A entrevista foi em abril, mas um pequeno trecho da conversa com o goleiro Rogério Ceni publicada pela edição brasileira da revista da ESPN me fez pensar de novo se o jornalismo deveria tratar de vez o esporte com olhar prioritário no aspecto entretenimento _suscitado pelo evidente caráter lúdico do que está em jogo.
Sou adepto do rigor jornalístico, como em qualquer editoria, mas será que estou certo? Realmente precisa? Melhor: é o que o público quer? Não estaríamos, em vários momentos, levando a coisa a sério demais?
Numa resposta ampla dentro do contexto da repercussão do que diz diariamente, Ceni afirma que a área esportiva (em geral) “deveria ser entretenimento”, ou seja, que palavras e atitudes mereciam ocupar menos destaque.
É verdade que os atletas viveriam todos mais felizes se o mundo da crônica esportiva fosse uma grande Globo _não só ela, pra não ser injusto e repetitivo: veículos jornalísticos que sobrevivem da cobertura do dia a dia, do rame-rame, não conseguem fugir muito da agenda positiva.
Um pouco como acontece com intensidade nos cadernos de turismo, carros e cultura.
Uma aresta para a gente aparar.