Álvaro Pereira Júnior escreveu há poucos dias uma pensata bacana sobre passado, presente e futuro do Twitter _uma das ideias mais geniais de nosso tempo, mas que possui a indescolável característica de não se consolidar como negócio sustentável.
Primeiro, o que significa “bombar no Twitter”? Não estaríamos dando demasiada importância a um mundinho minúsculo?
Talvez. Álvaro recorre a números apresentados pela revista New York para concluir que a ferramenta abriga “uma elite superconectada” que “fala sobre si e para si, enquanto o que se poderia chamar de lumpesinato digital apenas observa o movimento”.
A New York relata que dos 175 milhões de perfis autodeclarados pelo site lançado oficialmente em outubro de 2006, só 50 milhões são ativos _e destes, apenas 20 mil publicam o conteúdo que realmente repercute.
“Celebridades buscam mostrar uma face humana. Desconhecidos hábeis com as palavras se transformam em heróis cheios de seguidores. Nerds inexpressivos se reinventam como “pundits”, comentaristas prontos a emitir sentenças sobre qualquer assunto. Tímidos que passaram a vida sendo zoados viram garanhões on-line.
Tudo isso é verdade. Mas observar, da arquibancada, o que se passa ali virou quase obrigação para nós, jornalistas. Estamos diante de um espaço público de manifestação, talvez o maior já visto.
Álvaro conclui seu texto mencionando a possibilidade (absolutamente verdadeira, já que a fila da web sempre anda) de o Twitter vir a ser substituído por “alguma plataforma mais sexy, mais atraente, mais moderna. Quem sabe, mais real”.
O “mais real” questiono: nada mais vida em carne e osso do que uma minoria que dita moda e conduz o gado. Neste aspecto, o Twitter parece reproduzir em boa medida o que rola fora dele.