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Joe Sacco e os segredos do jornalismo em quadrinhos

Um dos maiores expoentes do jornalismo em quadrinhos, o maltês Joe Sacco esteve em São Paulo e falou um pouco sobre seu processo de criação.

Como, por exemplo, fotografar as locações que, depois, se transformarão em HQ.

Quando uma foto mostra mais que mil vídeos

Agora sim surgiu uma reflexão bacana sobre a diferença entre vídeo e audioslides (produtos que priorizam fotos, de preferência acompanhadas de som ambiente): a diferença que um fotograma pode fazer.

O exemplo de Daniel Sato é excelente: um momento único do boxeador Muhammad Ali congelado em instantâneo, e o vídeo da mesma cena, que deixa o gesto quase imperceptível.

O Garapa, coletivo de fotógrafos preocupados em como continuar a passar a mensagem aproveitando o avanço tencológico, ofecere uma mistura de ambos, vídeos e slides animados. E o som ambiente, claro. Esse é indispensável.

É importante que, nessa era do vídeo (e viva a banda larga!), a foto não seja esquecida. Ela oferece excelentes oportunidades de conteúdo multimídia.

A década não acabou, mas esse é um bom resumo

A década não acabou, é claro (só em 1 de janeiro de 2011, por favor), mas entre tantos que pagaram o mico de resumi-la este aqui parece ser bem honesto: em dois minutos, revisa 92 capas de revistas (e só revistas) para contá-la.

São as boas ideias se manifestando…

O jornalismo que transcende o papel

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Um veículo modesto, bem longe da badalação do homônimo rico e congêneres; Uma ideia de trazer conceitos mais vanguardistas ao surrado jornalismo nosso de cada dia. É o que basta.

O El Pais, de Cáli (terceiro maior jornal da Colômbia), inaugurou um canal para, segundo o próprio periódico, impactar a audiência “a nível gráfico, visual e jornalístico”.

Basicamente, propostas de novas narrativas jornalísticas. Um nome pomposo, que tenho usado sempre, mas que significa apenas deixar um pouco de lado a ditadura do texto e explorar outros recursos da web (todos, como vídeo, áudio, grafismos etc). A fórmula aqui é até surrada (a história de 11 personagens da noite calenha), mas isso pouco importa.

Se o El Pais daqui faz, com a estrutura que você já pode imaginar, a gente também consegue. Nem que seja pelo institucional, é obrigatório ter experiências assim em nossos veículos.

E há gente bastante importante no Brasil que, infelizmente, ainda está com o pé no freio quando a conversa vai para esse lado de fazer algo que transcenda (e ao mesmo tempo valorize mais) o papel.

A biópsia e um mea-culpa dos jornais impressos

Uma biópsia de um jornal sem vida (o moribundo Columbia Daily Tribune) e uma releitura do atestado de óbito do Rocky Mountain News (finado desde 27 de fevereiro deste ano). Textos que nos fazem pensar sobre o que andamos fazendo _e tudo aquilo que deixamos de fazer.

Uma edição aleatória do Daily foi analisada por Clay Shirky, nascido na cidadezinha de 100 mil habitantes no Missouri. Naquele dia, seis repórteres assinaram as únicas oito reportagens produzidas pela equipe do jornal. Todo o resto, excluindo o caderno de Esporte, era de autoria da AP.

E por que apenas seis repórteres? O resto estaria envolvido em outras tarefas ou investigações? “Não”, revela Shirky, “é que o jornal, que tem 59 funcionários, possui apenas seis repórteres”.

Em outro texto, John Temple, que foi publisher do Rocky Mountain News, faz um mea-culpa sobre o fim do periódico de 150 anos. “Nós enxergamos o site do jornal como uma versão eletrônica do jornal, sem vida própria”.

Em resumo, o povo do RMN pensou a web como espaço para exibir a edição impressa, não como um canal de novas oportunidades e plataformas.  Temple também descobriu tarde demais que o ex-plateia agora quer é interferir no processo. “Hoje os consumidores exigem serviços quando, onde e como eles quiserem, e querem ter o poder de participar, não apenas de receber conteúdo”, disse.

Conclusão: investir em produção de conteúdo impresso e experimentações de narrativas na web faz muitíssimo bem à saúde do seu jornal.