O microblogging pode salvar o jornalismo

Não tem jeito, o termômetro não pára de subir: o ingresso em peso dos grandes grupos de mídia, além do bombardeamento quase minuto a minuto de serviços de monitoramento de imagens (como o bacana Livecameras) promoveram mesmo o microblogging (cujo maior expoente é o Twitter) de ex-ferramenta de miguxos a um poderoso utilitário jornalístico.

O Alex Primo, ao analisar o fenômeno, molda seus argumentos num cenário que contempla o declínio dos jornais em papel _para seu desespero, leitor contumaz que diz ser. E dialoga com um texto que põe o microblogging em ameaçadora rota de colisão com a antiquíssima prática de imprimir notícias diariamente em bobinas de papel.

Eu coloco agregadores como o Twitter e seus congêneres (caso do brasileiro Telog) na bem-vinda categoria de poderosos instrumentos de divulgação de conteúdo. Para a plataforma on-line, do mainstream ao “repórter cidadão” menos pretensioso, são programas talhados para compartilhar quase que imediatamente idéias, links, notícias, fotos, vídeos, áudios, textos e o que mais for inventado.

Um concorrente ao jornal de papel? Não creio. O oposto: pode ser usado para promover as edições “forro-de-gaiola” (bons e velhos teasers conclamando à leitura de matérias em periódicos impressos).

Acuado por tantas inovações que resiste em entender e usar em seu favor, o jornal impresso é a bola da vez das discussões sobre a extinção de meios de comunicação canibalizados por outros mais práticos e modernos.

Nesse ponto, o Instituto Humanitas da Unisinos acertou em cheio ao exibir os três lados da moeda (sim, tem o do meio).

Há o romântico Ezio Mauro, diretor do jornal italiano La Reppublica, confiante na perpetuação do modelo jornal-papel “pelo prazer da escrita e da boa leitura”.

Amy Mitchell, vice-diretora do “Project for the Excellence in Journalism“, é mais realista e diz que os jornalões “ainda não morreram”, mas precisam batalhar para prosperar.

Apocalíptico, Robert Cauthorn (presidente do Citytools _mistura de rede social e portal de notícias) garante: o fim das impressões em papel está próximo.

Pode até ser, mas certamente não por causa do microblogging. Afinal, 140 caracteres não bastam _tirando daí o conteúdo produzido exclusivamente para celular, que tem como pressuposto essa brevidade_ para contar uma boa história.

Em vez de concorrente, é um poderoso agregador de conteúdo e instrumento de convergência de mídias.

2 Respostas para “O microblogging pode salvar o jornalismo

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