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A sátira de Jobs

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Caso você tenha perdido, tire o dia para ver iSteve, filmete de 80 minutos feito a toque de caixa que resume de forma satírica a biografia de Steve Jobs, representado pelo ator Justin Long (que você vê acima reproduzindo a já clássica imagem que ilustra a capa da biografia oficial do gênio maldito).

Outro filme sobre o personagem, jOBS, já foi apontado como equivocado na representação dos personagens.

Em bom português

Para quem não leu no original, o Estado de S.Paulo de ontem traduziu (e publicou em duas páginas) o artigo de Walter Isaacson defendendo o micropagamento como uma solução para tirar o jornalismo impresso (o americano, diga-se) do fundo do poço.

Sem recorrer à tradução do texto, a Folha de S.Paulo também debateu o assunto no final de semana (para assinantes do jornal ou do UOL).

Você já sabe o que eu e outras pessoas pensamos, mas como o debate chegou ao Brasil, veremos o que de novo acontece nesta semana.

Quem precisa ser salvo: o jornal ou o jornalismo?

A busca “save” + “journalism” + “newspapers” é o hype da nossa profissão. A mídia repercute o apelo de Walter Isaacson pela salvação dos jornais americanos publicado na Time e também no Huffington Post, belíssimo exemplo de mídia independente nascida na Internet e que ajudou a confrontar o monopólio da imprensa em papel (note a “sutil” diferença entre os títulos do artigo numa e noutra publicação).

O próprio HuffPo, em outro texto bastante lúcido, pontua corretamente que quem precisa ser salvo são os jornais, não o jornalismo. O advento da tecnologia e novas mídias, pelo contrário, só trouxe benefícios à função de apurar/filtrar/difundir notícias.

De novo, e para não perdermos o foco, esse cenário de guerra todo diz respeito, no momento, a Estados Unidos e alguns países europeus, notadamente os mais desenvolvidos. Em Londres, o Times acaba de promover um passaralho. Na Espanha, jornais gratuitos (um sucesso nas ruas, mas um fracasso comercial) fecham as portas.

No Brasil (assim como em outros países emergentes), ainda há bastante espaço para o jornalismo impresso crescer. Milhões de pessoas atravessaram há pouco a linha da pobreza e, certamente, ainda haverá mercado (arrisco a dizer por décadas) para esse tipo de produto.

É por isso, talvez, que por aqui a discussão sobre o fim do jornal impresso ainda seja tão incipiente. Nossos veículos se escoram em pequenas vitórias _como uma desaceleração menor do que a esperada no faturamento, por exemplo_ para justificar o adiamento do debate.