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A ofensiva do rádio

Um levantamento da Associação Brasileira de Rádio e TV (Abert) aponta que 99% dos smartphones considerados “econômicos” (entre R$ 300 e R$ 700) já saem de fábrica com a função rádio FM acoplada.

Para tentar sensibilizar os fabricantes dos produtos mais caros (os quais, segundo a entidade, só 62% dispõem da opção), a Abert está lançando a campanha “Smart é ter rádio de graça no celular”.

É um passo interessante na direção certa, a da associação entre mídia e plataforma – o famoso “ir onde o povo está”.

Como o mobile está mudando o consumo de notícia

Um material interessante que compara o acesso via desktop e mobile a Financial Times e Guardian.

A constatação, óbvia, é: vamos produzir urgentemente com foco em dispositivos móveis.

O triunfo do smartphone

A previsão de que os smartphones iriam dominar o mundo até 2015 se concretizou bem antes disso. Só no Brasil, a venda desse tipo de aparelho cresceu 78% em 2012, um recado claro de tendência de produção de conteúdo.

Na comparação com o uso de PCs, o domínio é ainda mais devastador.

Se havia alguma alguma dúvida de para onde o jornalismo vai caminhar, esses dados escancaram a necessidade de se rever os planejamentos editoriais e, definitivamente, investir no mobile. Pensar em multimídia apenas em produção para websites, por mais incrível que pareça, é muito pouco.

E pensar que, em 1973, tudo começou com um aparelho que deveria ser “apenas” um telefone móvel…

Monomídia, rádio conquista audiência em 2011

Números do Ibope (adiantados nesta semana pela revista Veja) dão conta de que o rádio ganhou uma sobrevida no país: aumentou a audiência do veículo em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, enquanto no Rio, se ela não cresceu, ao menos não caiu.

O dado é interessante, mas simbólico: a audiência do rádio, hoje, não está só “com o ouvido colado” no receptor, mas também na internet, uma plataforma que oferece às emissoras muito mais do que a monomídia do áudio.

E são poucas as rádios que perceberam ter o poder de fazer jornal, TV e jornalismo on-line para captar a atenção deste novo público que usa seus dispositivos (como o celular) também para ouvir rádio.

Taí uma belíssima velha nova fronteira.

Dispositivos móveis nos EUA, uma questão racial

Estudo do Pew Research Center sobre o uso de telefones celulares nos Estados Unidos aponta diferenças raciais na manipulação dos dispositivos móveis.

Quer dizer, brancos, negros e latinos usam o equipamento de forma diferente, os dois últimos grupos especialmente para entretenimento _e menos para ler notícias.

Isso, pra mim, é uma novidade. E se discute uma maneira de criar produtos especiais para esse público.

Latinos, por exemplos, costumam aparecer no noticiário como protagonistas de matérias de imigração ilegal (ou, no máximo, nas páginas de variedades, com Jennifer López).

Quanto aos negros, eles são foco de apenas 1,9% da cobertura noticiosa nos EUA (esse dado é de Kenneth Maxwell).

Integrar esse público é também outro desafio do jornalismo em novas plataformas.

Uma conversa sobre mídias digitais integradas

As apresentações de Michel Lent, por motivos óbvios, têm viés (e interesse) publicitário, mas não deixam de ser pertinentes para quem, como a gente, tem um cliente diferente _o consumidor de produtos noticiosos.

Nesta palestra, Lent fala sobre mídias digitais integradas, com foco na produção para a terceira tela, o celular (falando nisso, seriam os tablets a quarta tela?).

Um bom panorama do mercado brasileiro e a certeza de que o jornalismo precisa se dedicar com mais urgência a produzir para dispositivos móveis. Não estamos falando de futuro, mas de presente.

A trajetória da comunicação móvel em fotos

Outro dia mostrei aqui a evolução do computador dos anos 40 ao iPad.

Hoje é a vez de perceber, visualmente, a trajetória da comunicação móvel de 1938 aos dias de hoje.

Nem deciframos a web, vêm os aplicativos…

Falava em sala de aula na semana passada que nós, jornalistas, nem sequer aprendemos a exibir nossa produção na web e já aparece outra coisa, o aplicativo para dispositivo móvel, mais um lugar em que definitivamente o jornalismo precisa estar.

