece um exagero, mas a discussão não deixa de fazer sentido. A busca por melhor ranqueamento em compilações de blogs, por exemplo, evidencia uma competição dissociada do conceito que Dave Winer, em 1997, preconizava para o seu Scripting News, considerado o primeiro blog de que se tem notícia _e ainda ativo.

Que as grandes corporações já haviam tomado a blogosfera de assalto, disso não havia dúvida. Afinal, em qualquer ambiente jornalístico onde a premência era a convergência, possuir blogs (de preferência de nomes veteranos da casa) sempre foi o modo mais fácil de parecer moderno. Ainda que o veterano insistisse em usar o blog como se fosse uma coluna estática de jornal.

Agora, desconsiderar o caráter de imprensa pessoal do blog apenas porque uns e outros acham que está cada vez mais árduo se destacar em seu universo, sinceramente, é reducionista e egoísta demais. A bitácora jamais vai perder esse lado fundo de quintal, essa coisa do ser feita de cueca, muitas vezes inconseqüente, escrita por você e para você.

E, para o jornalismo, a linguagem do blog deixou um legado incontestável: o uso da ordem cronológica inversa, adotada até mesmo em sites noticiosos, uma tradução perfeita do significado de se publicar on-line.