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Redes sociais e pouco críveis

kantar

No topo, revistas impressas. No chão, as redes sociais. Pesquisa de credibilidade nas notícias feita pela Kantar mostra que os usuários começam a desconfiar mais das informações que recebem via mídia social.

Porém, um problema que faz com que a conta dificilmente feche é que a maioria das pessoas se informa pelas redes sociais. Isso significa que, apesar do desconfiômetro estar ligado, elas estão mais expostas a manipulações.

O estado da mídia 2017

Saiu o State of the News Media, documento anual que desde 2004 o Pew Research entrega com um raio x da mídia nos Estados Unidos – ou seja, os números podem ser considerados uma espécie de “eu sou você amanhã” evia de regra acabam se replicando em outras partes do globo, exceções à parte (pensou em exceção, pense em Japão).

A pesquisa mostra que a circulação dos jornais (incluindo as versões digitais) recuou ao equivalente ao que se tirava no começo dos anos 50 – uma curiosidade: a revista O Cruzeiro vendia mais de um milhão de exemplares no Brasil nessa época, número superior ao da revista de maior circulação hoje.

Por óbvio, as notícias não estão mais só nos jornais, além de uma infinidade de opções concorrerem com o hábito de consumir notícias.

Em contrapartida, o estudo mostra avanço dos canais “allnews” (também um fenômeno brasileiro) e da TV fechada.

Mais problemas nos comentários

Isso é muito antigo: a melhor maneira de se manter um nível melhor de comentaristas de notícias on-line é zelar pelo lugar onde eles comentam, seja limpando a área, seja interagindo a demandas que surgem ali dentro. Tudo muito difícil, devido ao volume.

Não é o que fez o Huffington Post, que agora optou por impedir os comentários anônimos. Não vai resolver, como outras pessoas também acham

Como o mobile está mudando o consumo de notícia

Um material interessante que compara o acesso via desktop e mobile a Financial Times e Guardian.

A constatação, óbvia, é: vamos produzir urgentemente com foco em dispositivos móveis.

Notícias da Coreia

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Kim Jong Un ainda não apertou o botão (da bomba atômica), mas seus jornalistas publicam loucamente na KCNA, a agência de notícias oficial norte-coreana.

Óbvio que não fica nessa tristeza: o avanço da tecnologia deu aos cidadãos – até aos pobres norte-coreanos – meios de fugir dessa coisa funesta.

A pátria dos portais

Muita gente chega a este Webmanario por meio da busca “maiores portais de notícias de mundo”. Curioso, porque não há mais portais de notícias no mundo – esse é um modelo que permaneceu, com sucesso comercial, apenas no nosso país.

No início da internet comercial (para nós, isso significa 1996), o portal era como um porto seguro para todos nós, marinheiros de primeira viagem na rede.

Servia pra reunir todos os serviços que, fora dele, pelejaríamos para descobrir num tempo sem Google e com busca pelos malfadados diretórios (um oferecimento de AltaVista e Yahoo).

Foi nos portais que aprendemos a navegar e, aos poucos, descobrir que havia vida fora deles. No Brasil, porém, o modelo prosseguiu mesmo quando somos capazes de passar diretamente por cima deles, e de nossos dispositivos móveis.

Quem diria: o portal acabaria se transformando numa instituição de web genuinamente brasileira.

Duas décadas de sucesso no rádio

“Mas quem é que vai ficar ouvindo notícia o dia todo no rádio?”. Essa era a pergunta que todo mundo se fazia em 1991, quando foi ao ar a primeira emissora temática em jornalismo do país, a CBN, que hoje completa exatamente 20 anos.

Não conhecíamos o conceito de audiência rotativa (tão antigo quanto o próprio rádio) e, mais, duvidávamos da eficiência do modelo de nicho, já testado e aprovado àquela época em outros países, como os Estados Unidos.

Longa vida à CBN.

O Facebook é o novo jornal das pessoas

É bom o insight de Vadim Lavrusik, que coordena a página dedicada a jornalistas no site de Mark Zuckerberg.

Aliás, o grande pulo do gato do site _e que significou sua explosão demográfica_ foi justamente a criação do feed pessoal de notícias.

O site tem intensificado seu trabalho junto a veículos jornalísticos, inclusive fazendo road shows em redações para demonstrar suas possibilidades.

Neste caso, não são as pessoas que acharão os veículos, ao contrário.

Tudo a ver com a nova ordem comunicativa mundial.

A confiança do público nas notícias

Essa eu deixo totalmente nas mãos do sempre atento António Granado, que descobriu esse interessante estudo da Reuters sobre a confiabilidade de noticiário.

Recorrente, surge a queixa de que a imprensa não explica suficientemente bem os assuntos que trata.

A se pensar.

Armados com lei de 1918, tubarões caçam amadores

A Associated Press levou, há 91 anos, um concorrente que cozinhava seu conteúdo aos tribunais nos EUA.

Cooperativa mantida por jornais, tvs e rádios do país, a AP se sentiu ameaçada em 1918 pela INS (International News Service), agência de notícias rival de propriedade do magnata William Randolph Hearst _quem inspirou o clássico Cidadão Kane.

A I Guerra Mundial se desenrolava na Europa, e a AP tinha a primazia sobre a informação (não era permitido à INS, que não possuía o carimbo de agência “confiável”, o acesso ao teatro de operações do conflito).

Fato é que a rival da AP conseguia cobrir a guerra por meio de uma sistemática que nunca foi devidamente explicada _aparentemente, emissários de Hearst obtiam simultaneamente, por meio de suborno, as reportagens da AP e, via telégrafo, as transmitiam para seus assinantes, devidamente reescritas.

A estratégia garantiu aos jornais que assinavam os serviços da INS vários furos, notadamente os da costa oeste dos Estados Unidos, quatro horas de fuso atrás de Nova York _e onde a adesão à AP era menor.

A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos criou a “doutrina da notícia quente”, pela qual grandes grupos, como a AP, detinham o direito de legal de exclusividade sobre as coberturas em que seus concorrentes não conseguissem “apuração independente e checagem”.

Isso em 1918.

Agora, e pelo mesmo motivo, a NBA foi atrás de um site que exibia resultados de jogos da liga de basquete dos EUA em tempo real (sem credencial para acompanhar as partidas in loco), e agências de notícias como a mesma AP caçam agregadores de conteúdos e feeds.

Ainda em há, em alguns Estados americanos (a lei deixou de ser federal), a “doutrina da notícia quente”. É por meio dela que alguns grupos do mainstream têm caçado profissionais e, sobretudo, amadores.

Porém eles não fazem como a INS, que não citava a AP como fonte (despacho do juiz há 91 anos considerava que, houvesse a referência, o delito seria atenuado).

O que é um agregador de feeds senão uma vitrine explícita para o conteúdo ali exibido (uma coleção de links)?

Em tempo: até onde sei, a mais recente demanda judicial de empresonas contra bagrinhos é esta. Patético.