Perguntei a Leonardo Dresch (a cabeça por trás da produção multimídia do jornal O Globo) por que os fotógrafos de jornais não se engajam no mix de conteúdos e, falando objetivamente, abracem a produção dos vídeos nossos de cada dia.
Falei disso há pouco tempo, e houve polêmica porque faltou o “fotógrafos de jornais” em meu discurso.
“A construção narrativa quem faz melhor é o réporter”, disse Dresch, que também é fotógrafo.Eu rebato com “mas são profissionais de imagem, deveriam se interessar por essa fronteira”.
Dresch levanta outro aspecto, este sindical: a organização que representa os fotógrafos é, em sua percepção (e compartilho isso), mais forte que a entidade de classe dos jornalistas. “Entidade de classe”, para dizer a verdade, é o termo certo.
Mas daí me lembro de Ronaldo Bernardi e seu incrível registro do mundo animal que levou um ano da apuração à concretização. Lembra? Claro: é aquele vídeo da tartaruga que ataca e come uma pomba.
A constatação óbvia é que os afinados com o discurso sindicalista estão ficando pra trás.