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Em 2012, leitores serão tratados como consumidores

Clay Shirky, uma dos analistas mais importantes da era da publicação pessoal e mobilização, agora escreve sobre a possibilidade deste 2012 (que já entra em seu segundo mês…) marcar definitivamente o momento em que os jornais impressos passarão a tratar todo o seu conteúdo como produto, e todos os seus leitores como consumidores.

Como se trata de um mercado que deixou de ser de massa, a estratégia aqui passa por políticas de recompensa de leitores fiéis – aqueles que não abrem mão do produto jornal.

Não deixe de ler.

Qual é a do jornalismo infantil?

Até que ponto é eficiente a sistemática de alguns jornais impressos de manter cadernos infantis?

Algumas respostas são imediatas: se a ideia é (como já foi, em outros tempos) tentar cultivar um futuro leitor, neste caso nativo digital, o propósito tem tudo para ser um rotundo fracasso. Ler jornal não necessariamente amestra as pessoas para ler jornal – consumir um produto útil sim.

Por outro lado, do ponto de vista comercial, a criança é hoje um consumidor em potencial, com forte poder de decisão sobre as compras de seus pais.

Logo, faz todo sentido falar comercialmente com essa galerinha – e garantir a sobrevivência do produto jornal impresso em sua versão mais compreensível, para o público adulto.

O usuário que realmente importa

Na linha de Ken Doctor, sobre quem falamos ontem, artigo de James Breiner relembra uma verdade importante do jornalismo on-line: o usuário fiel ó que realmente importa.

Nosso desafio, portanto, é fazer um bom produto para fidelizar o usuário único. É a solução de um milhão de dólares.

Jornalismo imita a pornografia para faturar mais

Na semana passada eu comentei aqui sobre um insight da indústria pornográfica, que em meio à queda de faturamento provocada pela abundância de conteúdo gratuito na web decidiu transformar o que tinha de mais valioso (seu elenco de atrizes) num produto comercializado em várias frentes.

A NY Mag sugeriu que grandes corporações jornalísticas deveriam fazer o mesmo com seu staff, ou seja, valorizar e administrar a carreira dos profissionais, gerenciando todo seu potencial criativo em iniciativas como livros, palestras e carreira acadêmica.

É um passo nessa direção que o New York Times acaba de anunciar. O jornal incluiu vários de seus jornalistas no projeto Knowledge Network. Eles ministrarão mais de uma dezena de cursos com inscrições de até US$ 185.

Além de fidelizar e aproximar o público leitor, o jornal conta com essa cartada como mais uma fonte de ingresso de recursos.

Outro exemplo nessa linha é do jornal americano Arizona Star, que converteu seu principal cartunista, Fitz, num produto. Suas ilustrações estão em camisas, cartões, bottons, mousepads etc que podem ser adquiridos no próprio serviço on-line da empresa.

Dois bons exemplos de monetização que estão ao mesmo tempo dentro e fora da redação.