O verdadeiro Brasil x Argentina hoje é o confronto pela liberdade de imprensa.
Enquanto o Casal K fomenta o ódio ao mainstream, mais especificamente ao Grupo Clarín (guardadas as proporções, a nossa Globo), em nosso terreiro membros poderosos do governo admitiram que estiveram no limite de processar meios de comunicação por reportagens com exaustivo trabalho de investigação por trás, diga-se.
No Brasil, o salto de 499 produtos jornalísticos que recebiam propaganda oficial em 2003 para quase 6 mil hoje foi lido como espécie de cabresto, de curral eleitoral. Assim como a política de benefícios que tem o Bolsa Família como carro-chefe.
É tudo verdade, mas é bom ouvir Eduardo van der Kooy, experiente editor do Clarín, pra entender no que somos bem diferentes dos hermanos _no futebol, ambos são habilidosos e beneficiados pela arbitragem.
Van der Kooy descreve um vazio de poder político que obrigou o jornalismo argentino a se tornar um ator dos acontecimentos, mais do que um mediador. E isso numa era em que a imprensa como filtro universal dos acontecimentos desmilinguou-se.
No Brasil, claramente perdemos esse protagonismo. Que, neste caso, pode ser ainda pior. Nenhum protagonismo exagerado, muito menos de quem não deve ser notícia, é bom para um país.