Arquivo da tag: Mark Zuckerberg

O outro país das maravilhas

Muito depois de Lewis Carrol e sua Alice, surgiu outro país das maravilhas – esse sim, maravilhoso de verdade.

Nele, todas as pessoas são felizes, frequentam lugares bacanas, almoçam e jantam nos melhores restaurantes, estão sempre cercadas de amigos, viajam pelo mundo e, nas horas vagas (eles têm muitas horas vagas), mostram seu altruísmo e solidariedade aderindo a campanhas humanitárias e mobilizações políticas.

Esse planeta maravilhoso, você já percebeu, é o Facebook, hoje frequentado por quase 1 bilhão de pessoas (entre os quais 70 milhões de brasileiros, praticamente 90% dos internautas do país). Fosse um país de terra e água, o site de Mark Zuckerbeg seria o melhor lugar pra se viver, disparado. Ali,todo mundo se dá bem.

Há exceções, como em tudo, mas a regra é um indício óbvio de que nesse país da internet todo mundo é mentiroso e manipulador. Desde o célebre cartum de Peter Steiner (“na internet, ninguém sabe que você é um cachorro”), a manipulação on-line tem sido objeto de sátira, análise e pesquisa.

Não por acaso a publicidade e o marketing têm tanto pé atrás nesse ambiente de conteúdo gerado pelo público – o jornalismo, como sempre, se jogou de cabeça, e sofre com isso.

Vale tese de doutorado, mas de toda forma prometo voltar com mais consistência ao tema.

A vida começa aos US$ 38,23

Depois do buzz, as ações do Facebook – partindo de US$ 38,23 – voltam a ser negociadas no mercado nesta segunda. Vida que segue.

Seu criador, Mark Zuckerberg, levou tão a sério a abertura de capital de sua criatura que se casou – afinal de contas, agora é um homem sério.

A empresa de US$ 105 bilhões tem novos parceiros, os acionistas. E terá de deixar de ser uma caixa-preta – condição, aliás, indispensável para quem capitaliza ações nos Estados Unidos.

Não compartilho o gostinho de fracasso que IPO do maior site de rede social deixou na sexta-feira. Pelo contrário, preocupava-me muito mais o valor estabelecido como preço inicial da ação (aliás onerado em US$ 3, subindo a US$ 38, quase na véspera do começo dos negócios).

A sombra da bolha existe, mas foi o próprio mercado quem tratou de dar uma pitada de realidade à coisa toda: diante de um papel supervalorizado, nada como uma ducha de água fria.

Veremos, de hoje em diante, qual é exatamente a estratégia.

ATUALIZAÇÃO: O texto acima foi publicado por volta de 1h da madrugada desta segunda. Acompanhe em tempo real a negociação das ações do Facebook – que chegaram a cair 15%.

Facebook no controle

Às vésperas de abrir seu capital, o Facebook é ainda mais minucioso no que diz respeito à prospecção de novos negócios.

Controla sua plataforma a ponto de muitas vezes negar algum pleito dos usuários com um oracular “nós não queremos que você faça isso”. A desejada introdução do botão “não curti” não passa de ilusão pelo simples fato que Mark Zuckerberg não quer você negativando ninguém.

Com pouco mais de 42 milhões de usuários no Brasil (é praticamente a metade do grupo de brasileiros que tem acesso à internet), o Facebook novamente imporá a seus clientes uma mudança – a adoção definitiva da timeline como padrão do site, prometida para 1º de abril (será verdade?).

Hubs de tráfego (como celebridades e grandes empresas) interessam especialmente à companhia. São espécies de modelos das timelines que Zuckerberg considera ideais – e importante chamariz para destorcer o nariz dos usuários.

Num universo em que só 13% de seus amigos leem cada atualização publicada por você (a estimativa é do próprio Facebook), há uma verdadeira Transamazônica para ser explorada.

Quanto vale (e quanto valerá) o Facebook

Interessante o ponto da The Economist, que alçou a abertura de capital do Facebook a capa da edição desta semana e, numa boa análise (tirando o nariz de cera), apresentou o xis do problema.

Assim como Microsoft, nos primórdios da era da internet, e Google, agora, a publicação lembra que é inevitável que o negócio de Mark Zuckeberg seja alvo de questionamentos judiciais por conta de questões relacionadas a privacidade (o que os anunciantes do site fazem com nossos dados mesmo?)  e, especialmente, monopólio.

