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Enciclopédia do futuro da notícia vai crescendo…

Lembram da Encyclo, um projeto do Nieman Lab que visa a catalogar termos que digam respeito ao futuro do jornalismo e à inovação na área?

Falei dela em maio, mas a coisa está crescendo a olhos vistos…

Uma visita à enciclopédia Barsa

Em tempos de Wikipedia, a enciclopédia propriamente dita virou o exemplo melhor acabado daquilo que parou no tempo.

Daí fui visitar a Barsa, que era um sinônimo deste tipo de compilação no tempo em que não havia nada mais inteligente, em seus domínios on-line.

Lá, ela se vende como um produto ‘tridimensional’: pode ser adquirido em 18 volumes, mas com um DVD e mais acesso livre ao site da obra.

Os 18 livros têm, segundo diz a editora, mais de 10 mil páginas, 125 mil verbetes, 12 mil fotos, 900 “desenhos”, 500 mapas, “volumes costurados com fio vegetal” e “capa dura forrada com balacron de alta resistência com corte dourado e sobre capa em papel couché de alta resistência”.

Tirando o fio vegetal e a capa dura de balacron, tudo ao alcance de um clique.

Eu ainda quero saber quem compra uma enciclopédia em papel.

Jabá vergonhoso na ‘emprensa’ embriagada pelo sucesso

Vários jogadores da Espanha, “flamante” (adoro esse termo para “recente” em espanhol) campeã mundial, exibiam vistosos relógios vermelhos no desfile do título, que parou Madrid este semana.

Daí o jornal Sport perpetra a nota cuja reprodução você vê acima, uma vergonha sob qualquer ponto de vista.

Os relógios eram da grife CP5, de Carles Puyol, o zagueiro ruim de bola (e nascido virado pra lua) titular do time do bigodudo técnico Vicente del Bosque.

Se há algo para ilustrar jabá na enciclopédia, é esse texto. Não faltou nem o link para o leitor ir correndinho comprar o tal relógio.

Nessas horas dá vontade de virar vendedor de águua de coco, viu?

(Meu amigo Augusto Zaupa foi quem viu primeiro a pérola).

O que é jornalismo em seis volumes e 3 mil páginas

Enciclopédia, uma barreira de livros: voltei aos tempos da Barsa

Enciclopédia, uma barreira de livros: voltei aos tempos da Barsa

É emblemático: o jornalismo acaba de ganhar uma enciclopédia. Um enciclopédia mesmo, em papel _e bota papel nisso: são seis volumes, 3 mil páginas e 350 verbetes assinados por acadêmicos.

É como se eu voltasse ao tempo da Barsa e seus vendedores de porta em porta (eu vi, e negociei, com esses caras, hoje extintos).

“Várias editoras ainda investem em trabalhos multiautorais e multivolume considerando que edição e design cuidadoso permanece tendo valor mesmo na era eletrônica”, conta Christian Sterling,  jornalista e professor da Universidade George Washington, nos EUA. Ele passou quatro anos debruçado nisso.

A pesada e espaçosa coleção sai agora, no final do mês, sob o selo da Sage. Preço: US$ 795, mas com a promoção de lançamento, custa módicos US$ 630.

Vale quanto pesa?

Não dá para deixar de pensar que, enquanto discutimos novos formatos jornalísticos e empacotamento otimizado para notícias no ambiente on-line, alguém aparece reunindo toda essa discussão numa coisa anacrônica como uma enciclopédia impressa.

Ao mesmo tempo, se a questão é só de plataformas, tanto faz.

Mas confesso que me choca ver essa barreira de livros que compõem a coleção.

Sterling avisa que a obra estará disponível on-line (onde enfim poderá ser consultada), mas não esclarece em que condições.

Vou me beliscar pra ter certeza de não estar sonhando.