Arquivo da tag: ao vivo

Tiros na corrupção

Num ano em que o holofote sobre a corrupção está mais aceso do que nunca, impossível não lembrar a tragédia protagonizada por Budd Dwyer – secretário do Tesouro do estado da Pensilvânia que, diante das câmeras, se matou após condenado por supostamente receber propina de US$ 300 mil para autorizar a contratação de um serviço público.

Dwyer foi deputado e senador, mas se notabilizou na vida pública como o implacável chefe do tesouro estadual que descobriu – e conseguiu que fossem devolvidos aos cofres estaduais – uma farra de gastos pessoais do governador Dick Thornburgh, no começo dos anos 80. A festa incluía servidores fazendo supermercado e conduzindo os filhos do mandatário, entre outras coisas.

Partiu de Thornburgh, já sem mandato, o início das investigações contra Dwyer, a partir de uma denúncia anônima. Jamais se comprovou que o tesoureiro recebeu o dinheiro, mas o simples fato de ter admitido a possibilidade de suborno (o que aparecia na versão de uma testemunha que, anos depois, disse ter mentido) foi suficiente para sua condenação.

Em 22 de janeiro de 1987, Dwyer reuniu a imprensa, leu uma nota oficial, entregou envelopes com mensagens para familiares a seus auxiliares e sacou, para espanto geral, uma arma que colocou na boca e disparou. Tudo ao vivo, sem cortes, nas cinco maiores emissoras de TV dos EUA.

O caso até hoje é usado como exemplo da falta de escrúpulo da mídia – não pela transmissão ao vivo, mas pela exploração das imagens nos dias seguintes em jornais e telejornais e também pelo fato de cinegrafistas e fotógrafos continuarem a trabalhar mesmo diante do cadáver de Dwyer.

O filme “Honest Man” revê essa trajetória e afirma, com relatos atuais, que Dwyer era inocente e foi perseguido pelo governador que fiscalizou. O suicídio estaria relacionado à ruína das finanças da família, dizimadas no custoso processo judicial. Uma história e tanto.

Os 50 anos da notícia ao vivo

Em 2013 completam-se 50 anos do assassinato do presidente norte-americano John F. Kennedy, um momento difícil para o jornalismo diante da quantidade de teorias da conspiração, afora o estupor natural provocado por esse tipo de meganotícia.

Dois dias depois da morte, que apesar de registrada em vídeo não foi transmitida ao vivo, outro assassinato (esse diante dos olhos de milhões de telespectadores) chocaria ainda mais o público: Lee Harvey Oswald, apresentado como o assassino de Kennedy, foi abatido a tiros quando era conduzido a um presídio.

Se não foi a primeira morte mostrada ao vivo, certamente foi um dos primeiros momentos em que a TV, que ainda engatinhava, conseguiu levar ao ar um acontecimento noticioso inesperado ao mesmo tempo em que ele acontecia.

A reviravolta nas transmissões de TV e rádio, como você pode conferir nos vídeos acima, foi incrível. Afinal, no mesmo momento o corpo do presidente morto deixava pela última vez o Capitólio, em Washington. Jack Ruby, um escroque com problemas mentais, resolveu roubar a cena.

Houve outros momentos em que o jornalismo capturou a notícia ao vivo, caso do assassinato do presidente egípcio Anwar Sadatt e da tentativa de assassinato contra o Papa João Paulo II.

A morte do premiê israelense Ytzak Rabin foi registrada por uma câmera de segurança e posteriormente exibido pelas TVs, mas houve ainda o inesquecível e mortífero balé aéreo dos aviões usados como mísseis no 11 de setembro de 2001.

Nesses momentos, o jornalismo profissional é insuperável.

Ciclos de Jornalismo debate a mobilidade

Nesta quarta, das 8h30 às 12h, o povo da Universidade Federal da Bahia realiza mais uma etapa do Ciclos de Jornalismo e debate o tema “Jornalismo em
dispositivos móveis: celulares e tablets trazem nova vida ao jornalismo?”

Nós, que sabemos que sim, vamos acompanhar de perto a discussão, porque ela interessa imensamente aos mergulhados na pesquisa sobre plataformas.

A questão é que a quarta tela (o tablet _e lembrem que não incluo o cinema, porque nessa classificação falo apenas de jornalismo) impõe um desafio grande: nós, que mal sabemos como tratar nosso trabalho na web, passamos de raspão pelos aplicativos, e eis que surge outra fronteira.

O debate certamente terá transmissão ao vivo no Twitter.

Um dos maiores momentos da ética no jornalismo

Paulo Beringhs, da TV Brasil Central, pede permissão ao senador Demóstenes Torres para denunciar censura de seus patrões ao programa que apresenta, ao mesmo tempo em que indica o colega ao lado como conivente e seu potencial substituto.

Um resumo das razões pelas quais escolhemos essa profissão.

O cara que derrubou a mesa ao vivo

O jornalista Ney Gonçalves Dias despenca com uma mesa ao vivo, no pioneiro programa TV Mulher: sim, nós também falhamos

O jornalista Ney Gonçalves Dias despenca com uma mesa ao vivo, no pioneiro programa TV Mulher: sim, nós também falhamos

Sábado virou um pouco um dia do estranho, do bizarro e do inesperado no Webmanario _por sinal, essa deixa “estranho, bizarro, inesperado” era do programa Acredite se Quiser, exibido pela extinta TV Manchete nos anos 80.

Com o ator Jack Palance como anfitrião, a série exibia anomalias como comedores de bolas de sinuca e maridos de elefantas, mas também competentes reconstituições dos passos de personalidades históricas.

Na mesma época, eu também assistia (era um casa, a minha, cheia de seres humanos do sexo feminino) a TV Mulher, programa segmentado da Globo pioneiro na televisão brasileira.

A imagem daí de cima mostra um momento, que vi ao vivo, marcante para quem, já na época, queria ser jornalista: Ney Gonçalves Dias, que era justamente a voz mais jornalística do programa (se bem que Marília Gabriela ia bem, e Clodovil roubava a cena), simplesmente despencou com uma mesa em pleno ar.

Posso garantir que, quem via pela TV, ficou constrangido à máxima potência.

Foi quando percebi que nós, jornalistas, somos falíveis.

E como nossa imagem é nossa própria credibilidade.

Pra mim, Ney Gonçalves Dias virou o cara que derrubou a mesa ao vivo.

Aparição de ovni em noticiário ao vivo de TV completa dez anos

Os mexicanos festejam os dez anos daquela que, consideram os ufólogos, é a única transmissão ao vivo de que se tem notícia de uma “aparição” de um objeto voador não identificado.

Foi durante um noticiário da tv mexicana Info7, que transmitia imagens do céu para “cobrir” as informações sobre o tempo na cidade de Monterrey. Era 7 de julho de 1999.

O apresentador do programa, Luis Padua, relembra como foi a histórica transmissão.

Analisada sob lupa durante anos a fio, a imagem não teria revelado indícios de manipulação.