Com uma carteira de um bilhão de clientes, não fazer negócios com a rede social está se tornando impossível. E as autoridades antitruste americanas odeiam esse tipo de comerciante.

Assim, naturalmente a empresa sofrerá abalos (e talvez um redimensionamento forçado) a partir do momento em que ela passar a ser fustigada judicialmente como gente grande – que já é faz tempo.

O Facebook precisa ser de graça?

O Facebook diz gastar anualmente US$ 1 bilhão para se manter em funcionamento.

Ao mesmo tempo, anuncia ter 800 milhões de usuários, 500 milhões deles praticantes diários.

Se apenas esses 500 milhões pagassem US$ 2 por ano ao Facebook, a manutenção do site já estaria assegurada.

Em vez disso, Mark Zuckerberg não se cansa de adaptar sua rede social aos interesses das marcas (leia-se, os anunciantes).

Muito bom insight de Rian van der Merwe pra gente começar o ano.

Pela primeira vez, Facebook supera Orkut em buscas no Google no Brasil

Muito interessante: o Facebook superou o Orkut, em alguns dias de outubro, como o termo de pesquisa mais comum no Google.

É a primeira vez que isso acontece _exatamente no momento em que o site de Mark Zuckerberg caminha para consolidar sua inevitável virada sobre a rede social que (ainda) só resiste no Brasil.

Após tomar a dianteira numa das métricas (o número de usuários únicos), o Facebook (atualmente com quase 31 milhões de contas de brasileiros) está a um passo de superar os 35 milhões de conterrâneos que confiaram sua vida particular ao invento do turco Orkut Büyükkökten.

Em tempo médio de uso, principal moeda de troca da web hoje, essa virada já aconteceu há muito tempo _aliás, é o dado mais extraordinário sobre o FB: a quantidade de tempo que as pessoas passam dentro dele (na verdade, já se tornou uma página que fica aberta para sempre numa de suas abas de navegação).

O dado inicial deste texto revela outra coisa interessante sobre os hábitos de navegação dos usuários brasileiros: o desconhecimento de algumas funcionalidades dos browsers, como a possibilidade de colecionar URLs frequentemente visitadas.

Mas isso é tema para outro post.

Facebook busca ‘segunda virada’ sobre o Orkut

A inevitável ultrapassagem do Facebook sobre o Orkut no Brasil foi antecipada pelos números que levam em conta os usuários únicos (30,9 milhões, contra 29 milhões), divulgados pelo Ibope.

Haverá ainda um segundo momento: quando o site de Mark Zuckerberg tiver mais usuários cadastrados. Na verdade, esta sempre foi a conta que prevaleceu nas discussões sobre o tamanho das redes sociais. Pode ser polêmico, por não contar o uso efetivo da ferramenta, mas são assim as coisas.

Por ora, com 35 milhões de perfis de brasileiros, o Orkut segue à frente do rival, que deverá bater em 25 milhões de contas nacionais em setembro.

A “segunda virada” é questão de tempo.

O concorrente dos jornais se chama Facebook

Sábias palavras de Juan Luis Cebrián, fundador do jornal espanhol El Pais e presidente do Grupo Prisa, que edita o periódico.

“Os diários já não dão notícias. Todo mundo já sabe as notícias quando vai ler os jornais. Os jornais explicam, fazem análises, debatem. O competidor da Folha não é o “Estado de S. Paulo”, é o Google, o Facebook, estes são nossos competidores reais. E não queremos admitir porque não sabemos como competir com eles”.

Ainda outro dia falávamos sobre o caráter de “jornal pessoal” do site de Mark Zuckerberg…

O Facebook é o novo jornal das pessoas

É bom o insight de Vadim Lavrusik, que coordena a página dedicada a jornalistas no site de Mark Zuckerberg.

Aliás, o grande pulo do gato do site _e que significou sua explosão demográfica_ foi justamente a criação do feed pessoal de notícias.

O site tem intensificado seu trabalho junto a veículos jornalísticos, inclusive fazendo road shows em redações para demonstrar suas possibilidades.

Neste caso, não são as pessoas que acharão os veículos, ao contrário.

Tudo a ver com a nova ordem comunicativa mundial.

Você quer trabalhar no Facebook?

Dez entre dez jovens americanos querem. No mundo, idem.

A MTV produziu uma série mostrando quem está por trás da maior invenção de Mark Zuckerberg, revelando, claro, alguns detalhes de como é trabalhar na “Rede Social”.

E, mais claro ainda, dicas para conseguir isso.

O Braimstorm9, como de hábito, viu primeiro.