Alguns ficaram incomodados com o título “Em clima de luto, família morta em Unaí é enterrada”, que a edição eletrônica do “Correio Braziliense” utilizou neste domingo para relatar a chacina familiar que abalou a cidade goiana de Unaí.
Primeiro, não é fácil escrever sobre o assunto. Pode reparar que, nessa hora, se existe chapéu a ser preenchido, dificilmente ele fugirá de “tragédia” ou “morte”. Nas capas dos jornais impressos ou nos on-lines.
Mesmo assim, difícil não notar as redundâncias, como se o redator estivesse andando em círculos. O dia em que um enterro (de pessoas mortas) não se realizar sob clima de luto, avisem-me, porque temos uma história.
O “morta” também é um vício jornalístico que dá pano para outras interpretações. Surgiu, no impresso, como opção a “assassinada”, bem maior e mais factível de fazer estourar um título. “Morta”, ainda em jornalês, também pode significar pessoa falecida por doença ou causas naturais. Na “Folha de S.Paulo” certamente você leria algo como “A ex-primeira-dama Ruth Cardoso, morta em junho…”
Certamente, não foi o único exemplo de título infeliz do dia. A editoria de esportes é sempre pródiga em mesmices, imprecisões ou tolices.