O professor Paul Bradshaw, maníaco do avanço tecnológico e da comunicação on-line, descreveu, em 12 pontos, as mudanças mais significativas que a internet provocou no que ele chama de “economia da notícia”.
Recomendo a leitura integral do artigo, mas vou destacar algumas coisas que me chamaram a atenção.
Leia também: jornalista brasileira desafia bloqueio chinês à internet
Decisão judicial impede jornalistas de entrar onde ‘público em geral’ é barrado
Opine: um jornal precisa de manchete todos os dias?
Primeiro que, pícaro, Bradshaw celebra o fim dos monopólios _e também a criação de outros.
É evidente que o enterro do monopólio que menos interessava (o do jornalista como filtro universal entre os acontecimentos e o público) transformou definitivamente a profissão.
Mas o surgimento de monoculturas como Google e Facebook, para citar só duas, apenas mantiveram o status quo.
Bradshaw cita dois aspectos também importantes da revolução provocada pela tecnologia: primeiro, a explosão do consumo de notícias. Nunca se teve tanto ao alcance de tantos e por tão pouco (invariavelmente, zero). Depois, ele presume que a web deu a quem trabalha com notícias a noção exata de sua audiência (quem é, de onde vem, para onde vai).
Isso não é exatamente verdade: a internet é o meio pior auditado da história da comunicação. Basta dizer que, até hoje, não há consenso sobre a padronização a ser seguida num quesito simples como a avaliação do tamanho da audiência.
Mas tudo bem: tecnicamente, os meios existem. Os homens é que ainda não se entenderam.
A mudança mais importante, segundo ele, foi o surgimento de uma nova moeda, baseada em reputação, conhecimento e rede de conexões. Muito verdade. E tem tanto jornalista que ainda não percebeu isso…
O que mais será que mudou no jornalismo com a revolução tecnológica?