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Havana Connection

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Vi e gostei: Havana Connection – referência e contraponto óbvios à conexão Manhattan que há anos está aí na TV fechada -, novo empreendimento de Leonardo Sakamoto na web.

O triste é ser TV, ignorando a liberdade da web – um dia saberemos fazer vídeo na web?

A mesa de bar não salva, mas o ritmo é ótimo.

Bem-vindo!

O portal sem manchete

Jornal impresso sem manchete já tínhamos visto (e faz tempo), mas neste último plantão testemunhei o portal de notícias sem título forte _pra mim, inédito.

Sensacional, segue valendo tudo o que falei há três anos.

Domingo é um dia especialmente árduo para o jornalismo on-line, e entregar uma homepage sem algo que pareça artificialmente importante (como a posição da manchete) é transparente e não faz mal ao leitor.

Sensação de déjà vu


Esta semana o UOL mudou o desenho de sua homepage e, imediatamente, começaram as comparações com seus concorrentes.

A sensação de déjà vu é inevitável, mas design é moda. Em 2009, já falávamos do triunfo do branco nas páginas iniciais de portais como uma tendência.

De lá para cá, uma mudança importante: a linkagem externa, que apontei como um entrave em 2009, se não virou regra, ao menos não é mais tabu.

Leituras da semana

A edição 17 da Revista Animus, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFSM (a brava federal de Santa Maria-RS), está on-line.

Destaco o artigo “Os processos interativos no webjornalismo audiovisual: um estudo das contribuições dos colaboradores aos sites UOL, G1 e Terra”, de Juliana Fernandes Teixeira.

Boa leitura.

Direto do sofá de casa e na rede, eleitor faz a diferença

Texto meu publicado ontem na Folha de S.Paulo sobre a participação do público, via internet, no primeiro debate exclusivamente on-line entre candidatos à Presidência, organizado pelo jornal e pelo UOL.

“As perguntas enviadas pelo público via webcam acrescentaram um ingrediente inesperado ao histórico debate entre os presidenciáveis, o primeiro na internet.

Inesperado, registre-se, para os próprios candidatos, várias vezes obrigados pelos internautas a deixar suas zonas de conforto para responder a assuntos espinhosos.

Num debate, temas como aborto, herança da estabilidade, pedágios e aliados inconvenientes recebem outro tratamento quando a pergunta vem de um cidadão, não de um rival ou jornalista.

Aqui, a internet também joga um papel fundamental: no conforto do sofá de casa, e protegidos por uma tela de computador, somos mais destemidos e espontâneos.

Não foi assim em experiências anteriores já testadas na TV, quando eleitores são confrontados com os candidatos ao vivo e cara a cara -ou dependem de um intermediário (no caso, um repórter) para serem ouvidos.

O banho de realidade da importância da abertura de canais de diálogo com o público vira ducha de água fria quando a rede é tratada pelos candidatos como mera ferramenta educacional ou instrumento de promessa de inclusão.

Se o futuro presidente da República ainda não entendeu o que é a internet, seus eleitores deram uma demonstração de que sabem perfeitamente para que ela serve primordialmente.”

A convergência de mídias agora já vem original, de fábrica

A convergência de suportes agora já está vindo de fábrica. Nesta semana, o UOL anunciou uma parceria com a empresa sul-coreana LG para o desenvolvimento de conteúdo específico. Até aí, nenhuma novidade.

O bacana da história vem agora: “Textos, vídeos e fotos das estações Notícias, Entretenimento e Esportes, além de uma home page do portal UOL editada especificamente para esse canal, estão disponíveis na nova geração de aparelhos da LG, que possuem acesso à web”, informou o portal.

O interessante dessa convergência TV-Web é que o UOL participou diretamente do desenvolvimento de peças para a plataforma, ou seja, não se trata de mera transposição de meios.

Júlio Duram, diretor de Interface do UOL, explica que houve, por exemplo, estudo de usabilidade para que a apresentação do conteúdo ficasse adequado numa tela bem maior do que a do computador.

“A convergência entre os meios de comunicação era inevitável. A agilidade na circulação das informações acontece graças à internet e, hoje, ninguém quer esperar para receber as notícias se existem meios de acessá-la em tempo real. Entramos na era do sofá, onde os usuários podem se conectar entre um programa e outro sem ter de levantar e pegar seu notebook. Basta um click no controle remoto, o que muda a maneira de olhar para os aparelhos de TV”, afirma Duram.

As novidades, em nosso meio, não param…

Esso ‘rouba’ nome de jornalista para promover campanha jabazeira

O banner da Esso no Blog de Juca Kfouri foi produzido e inserido sem autorização do jornalista

Que a publicidade é invasiva (e, na web, muito mais do que em qualquer outra mídia), a gente já sabia.

