A crise na imprensa americana chegou à televisão e sua sempre admirada (por nós, profissionais) capacidade de manter imensos estoques de figurino para vestir repórteres e apresentadores.
A época de vacas magras é evidenciada por sites como o TV News Closet, uma loja virtual voltada para jornalistas. Oferece de gravatas a spencers, de ternos a bustiês.
Ou seja: cada vez menos as empresas jornalísticas querem investir em vestuário. O recado é claro: se vira, meu.
Houve um tempo em que até grandes jornais (na TV sempre foi mais comum) davam subsídio para sua equipe se vestir ou recuperar peças perdidas em coberturas, como certa vez ocorreu numa enchente com Jorge Araújo, o fotógrafo.
Naquela ocasião, Jorjão perdeu tênis, meias e calça jeans. Conseguiu reembolso posterior. Mas era Jorge Araújo, um dos maiores repórteres fotográficos do país.
Eu, foca e na mesma época, perdi tênis e par de meias e nem ousei pedir reembolso (trabalhava na mesma empresa). Ainda bem: ouviria palavrões e, com sorte, escaparia da demissão sumária.
Confesso que não sei a quantas anda no Brasil. As TVs ainda oferecerem figurinos? Os jornais bancam roupas perdidas no exercício da função?
Na rádio, já vi colegas comprando microfones particulares para trabalhar. Eu mesmo já corri atrás de fones de ouvido melhores. Ou faz isso, ou trabalha com material medieval. Às vezes, vale o investimento, mas essa não é a questão.
Eu não sabia que a questão do figurino era assim.
Coisa estranha! no mínimo independente de quem é o repórter ou cinegrafista, teria que haver o reembolso, afinal, vocês estão ali a trabalho e não a passeio.
Boa pergunta. As tão elogiadas roupas da Patrícia Poeta são pagas por ela, pela emissora ou são emprestadas pelas griffes num acordo de divulgação?
Diz a lenda que o Cid Moreira no verão apresentava o JN usando bermuda, escondida pelo balcão. Já vi repórter de rua usando paletó alinhado, gravata e camisa impecavelmente branca na parte de cima, contrastando com jeans surrado e tênis na parte de baixo.
O legal disso é ver como a televisão vive de aparências.
Te,
Também já ouvi essa história do Cid Moreira, e aqui na cidade (BH) também já vi repórter de rua na mesma situação.
A mídia televisiva vive de criar ilusões mesmo.
A TV é um recorte da realidade. O caso do repórter com roupa surrada, mas terno bem cortado, é um ótimo exemplo disso. Só o que é mostrado é bacana.
Te,
Há as duas modalidades (o figurino cedido e a permuta, ou seja, fornecimento de roupas via citação da marca).
Quanto ao Cid Moreira: sempre houve o mito de que ele usava bermuda, mas normalmente estavam de jeans. Numa ocasião, para aumentar o mito, ele foi de bermuda e se levantou ao final do programa, quando apagavam as luzes. Procurem o vídeo.
Nesse link http://veja.abril.com.br/010904/p_100.html fala da produção do JN quanto à roupa, sotaques etc.
Vou procurar esse vídeo, valeu!