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O primeiro passaralho a gente nunca esquece

Pela primeira vez em 190 anos, o jornal britânico The Guardian poderá passar pelo drama de um passaralho (para quem não é do jornalismo, a demissão em massa de coleguinhas).

Sobrevivendo na corda-bamba, a empresa (que tem no papel 70% de seu faturamento anual de 200 milhões de libras) está se preparando definitivamente para a vida sem jornal. Antes disso, porém, alguns ajustes amargos deverão ocorrer. Entre eles, a demissão de pessoal, já que voluntariamente apenas 34 pessoas se desligaram de seu quadro.

O objetivo inicial é cortar 7 milhões de libras do orçamento (algo em torno de R$ 23 milhões).

E você sabe o que cortes, num empresa jornalística, significam, né?

Isso mesmo: um produto pior, menos investimento em reportagem, pouco material exclusivo etc.

É triste a realidade da nossa profissão.

A Playboy entrevista Steven Jobs

“My God! I drew a circle!”.

Era Andy Warhol gritando em êxtase ao ser apresentado, em janeiro de 1985, a uma grande invenção: o mouse. Ou melhor, o mouse (criado anos antes por Douglas Engelbart) associado a um Macintosh, da Apple.

Quem apresentava a revolução ao homem que notabilizou a sopa pronta Campbell’s era, claro, Steve Jobs.

Tudo sob o olhar atento do repórter David Sheff, que publicou na Playboy americana em 1º de fevereiro de 1985 uma entrevista com o então enfant terrible da revolução da computação pessoal (e ainda chamado “Steven” pela mídia).

A conversa aborda todos os bodes na sala que ele colocara ali – a ponto de ser escanteado ao comando de um time que, teoricamente, cuidaria de produtos menos importantes da empresa – mas que saiu-se com o Macintosh, se não um campeão em vendas (pudera, caríssimo), um produto diferenciado.

“Você nunca guarda rancor de um filho”, diz, ao falar sobre as brigas dentro da companhia.

Em 17 de setembro daquele ano, a Apple demitiu Jobs.

O resto é história.

Professor de jornalismo pede demissão porque alunos não sabem escrever

Aconteceu na Colômbia: um grupo de alunos foi incapaz de redigir o resumo de um livro, em um parágrafo, sem cometer erros ortográficos.

Foi o bastante para que o cansado mestre pedisse o boné.

O testamento dos que tombaram na redação

Na esteira do dramático passaralho no Ig (o portal teria demitido cerca de 30 pessoas ontem), é muita coincidência a compilação que a revista on-line Slate (excelente, por sinal) fez dos testamentos, ou melhor, das cartas que jornalistas enviaram a seus chefes após serem demitidos.

Poderiam figurar tranquilamente, e em posição de destaque, num museu da imprensa.

(o solerte António Granado viu primeiro).