O que dizer quando anunciantes se apropriam de conteúdo jornalístico (ou do nome de um jornalista) para promover sua marca?

Aconteceu com Juca Kfouri nesta semana (como mostra a imagem acima).

Surpreendido pelo golpe baixo, Juca conseguiu que o UOL retirasse o banner da página e promete tomar medidas legais contra a Esso, que avançou todos os sinais possíveis.

A empresa criou, com o sugestivo nome de “Posto de Posts“, uma espécie de fábrica de textos para blogueiros-jabazeiros e sem criatividade ou palavras que, em troca da exibição da marca em suas páginas, recebem “inspirações” para novos posts.

O desastrado banner de divulgação da promoção dizia que, apesar não de serem ácidos, perspicazes e inteligentes como Juca Kfouri, as pessoas poderiam ter um blog “tão bom quanto o dele” simplesmente acessando a tal fábrica de posts.

Uma bobagem sem tamanho.

Uma ideia pífia merecia uma estratégia pífia de divulgação. E terminar nos tribunais por se apropriar do que não devia.

ATUALIZAÇÃO: A Esso pediu desculpas a Juca Kfouri pela trapalhada, e o jornalista desistiu da ação legal.

Quem disse que a internet é infinita e de graça?

É uma percepção das pessoas que a internet, além de ser infinita, possui custo zero. Você publica o que quer, onde quer e sem pagar nada.

Nada mais mentiroso. E os recentes problemas na ferramenta de publicação dos blogs do UOL (quem tem um e não teve problemas que atire a primeira pedra) ou a parada do Twitter nesta quinta-feira estão aí justamente para lembrar a gente que existe um limite para a expansão e manutenção da rede: o servidor _isso sem contar que os HDs têm, entre outras coisas, alumínio e cobalto, materiais absolutamente finitos.

Quanto mais produção on-line, mais e potentes servidores serão necessários para manter a internet funcionando normalmente. E isso é totalmente físico.

Para mantê-los, alguém está investindo muito dinheiro. E terá de investir muito mais para manter essa engrenagem rodando.

Bebê-enceradeira, mais uma aberração da Web

A incrível (e falsa) história do bebê-enceradeira foi parar na capa do UOL

A incrível (e falsa) história do bebê-enceradeira foi parar na capa do UOL

Se alguém te dissesse que uma empresa criou um macacão de nenê com uma espécie de esfregão acoplado para seu rebento “ajudar na limpeza da casa” enquanto engatinha, você acreditaria?

Pois o UOL acreditou. E manteve em sua homepage por horas, nesta sexta-feira, a inacreditável chamada “Japoneses criam macacãozinho para ajudar na limpeza”.

Trata-se de um hoax, bastante conhecido por sinal, que circula há pelo menos cinco anos. Numa das versões, o esfregão era apenas um componente de segurança para evitar acidentes rasteiros.

O produto não existe. E, mais uma vez, o jornalismo on-line foi feito de bobo.

A morte de Fidel: a matéria de gaveta mais célebre de Miami

Não são apenas fogos de artíficio, armazenados por ansiosos exilados cubanos, que estão cuidadosamente guardados em Miami. O obituário de Fidel Castro também.

É o que revela um dos mais experientes editores do jornal The Miami Herald, Manny Garcia. “Aqui no jornal, Fidel Castro equivale a uma pedra no rim: uma dor constante que parece nunca acabar, e que você reza para ir embora”, relata.

Outro editor do jornal, Tom Fiedler, diz que os planos para a cobertura da morte do líder da Revolução Cubana, de 82 anos, remontam à década de 90 e “são mais detalhados do que o plano americano para a invasão do Iraque”.

Não é só lá. Todo jornal minimamente planejado tem pelo menos um caderno especial já pronto sobre a vida e a obra (contestadas, ambas) de Castro. É assim com todas as personalidades relevantes cuja morte não seria exatamente uma surpresa.

É, talvez, o aspecto da profissão que mais choque os estudantes de jornalismo. “Como assim, você torce para alguém morrer?”

Não é torcer, mas estar preparado _planejamento é tudo para o sucesso de uma cobertura jornalística (só não digo que é condição sine qua non porque já participei de coberturas catastróficas do ponto de vista organizacional que, no final das contas, e por vários outros elementos, acabaram dando certo).

Lembrei de dois casos em que o “planejamento” acabou sendo revelado, inadvertidamente, aos leitores: o caso do UOL, que “matou” o ex-governador Mário Covas dois anos antes da hora, e o recente vacilo da Bloomberg, que colocou no ar por instantes o obituário de Steve Jobs, da Apple.

São as agruras do jornalismo.