A busca “save” + “journalism” + “newspapers” é o hype da nossa profissão. A mídia repercute o apelo de Walter Isaacson pela salvação dos jornais americanos publicado na Time e também no Huffington Post, belíssimo exemplo de mídia independente nascida na Internet e que ajudou a confrontar o monopólio da imprensa em papel (note a “sutil” diferença entre os títulos do artigo numa e noutra publicação).
O próprio HuffPo, em outro texto bastante lúcido, pontua corretamente que quem precisa ser salvo são os jornais, não o jornalismo. O advento da tecnologia e novas mídias, pelo contrário, só trouxe benefícios à função de apurar/filtrar/difundir notícias.
De novo, e para não perdermos o foco, esse cenário de guerra todo diz respeito, no momento, a Estados Unidos e alguns países europeus, notadamente os mais desenvolvidos. Em Londres, o Times acaba de promover um passaralho. Na Espanha, jornais gratuitos (um sucesso nas ruas, mas um fracasso comercial) fecham as portas.
No Brasil (assim como em outros países emergentes), ainda há bastante espaço para o jornalismo impresso crescer. Milhões de pessoas atravessaram há pouco a linha da pobreza e, certamente, ainda haverá mercado (arrisco a dizer por décadas) para esse tipo de produto.
É por isso, talvez, que por aqui a discussão sobre o fim do jornal impresso ainda seja tão incipiente. Nossos veículos se escoram em pequenas vitórias _como uma desaceleração menor do que a esperada no faturamento, por exemplo_ para justificar o adiamento do debate.