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Pouca notícia no encarte publicitário

Manifestação de leitor publicada pela Folha de S.Paulo ontem suscita dois pensamentos: 1) a mídia impressa e sua credibilidade ainda são um porto seguro para a publicidade; 2) a correlação entre conteúdo editorial e publicitário não tem sido respeitado pelos veículos.

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Gostaria de agradecer à Folha por trocar minha assinatura de um jornal por um grande informe publicitário com algumas poucas notícias no meio. O primeiro caderno de 25/5 tinha 24 páginas, sendo 17 de publicidade, sem contar a sobrecapa. “Cotidiano” tinha aproximadamente 70% do espaço com publicidade. Em “Mercado 1”, havia cinco páginas com publicidade num total de oito páginas. Isso sem contar os cadernos de publicidade propriamente ditos. De fato, é bom saber que eu pago mensalmente para receber publicidade.
Silvio Oksman, arquiteto (São Paulo, SP)

O jornalismo fora da redação

A redação não é mais o habitat do jornalista. Um dado que corrobora essa impressionante realidade é a demissão, só em 2013 e só em São Paulo e Rio de Janeiro, de 300 jornalistas.

Outro dia mesmo comentei sobre a valorização que ofícios como marketing e publicidade estão dispostos a nos oferecer.

Ambientes corporativos estão interessadíssimos no nosso trabalho, como Jeremy Porter explora muito bem em artigo no Journalistics.

Por sinal, hoje, na Folha de S.Paulo, o publicitário Nizan Guanaes dá uma pista definitiva para entendermos o que está acontecendo. “Não deixa de ser irônico para a propaganda. Na época da comunicação total, a verdade tornou-se a maior arma de persuasão em massa.”

Até prova em contrário, os especialistas em verdade somos os jornalistas.

A publicidade também quer os programadores

Não é só o jornalismo: em busca de se reinventar, a publicidade também está discutindo a relação de trabalho entre os profissionais no dia a dia.

Nesse sentido, é muito interessante a observação de Gaston Legorburu, diretor de criação da SapientNitro, a agência que detém as principais contas do mercado americano digital. Ele quer (a exemplo da gente no jornalismo) que os programadores sejam efetivamente incorporados à rotina de criação, ao lado dos criadores de arte e redatores.

“A maior parte dos publicitários tem o discurso digital, mas na prática ainda trabalha do modo tradicional”, disse Legorburu à Folha de S.Paulo.

Marketing e publicidade valorizam mais o jornalista do que o jornalismo

Uma das novidades trazidas pela transformação do ecossistema informativo, eternamente sendo reinventado, é que hoje o trabalho jornalístico é muito mais valorizado (e melhor pago) por ofícios ligados ao marketing e à publicidade.

Ambos, evidente, querem emprestar, além da credibilidade, a metodologia de trabalho jornalística que envolve coleta de informação, apuração, clareza e objetividade na estruturação de textos, entre várias outras coisas.

Há aquilo que se convencionou chamar de brand journalism, o que é bem estranho, mas paralelamente surge todo um novo campo de ação para jornalistas, trabalhando em áreas que efetivamente valorizam seus profissionais.

Há luz no fim do túnel, senhores.

Jornais cada vez com menos fatias do bolo publicitário

Dados recentes sobre a distribuição do bolo da publicidade do governo federal mostram o tamanho da desidratação do produto jornal. De 2000 para cá, o meio – que detinha 21,1% deste mercado – foi reduzido a meros 8,2% em 2012.

No mesmo período, o investimento público federal na internet partiu do zero para 5,3% – e ainda estamos falando de um meio visto com desconfiança pelo mercado porque simplesmente não se sabe ao certo a sua eficiência.

Estes dados, somados a outros, levantam duas considerações que precisam ser levadas em conta: sem ações integradas e presença em várias plataformas, os jornais, sozinhos, correm sim o risco de naufragar.

A outra, ainda mais importante: num movimento que já começa a aparecer nos Estados Unidos, o jornalismo financiado pelo público (ou seja, pelo cliente) para ser muito mais sustentável do que o velho modelo amparado em publicidade, especialmente a oficial.

O primeiro comercial de TV do Facebook

Acima, o primeiro comercial de TV do Facebook, assinado pela Wieden + Kennedy Portland.

Hashtag e controle do público

A publicidade e o jornalismo – ambos há muito tempo – compraram completamente a linguagem da hashtag. O “jogo da velha” está em todas as partes, da coluna de jornal à campanha institucional do banco. O Facebook já trabalha para incorporá-la também.

É uma admissão irrefutável de que o avanço tecnológico mudou o eixo da produção. Por mais que queiramos, o controle não é mais nosso, mas do público (a ex-audiência).

No caso específico da hashtag e seu triunfo como elemento agregador de conversação (e de comunicação, como mostram a reverência publicitária e jornalística ao elemento), nunca é demais lembrar que ela foi criada pelos próprios usuários do Twitter, sem obedecer a comandos ou chamamentos.

Positivamente, nosso mundo mudou.

Os mestres do photoshop (sem photoshop)

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A manipulação na fotografia muito antes do Photoshop. É esse o tema de uma exposição que a National Gallery of Art, em Washington, exibe até 5 de maio.

O assunto é uma realidade tanto no jornalismo quanto na publicidade.

 

O estado da mídia em 2013

Estabilidade no meio papel, audiências menores na TV… resumido em infográfico em espanhol, o State of Media 2013, tradicional levantamento do Pew Research.

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O papel jamais vai morrer

Essa é só pra gente se divertir.