No mesmo dia, Alan Mutter (nosso velho conhecido) escrevia sobre o tema com uma detecção que me parece real: os jornais começaram ocupando muito mal essa nova fronteira, repetindo soberba e noviciato demonstrados quando da chegada deles à web.

A certeza nessa história toda é que começou outra guerra, como novas armas e estratégias que desconhecemos. E que o avanço tecnológico é interminável.

Cadastro de meio bilhão de pessoas é a fortuna do Facebook

É exagero dizer que Mark Zuckerberg “conectou as pessoas”, como andamos lendo e ouvindo por aí. Estamos conectados há pelo menos 40 anos. A questão do Facebook é que o produto soube aproveitar a popularização do acesso, transformando-se num ator relevante dessa mudança.

Os dispositivos móveis são, hoje, os maiores responsáveis pela inclusão digital em boa parte do planeta. No Brasil, só 32% da população acessa a internet, mas 86% tem um telefone celular (o dado é da pesquisa Global Media Habits 2010).

A rede social é a primeira atividade na web de muita gente. No Brasil, quantas pessoas não se converteram em internautas para ter um perfil no Orkut? Terceiro site mais acessado do país segundo o Alexa (o Facebook é o 10º no mesmo ranking), constitui, talvez, o maior desafio de Zuckerberg.

A virada na Índia foi crucial para que o Facebook rompesse, em julho, a barreira de 500 milhões de associados -hoje, já bate na casa de 519 milhões. A página é a terceira mais visitada pelos indianos, enquanto o Orkut ocupa a oitava posição.

O mercado do segundo país mais populoso do mundo (1,2 bilhão de pessoas) é tão promissor quanto o da China, o primeiro. Só 7% da população da Índia usa a web. Enquanto isso, 41% tem algum dispositivo móvel -de onde, é claro, atualiza seu status em redes sociais.

Com uma trajetória dessas, é natural o Facebook virar livro, depois filme, e Zuckerberg ser escolhido O Homem do Ano pela “Time” -ainda que o protagonismo de Julian Assange e seu WikiLeaks, na reta final de 2010, tenha feito muita gente pensar na inadequação da escolha feita pela revista.

As redes sociais já foram consideradas perda de tempo e, em alguns ambientes, como o mundo corporativo, a resistência ainda é real -continua, em muitas empresas, a prática de bloquear páginas consideradas “recreativas” (entre as quais as de relacionamento).

Visão estreita e pessoal: o Facebook é uma máquina de fazer dinheiro porque tem o bem mais valioso: um cadastro de meio bilhão de pessoas que deixam dentro dele, a todo instante, algum tipo de conteúdo. É, também desse ponto de vista, um grande projeto colaborativo.

(Texto de minha autoria publicado quarta-feira _só para assinantes_ no caderno Tec da Folha de S.Paulo)

A ressurreição da TV

Saiu o Global Media Habits versão 2010, um estudo coordenado por Greg Lindsay que a cada ano tem se mostrado mais útil para ajudar a compreender alguns fenômenos da tecnologia e da comunicação.

Por exemplo, a pesquisa mostra que o planeta está comprando aparelhos de TV como nunca e assistindo mais à programação que eles oferecem _a média mundial é de três horas e 12 minutos.

Ou seja: mesmo com a internet, estamos vendo mais TV, como comentei nesta semana em podcast na Folha (o áudio começa com um comentário sobre a estranha relação entre WikiLeaks e Twitter).

Ainda sugiro mais, mas faltam dados para atestar: que a web está ajudando decisivamente a TV a recuperar audiência e  prestígio.

Futebol, reality shows e novelas são os programas mais atraentes para os telespectadores, uma coincidência com a internet, onde estes assuntos capitaneiam o interesse do internauta.

Esse buzz se reflete nas redes sociais, lugar em que cada vez mais as pessoas falam do que estão vendo no sofá da sala.

A pesquisa aponta ainda a incrível expansão dos dispositivos móveis (no Brasil, 32% da população tem PC, enquanto 86% possui um celular).

O estudo completo custa US$ 249.