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A sátira de Jobs

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Caso você tenha perdido, tire o dia para ver iSteve, filmete de 80 minutos feito a toque de caixa que resume de forma satírica a biografia de Steve Jobs, representado pelo ator Justin Long (que você vê acima reproduzindo a já clássica imagem que ilustra a capa da biografia oficial do gênio maldito).

Outro filme sobre o personagem, jOBS, já foi apontado como equivocado na representação dos personagens.

A Playboy entrevista Steven Jobs

“My God! I drew a circle!”.

Era Andy Warhol gritando em êxtase ao ser apresentado, em janeiro de 1985, a uma grande invenção: o mouse. Ou melhor, o mouse (criado anos antes por Douglas Engelbart) associado a um Macintosh, da Apple.

Quem apresentava a revolução ao homem que notabilizou a sopa pronta Campbell’s era, claro, Steve Jobs.

Tudo sob o olhar atento do repórter David Sheff, que publicou na Playboy americana em 1º de fevereiro de 1985 uma entrevista com o então enfant terrible da revolução da computação pessoal (e ainda chamado “Steven” pela mídia).

A conversa aborda todos os bodes na sala que ele colocara ali – a ponto de ser escanteado ao comando de um time que, teoricamente, cuidaria de produtos menos importantes da empresa – mas que saiu-se com o Macintosh, se não um campeão em vendas (pudera, caríssimo), um produto diferenciado.

“Você nunca guarda rancor de um filho”, diz, ao falar sobre as brigas dentro da companhia.

Em 17 de setembro daquele ano, a Apple demitiu Jobs.

O resto é história.

Steve Jobs e nossa ingenuidade biográfica

Material bem consistente publica a Lumina, revista semestral do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Destaco Mozahir Salomão Bruck e “O jornalista e a ingenuidade biográfica”, um tema ainda debatido de forma lateral (mas que a morte de Steve Jobs e a ausência crítica que forrou a reconstituição da vida do personagem mostrou o quanto é importante), além de Eduardo Granja Coutinho com “Cala a boca, Galvão! hegemonia, linguagem e filosofia espontânea das massas”.

Boa leitura.

Apple não vê graça nenhuma em comercial bem-humorado de jornal dos EUA

Muita gente se divertiu _e não é para menos_ com a publicidade do Newsday, jornal de Long Island (EUA) que acaba de ganhar um aplicativo para iPad e brincou com a única função em que o produto perde para o bom e velho jornal impresso.

O que vem a seguir não tem a menor a graça: a Apple não gostou nada do comercial. E ameaçou o jornal com a exclusão da App Store (onde estão expostos os aplicativos) se a publicidade não fosse tirada do ar.

Em nota oficial, o Newsday confirmou a pressão e anunciou que “a curta e gloriosa trajetória” da fantástica peça se encerrou.

Impressionante a falta de humor de Steve Jobs…

‘Não quero uma nação de blogueiros’, diz Steve Jobs

Do evento de terça-feira promovido pelo The Wall Street Journal com Steve Jobs, ficou quase lateral a opinião do messias das novas mídias sobre critério editorial e fontes confiáveis na Internet.

“Não quero uma nação de blogueiros”, disse Jobs, ressaltando a importância de uma imprensa formal possante e democrática.

São palavras com evidente tino comercial: o criador da Apple colocou sua empresa à disposição do mainstream para pensar formas de cobrar por conteúdo na web.

Lançamento ‘revolucionário’ da Apple é cópia de projeto de 1994

Sensacional descoberta do professor espanhol Ramón Salaverría: apesar do buzz em torno do iTablet, próximo lançamento da Apple saudado como vanguardista e potencial salvador dos jornais em meio à crise, o produto já tinha sido concebido há 15 anos por Roger Fiedler _e com ele, claro, todo o conceito de tablet, a última moda em dispositivo móvel.

Claramente, faltou uma maçã mordida para o projeto dar certo.

Veja com seus próprios olhos.

A morte de Fidel: a matéria de gaveta mais célebre de Miami

Não são apenas fogos de artíficio, armazenados por ansiosos exilados cubanos, que estão cuidadosamente guardados em Miami. O obituário de Fidel Castro também.

É o que revela um dos mais experientes editores do jornal The Miami Herald, Manny Garcia. “Aqui no jornal, Fidel Castro equivale a uma pedra no rim: uma dor constante que parece nunca acabar, e que você reza para ir embora”, relata.

Outro editor do jornal, Tom Fiedler, diz que os planos para a cobertura da morte do líder da Revolução Cubana, de 82 anos, remontam à década de 90 e “são mais detalhados do que o plano americano para a invasão do Iraque”.

Não é só lá. Todo jornal minimamente planejado tem pelo menos um caderno especial já pronto sobre a vida e a obra (contestadas, ambas) de Castro. É assim com todas as personalidades relevantes cuja morte não seria exatamente uma surpresa.

É, talvez, o aspecto da profissão que mais choque os estudantes de jornalismo. “Como assim, você torce para alguém morrer?”

Não é torcer, mas estar preparado _planejamento é tudo para o sucesso de uma cobertura jornalística (só não digo que é condição sine qua non porque já participei de coberturas catastróficas do ponto de vista organizacional que, no final das contas, e por vários outros elementos, acabaram dando certo).

Lembrei de dois casos em que o “planejamento” acabou sendo revelado, inadvertidamente, aos leitores: o caso do UOL, que “matou” o ex-governador Mário Covas dois anos antes da hora, e o recente vacilo da Bloomberg, que colocou no ar por instantes o obituário de Steve Jobs, da Apple.

São as agruras do jornalismo.